sábado, 30 de agosto de 2014

O “ódio” contra os best-sellers


Por  outro  lado,a  pesquisa constatou  que  os  alunos  leem!Talvez  não aquilo que  seus professores gostariam,mas  o que lhes interessa:  livros de  aventura,cheios de  ação,que  dão  origem a  seriados, filmes e  videogames e livros românticos, que as  meninas devoraam rapidamente.Essa “literatura de  entretenimento” fica fora  da  sala  de  aula, sem  direito a  discussão ou  reflexão.

 Gabriela Rodelha(A literatura  não tem de  partir  dos  clássicos: revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2014/07/literatura/não-tem-de-partir-dos-classicos.html)

   
    Com relação ao tema posso falar ou escrever com um  pingo  de experiência pessoal do  meu tempo de  universitária,  que  não  é muito tempo assim,mas  que já passou e  vendo de  fora  parece  que  pouco mudou.
    O  direcionamento ideologico da maioria dos  professores  universitários  era  ou  ainda  é  de  tempos da  Guerra  Fria, ódio  e/ou  desprezo a tudo que  é  taxado  como  coisa  de  burguês ou  objeto para  alienação.E  estes preconceitos ideologicos  que não estão totalmente  ultrapassados mesclados mesclados ao que  foi consagrado como  “alta literatura”, como  só  o  que  realmente digno  de ser lido  são os  clássicos e  nunca  os  best-sellers.E o  conceito de  valor  dos  clássicos  como   conflito de  gerações que  despreza o  interesse  dos  públicos  leitores  jovens.
    Unido a  tudo isso ainda  há  o  adultocentrismo o  qual vê as  coisas  dos  jovens  como  algo  fora  do  seu mundo, da sua  compreenção e  sem valor,mas  joga  com o   conceito  “eu sei o  que  é melhor para você” que  transforma o exercício da  leitura de  clássicos em  tortura em  vez de  prazer.
    Os  avanços científicos e a  racionalidade não mataram a  fome dos  seres  humanos  por  fantasia,aventura, romance,etc.Algumas histórias podem ser  fuga da  realidade,mas  não todas.Porém através da  aparente fuga da  realidadde valores podem ser transmitidos e  assimilados como   comprovou uma  pesquisa sobre a  leitura  de  Harry Potter deixar  os  leitores mais tolerantes com relação as  minorias e o  caso de  ter ajudado a  garota Cassidy Stay a  superar o  trauma da  sua  trajedia  pessoal.
     Jovens  gostam de  ler,mas  leituras adequadas a  suas idades e aos  seus   gostos,  fatores ainda  desprezados pelo ensino formal.Muitos  clássicos tradicionalistas são melhor lidos e  apressiados quando os  leitores são ou  forem  adultos.E  mesmo os  adultos tem  fome de  fantasias, magia,aventuras,etc.Algumas  editoras perceberam isso e  tem selos especificos  para  os  públicos  especificos.Se  esta fome  não  estivess presente e latente nos  adultos,os  livros de  Paulo  Coelho jamais teriam se  tornado sucesso de  público, outro  exemplo são  os  vampiros de  André Vianco,idem.
      As  camadas de  valores estabelecidos como os  grandes  valores para a   escrita despezam aquilo que  não compreende e  nem  quer compreender: fenomênos de  natureza humana e desejos  humanos, por  mera questão de  programação da  tradição.
    Críticas há determinados tipo de  obra sem  um  estudo apurado são opiniões,ás  vezes  preconceituosas,  com  capa  de   autoridade do gosto pessoal  camuflado direcionando  a  apreciação de determinado  tipo de literatura em  detrimento de outros tipos de  literatura.
     A “ literatura de  entretenimento” intuitivamente, ou  não, segue a  máxima  de  Miguel de  Cervantes sobre  divertir e  ensinar. Como os  autores  juvenis estão vivos e  publicando suas  obras admiradas por  seus  públicos vão receber mais  críticas  do que  elogios,mas pesquisas como a  que  foi  feita  recentimente  com Harry Potter mostra  que a  obra tem  mais valor  do  que se   poderia  imaginar.
                                                                                                  08/08/14.
                                                                                                  09/08/14.
                                                                                                  30/08/14.



quinta-feira, 28 de agosto de 2014

“Vai ter ou não beijo gay na novela ?”


 A  mudança  não assegura necessariamente progresso,mas o progresso implacavelmente requer  mudança.
Henry S. Commager

     O  mundo  mudou e estamos na  Era da  Informação.As  possibilidades  de  entretenimento  aumentaram  exponencialmente.Há muitos recursos de   entretenimento: internet,seriados,cinema, games,etc.A televisão brasileira tem a  sua  parcela de  público,mas  não é  mais o grande público de  antes do  avanço da  internet,são  nichos  específicos.
     Ainda tem  público de  novela,mas  não  é  mais a  família  toda ou  quase  toda.Para atrair  os  públicos não  muito ligados em  novela,os que  gostam de  atualidades e  novidades, também os  que se  ligam numa  polêmica usa-se  intencionalmente  algum tema  tabu para  chamar atenção ,mesmo  as pessoas que  não  assistam  novela acabam  sendo  atraídas pelas  polêmicas as  quais   atraem pelo  gosto de que passou  do limite.A expectativa  com relação a se  vai ou não ter  beijo gay  na  novela virou  uma  espécie  de   obsessão das  emissoras  de  canal  aberto e  dos  públicos  pró e  contra o  beijo  gay.
     A  obsessão  começou com a  novela América da  rede  Globo era  para  ter um  beijo entre  dois   personagens no  final, não  teve pois  foi censurado gerando decepção  em  quem  era a  favor.Vitória  dos  conservadores. Aproveitando este  embalo a  rede Record  anunciou  que a  sua  novela Amor  e  Revolução   que  antes  mesmo de  estar  no ar  já  era anunciado que  teria  o tal  beijo.Na  novela  Amor á Vida da Globo  finalmente teve o famigerado beijo,o qual  foi  comemorado por  quem era  a  favor como se  fosse vitória  em  final de  Copa  do  Mundo. Depois na  seguinte, teve  outro  beijo gay mas não conseguiu levantar a  audiência.Na  atual novela  Império  já  gerou um  bafafá,porque  parece  que  dois  beijos  gay foram censurados.Aí gerou a  polêmica se  vai ou  não ter depois.
    E  como se  uma novela no seu  total para  fazer sucesso precisasse  dessa “polêmica”  que  vira tempestade em  copo d’água entre  os prós e  os  contras para  fazer  sucesso.É  só um  detalhe que  o sensacionalismo midiático  e/ou a  hipocrisia  de  determinados públicos transformaram em  ponto central  que  na  verdade não deveria ser  para  alavancar o  sucesso da novela,mas por ser  um tema  ainda  tabu vira  tema  “relevante” para  levantar o  ibope da  novela, pois  gera  a tão  desejada  polêmica.A  qual é  intencional.
     A questão do  beijo gay é  um  detalhe na  selva  de  acontecimentos  que  uma   novela pode ter,mas  por  estes  fatores  citados , foi  pinçado como  elemento mais importante para  despertar a  atenção  dos  públicos para a  novela e  levantar  o ibope por  parte  do  interesse do  público.
     É muito marketing  por  causa de  um  determinado tipo de  beijo,pois na  vida  real um  casal gay faz  muito mais do  que  beijar.Só que nas  novelas não  pode mostrar  ainda, pois  se  só  um  beijo gera tempestades em  copos d'água, o  restante do  que acontece numa  relação homoafetiva viraria  um  tsunami em   copo d’água.É   como disse o  protagonista da  novela Império  Alexandre Nero: “ Vocês ainda  não entenderam por que nas  novelas não tem  sexo,drogas,beijo gay e  violência gratuita? Porque  isso só  existe na  vida  real.” Virou uma  novela fora  da  novela.
                                                                                                  09/08/14.
                                                                                                  12/08/14.

                                                                                                  28/08/14.

domingo, 24 de agosto de 2014

Crônica Gelada:


43.Auto desprezo intelectual  nacional

A manipulação da opinião pública é uma espécie  de  preocupação.Mas  a  alteração da  estrutura da  sociedade é  algo muito  diferente.

  Melvin Tumin

      Aprendemos  desde  cedo a  desprezar  o próprio  país  que  vivemos não só  através  dos filmes estrangeiros entre  outros fatores ,mas  também  através das  pessoas ao  nosso  redor  como  alguns pais e professores.O preconceito  que tudo que vem de fora e bom e  o que é  daqui  é ruim ou não presta   está  entranhado na cultura  brasileira  em geral faz  muito  tempo e  este  preconceito também esta  entranhado  no meio  que se diz intelectual devido  aos desdobramentos  do  complexo de  inferioridade e  complexo de  vira-lata  ,pois  os grandes  gênios  europeus  são da Europa ou estadunidenses dos Estados  Unidos.
     Há a  vertente  nacionalista que defende  o país em suas coisas  boas ,mas  a  vertente  que  auto despreza ao  próprio país é  mais forte e numerosa como  um efeito  papagaio em e de  larga escala,como se a maioria fosse  como  o  Antón Ego do  filme Ratatouille. Mas também antes tinha  a crise  econômica galopante,a Guerra Fria caminhando  para o  fim oficial(pois  não  morreu como em  quanto ideologia ) e não  tínhamos  o acesso as informações  via internet  como temos  hoje.Sou de antes  da popularização da internet.Neste contexto pessimista  tive um professor  no Segundo Grau,atual  Ensino Médio  ,que destilava  todo o seu pessimismo dizendo que não vale apena  lutar pelo país,o melhor nos  alunos fazermos um curso de datilografia e ir embora para os Estados Unidos onde  trabalhando fica-se rico da noite para o dia.Na época  os Estados  Unidos  era  a  terra prometida  economicamente  falando e  os  filmes  convenciam  a  pensar  assim facilmente.
     Na  faculdade a mesma  coisa ,mas de outro modo: alguns  professores que faziam mestrado em  outro país, especialmente nos  europeus, idolatravam  os países  que foram estudar  idealizando  e exagerando um pouco ou até  demais o lugar onde foram  como  muito melhor  do que aqui em  termos intelectuais  e  de  povo  pensante  que não  se  submete  a  governo  corrupto ,pois antigamente  era mais  difícil  viajar  para  o exterior e  o acesso  a pós- graduação  era  mais  complicado fortalecendo  o conceito de  elite  intelectual  . Se tal  país era  tão  melhor assim, por que  voltar  para  o país de origem?Nessas  situações é a pergunta  que paira  no ar.Resposta : o prazer de  se colocar  superior  aos  outros,mostrar  que  foi  onde  nenhum compatriota jamais  esteve , em especial,os  alunos .Uma  parcela  era assim ,outros  professores  eram mais  pé no chão e as  vezes só contavam algumas  particularidade  cultural  para  exemplificar  um assunto. O acesso a  informação era escasso,não  havia  como   comprovar  certas coisas.Hoje  há e nem  precisa  viajar  para saber que  não era  bem assim e  alguns  detalhes  eram  exagero.
     Havia  um  “que”  de  guerra  fria na  idolatria  aos europeus e  também a  dominação  ideológica   socialista     com   um pouco de  ressentimento  político devido a  ditadura  militar.Por  isso ,entre  outros  fatores , os  autores de  best-seller brasileiros   e  estrangeiros são desprezados   pelo  meio  intelectual brasileiro.É  uma  moda valorizar  os  autores  consagrados  do passado  ,alguns  europeus  vivos  e  os  que  escrevem  difícil  para  serem  lidos  por  esta  minoria.Nessa  moda intelectual os  autores  de  best-seller  são  desprezados justamente  por  escrevem  para  o grande  público  ou  a “ massa alienada”.
     Embora  não  pareça   o  meio  acadêmico   segue  modas e  modismos  que  vão e vem  no  meio  acadêmico ,mas  como não inventou-se  nada  novo o socialismo  utópico  enquanto  teoria  e  eixo  de  orientação  é a  ideologia  que  predomina, embora  atualmente  sabemos  que  o socialismo  real  é  um desastre político  ditatorial. Tema  para  outros  textos.
    
   
   
   
                                                                                      19/07/14.
                                                                                       20/07/14.
                                                                                       21/07/14.  
                                                                                       24/07/14.  
                                                                                       26/07/14.
                                                                                       27/07/14.
                                                                                       24/08/14.




sábado, 2 de agosto de 2014

Crônica Gelada:


42.Dilema gramatical
     A distância abissal entre como se  fala e como se deveria escrever,aqui no Brasil, esconde um  fenômeno digno de pesquisa.Ou esquecemos as  formas  obrigatórias de escrevermos,incorporando toda oralidade na  escrita e  considerando-a aceitável _ o que não deixa de ser estranho e parece impensável ou  reconhecemos que o sofre  de uma  espécie  de esquizofrenia  linguística.

 Gonzalo Armijos(A esquizofrenia linguística pg.7, O Popular:23/12/12)

    É um  problema de  modismo socialista teórico .Em  qual sentido?O modo como  os teóricos de linguística  encaram a  gramática  como vilã,como uma  forma de   opressão e  discriminação  social contra  quem não participa da  educação  formal e espalham a ideia  via publicações,doutrinação nas  aulas  para as licenciaturas,etc.Pode-se  dizer  também que é um pouco de trauma  da  Ditadura Militar.Na época da  ditadura  a  gramática ,como  todas  as outras matérias, era  ensinada desvinculada  da  realidade  social para  esvaziar as  mentes e controlar os  corpos.
    Depois com a  redemocratização ocorreram algumas  mudanças,mas o trauma na intelectualidade brasileira  ficou.E  consequentemente a  busca  exagerada  de “liberdade”  em todos  os sentidos.Uma  revanche  ideologia.Criou-se  a  ideia de  que  não  se deve  ensinar  gramática  porque é uma  forma de  oprimir e discriminar as  classes populares, porque   gramática  é uma das ferramentas da elite de  manutenção das  distâncias  sociais.
    A gramática é arbitraria sistematizadora  de regras linguísticas que nascem oralmente e depois foram escritas.É importante  para a  unidade linguística   nacional,para  escrever e ser  compreendido,o   mercado de trabalho exigem o bom escrever bem,etc.É uma  forma de  discriminar?Também dependendo de como se ensina  e  qual valor é passado junto com o ensino da  mesma.Os seres humanos em toda  a  Historia  da Humanidade   para  se dizerem melhores que os outros inventaram e  inventarão um  monte de  regras e  normas desnecessárias.Para isso,por exemplo,  determinados  modismos  existem.
     O radicalismo no lado  oposto  também é  um problema,porque a interpretação teórica  encara o não se ensinar  gramática  deve  acontecer porque “os  coitadinhos” não devem ou  não precisam aprender para não  se sentirem inferiorizados.Com está  libertação  haverá  liberdade  linguística  para  se  expressar,pois  nada    é  erro,é tentativa de  acerto.Na  realidade real nõ é bem assim.
     Entre o falar  e o  escrever há  uma distância muito grande que as  teorias  linguísticas ignoram ou não  querem ver  em  nome dessa  tal liberdade que  não é necessariamente  liberdade, é  um abstração da  busca de um  mundo utópico que só existe  na cabeça dos teóricos. Virou um  problema de  comunicação entre  as  partes  e  quem perde é o ensino formal.Os  gramáticos ,por  sua  vez radicalizam a sua  maneira e  alguns  na  ênfase  do falar e  escrever  bem.
    O problema é  achar o meio termo entre as  partes que não se  entendem.Pois  cada  lado  do front  de  batalha se  acha mais  certo do que seus  opositores.E os estudantes de todos  os  níveis de  ensino são prejudicados  por isso.
    Deve-se  sim  estudar  gramática,mas  contextualizada a realidade das pessoas,conectada  com a  atualidade,mas  também ensinando a respeitar as  variedades linguísticas. Escrever  como se  fala nem  sempre é sinal de boa  comunicação,ainda  mais  em ambiente  de trabalho, em  concurso público,etc.
    O equilíbrio  do  caminho do meio ainda  não  foi encontrado.O jeito é esperar que  os  modismos  teóricos  passem e  os(as)  Antóns Egos  se acalmem  e  ponderem.Liberdade também envolve responsabilidade.
                                                                                                         17/01/13.
                                                                                                         02/08/14.