sábado, 24 de janeiro de 2015

Cultura de massa e para a massa




       Um  termo que  não   concordava  nos meus  estudos  de  cultura  de massa  era  o termo  cultura “de” massa e sempre  colocava  cultura “para a” massa, porque  as pessoas que  compõe o grande público não  tinham  ,até  pouco tempo atrás, tanto  poder de  escolha antes  como tem hoje apesar  de determinadas  limitações.
      A  cultura  “de” massa não  era  uma  escolha  do grande público, embora o termo sugira  isso,  e  sim uma imposição cultural que  vinha de cima para  baixo.Era um monopólio   como ,por exemplo  o tipo de protagonista , comentado no texto: O teste de Bechdel:essa coisa “sem  importância “ chamada  mulher.O  protagonista  padronizado tem que ser homem, branco, heterossexual: uma  imposição  cultural predeterminada  que virou regra.Como diz o ditado popular: água mole  em pedra dura  ,tanto bate até que fura.Tanto que  depois  de consumir   o mesmo tipo de produto cultura  constantemente  pensar algo fora desde  padrão estabelecido  se torna algo difícil  e inconveniente.
     Com a  popularização da internet  e a  evolução da   comunicação via redes  sociais foi-se  percebendo diferentes nichos de mercado,criando-se  a cultura para as  massas com  divisões e  subdivisões para gostos  específicos  de públicos  específicos  além disso as pessoas  podem  produzir  cultura para  nicho  específico   através de  blogs, canal no youtube,redes  sociais, etc. Um pouco do grande  monopólio  cultural para a  massa foi  quebrado e fragmentado,mas não acabou,pois  procura se adaptar as mudanças ,mas  continua  impondo determinadas  regras.Porém  dando valor aos  nichos   de  mercado em termos de  cultura  de e  para as massas porque  agora tem que incluir aqueles  que antes  excluía  por imposição de  preconceitos: mulheres, homossexuais, negros, indígenas,nerds, etc.
     Antigamente  ,um  sucesso do momento dependia  primeiramente e principalmente  da  aprovação de  algum executivo de determinado  seguimento  cultural ,como por  exemplo  música, filmes,etc, depois de pronto o produto  era  jogado de cima para  baixo.Por isso,  as anedotas  como   J.K. Rowling  autora de Harry  Potter  ter  enviado  seus textos para  diversas editoras  e a décima terceira,se não me  engano o número,  ter aceitado publicar  a  saga, são  contadas e de certo modo são  romantizadas  depois que a  obra fez sucesso.Muitas  vezes  quem tem o poder de decisão  na mão não tinha a “visão” para  saber  se  o(s) público(s) vai (vão) gostar  ou não; não sabe se  vai ser um  sucesso  ou não, por isso não arisca  acreditar  nos  ilustres  desconhecidos. As Histórias das  Artes  em geral estão  recheadas  desse tipo de situação.  Caso  também do primeiro  filme da  triologia  Matrix,depois   com a certeza de sucesso garantido houve mais  investimento na  produção dos dois  filmes  seguintes.Agora dependendo do público de um vídeo  mais  visto  no youtube ,este vídeo  pode  lançar um cantor desconhecido  para o estrelato. Foi o que aconteceu com  Justin Bieber.
      Outro exemplo de  inteiração com o público são as novelas  televisivas que  atualmente  não são só escritas  pelo(a) autor(a),pois os  comentários  do público  via redes  sociais  agora  importa  tanto quanto a pesquisa  ibope.O rumo da  história da novela pode mudar dependendo das reações e pedidos do  público ou por  campanhas   em favor de  determinado  personagem.Assim ,de repente, um vilão carismático  pode  virar  anti-herói e depois herói  é ter o final feliz. O público  virou co-autor  da novela. O assunto  do momento mais  comentado  nas redes sociais pode  virar  reportagem ou  documentário.
     Os  públicos tem uma  parcela  considerável  de poder de  decisão  sobre  os produtos que consome  atualmente.O que a  poucas décadas atrás  era  impensável. Alguns fenômenos   culturais  ou  sucesso   do momento podem surgir   agora de “baixo para  cima”   e  depois serem incorporados  por  cima.Outros  continuam vindo de cima para  baixo.A diversidade  cultural dentro da cultura e das  culturas  é o  caminho do presente e do futuro. Diversidade  a  qual outrora  foi negada  sem sucesso  gerando revolta e criticas  pertinentes contra os preconceitos culturais.
     Há  o chamado grande público,mas  agora   deve-se levar em  consideração a  segmentação ,os nichos de  mercado ou  as culturas dentro da  cultura os   quais  podem convergir, divergir e se  degladiarem de vez  em quando.Nada mais artificial  do que a unanimidade cultural  seja com c maiúsculo  e/ou minúsculo.
      Unanimidade raramente  haverá.Seja  cultura de massa ou para  a massa.

                                                                                                        03/01/15.
                                                                                                        04/01/15.
                                                                                                        24/01/15.