sábado, 27 de julho de 2013

Crônica Gelada:

 
19.Com o que montar um kit anti-homofobia

Aquele que fundamenta seu  argumento no escândalo e na briga mostra que sua razão é  fraca.
Michel de   Montaigne

     Devido ao estardalhaço da imprensa fui picada pela curiosidade  de assistir um dos três  vídeos do famigerado e “ameaçador” Kit gay,o material anti-homofobia  que  foi transformado em arma terrorista  por  um membro da bancada  evangélica .Tanto  barulho por nada.
     O primeiro vídeo  além de ser desenho me pareceu infantil também pelo conteúdo construído  como fábula  moral, história infantil com cunho  moralizador,bom para alunos de 5 anos ,um material  fraco para  adolescentes ,mas causaria mais  espanto e  estardalhaço por parte dos supostos políticos  religiosos.Infelizmente sexo em qualquer  desdobramento ainda é tabu para eles e muitas pessoas.Além de poder render uns muitos votinhos de eleitores assustados de plantão  que  querem  o salvador da pátria  da moral e bons costumes: o qual não existe.Pois  esses políticos contam com a ignorância e  falsa moral  do seu  eleitorado, pra não falar de outras coisas.
     Existem  excelentes documentários  e publicações de revistas  científicas  para  leigos que podem  usados didaticamente ,são sérios e mais neutros do que este vídeo assistido, além de  terem a seu favor a credibilidade da  empresa ou  instituição que os produziu,exemplos:Discovery Channel:Mistérios  do Sexo;Tabu América  Latina do Natgeo: Mutação Sexual;06-11-20 La nueva ética  sexual de Benjamin Forcano. Os quais  estão disponíveis  no youtube.Deve ter outros mais  que  ainda não assisti.
   Há também o documentário  brasileiro, se não me engano o titulo é, Não gosto dos  meninos.O saudoso Programa  Silvia Poppovic também  tratava do assunto em dias temáticos   com leveza e realidade, sem o sensacionalismo  que os temas são tratados atualmente, por ser um programa de entrevista  que não era sensacionalista.Fosse qual fosse o tema as pessoas,de famosos aos  desconhecidos, contavam suas  histórias de vida tranquilamente.O programa Opinião em Debate   também trata de  entrevistar convidados sobre  diversos assuntos, entre  eles temas  relacionados com a  sexualidade.
     Para entender a suposta preocupação dos supostos defensores da tal  “moral e bons costumes”  com o não tratar de sexo  com os  “inocentes” jovenzinhos  que gostam e gozam praticando bullying contra quem é  “diferente” é preciso ler o livro História Sexual do Cristianismo  de  Deschner Karlheing. Qualquer um sabe que  nos dias de hoje  os jovens não são nada inocentes sobre  muitas coisas,pois hoje o acesso  a informação é  muito maior do que antigamente.Os jovens começam  a vida  sexual  cada  vez mais  cedo, a  tal ponto que gravidez  na adolescência   mesmo acontecendo  com muita frequência  e em grande  escala ainda é  tratada como assunto tabu.
     É ridículo  a tempestade em  copo d’água   em cima  de um assunto que deveria  ser tratado com naturalidade, mas pelo visto  dificilmente  vai ser ,pois  dá  visibilidade para  espertalhões  aparecem como  salvadores da pátria para os desavisados.Qual pátria?


                                                                                               21/07/12.
                                                                                               26/12/13.
                                                                                               23/07/13.

                                                                                               27/07/13.

sábado, 20 de julho de 2013

Crônica Gelada:


18.Trauma de  casamento:quando não há o “felizes para sempre”.

  Entre casais, então o diálogo é o material mais  raro que existe .Ali, sim um não consegue  escutar o outro.Cada  qual usa  todas as suas  forças, argumentos, gritos e uivos ,mas nada muda o outro. Porque o que se busca é mudar o outro e não cuidar  da própria vida, até porque muito do que  pensamos  ser do  outro são nossas próprias  questões.
 São casais  que vivem  juntos sem aprender um com o outro, sem nem ao menos  saber quem é o outro.
Luciene  Godoy(Quem ainda  acredita em diálogo?, O Popular:03/06/12.pg 9) 

     Certas coisas incertas na trama da vida em sociedade sempre  me intrigaram.Talvez por isto busque   respostas.E as respostas  são só a pontas  de  iceberg no  complexo jogo da vida.
     Existe  um incomodo quando pessoas não se casam, porque casar  virou e é  obrigação  social não é  só escolha pessoal. Também existe uma pressão social e especialmente  familiar   para que haja  casamento.O motivo pelo qual a pessoa não quer   casar nunca é perguntado,pois é o que menos interessa para quem quer  que haja união  mesmo que forçada por alguma situação.
     Porque  algumas  pessoas não se  casam ou não querem casar?Muitos podem ser os motivos.Traumas podem ser o  principal motivo.Como  os citados na crônica anterior  que vira e mexe  recheiam  as  crônicas policiais de todo  santo dia.Algumas pessoas superam seus traumas ,outras não. Outras  nem tem trauma, simplesmente  resolveram permanecer  sozinhas. Na ficção  casamento  é sempre  sinônimo de felicidade,o que não acontece para todas as pessoas no mundo real.Conto de fadas não rima com pesadelo.Mas  na vida real alguns casamentos são verdadeiros pesadelos.Pode ser  nesta  situação que alguns entre os traumas do passado que  podem acontecer.Cada  caso é um caso. E só  quem está dentro da  situação é que pode  contar a sua  versão da  história, a sua  verdade,mas quem quer ouvir e/ou compreender?Ter de vivenciar o dia a dia  como o inferno que pode ter sido  o casamento dos pais entre outros problemas que podem ocorrer no meio do caminho.Ou achar  chato dividir a vida com quem não  te entende ,mas quer te controlar.Ou aguentar  ciúme  possessivo  de um ou dos  dois respectivamente,etc.
     A sociedade  de modo geral cobram depois dos  30 anos que as pessoas se casem,principalmente se for mulher.Mas  atualmente os  homens também estão sendo  cobrados na forma de  desconfianças com relação a orientação sexual.Ninguém está interessado(a)  em ouvir as lamúrias de como a vida a  dois pode ter sido muito diferente do que a felicidade padrão prega,uma ilusão para os outros de fora verem e  admirarem; a menos ,é claro, que o(a) ouvinte seja psicólogo(a).
     Apesar de algumas mudanças sociais como as mulheres no mercado de trabalho, etc e tal, ainda há a perpetuação da  violência  doméstica  e pouca proteção as vítimas por parte  do Estado apesar das lindas leis no papel, coletivamente  as pessoas em geral  acreditam firmemente  no mito da família feliz e na  família nuclear  como o único pilar da sociedade.Apesar de  existirem famílias  com arranjos  diferentes da nuclear que são felizes,mas isto não é levado em conta.Por isto mesmo muita gente infeliz no seu casamento  se sente  ofendida  e incomodada pelas opções de vida diferente da  estabelecida como o normal.E normal dependendo do contexto é uma palavra muito perigosa.
     Quando o(a)  solteiro(a)  convicto(a) ou a pessoa   que quer casar,mas não encontra parceiro(a) pertence a um   grupo  de convívio social parece que  toda conversa é obrigada a girar em torno do que fazer para mudar isso ou mudá-lo(a).E solteira tem de lidar com mais um  problema,é  vista  também como mulher desesperada para casar  com qualquer um que apareça.E há  quem se meta  em problemas como  relacionar com homem casado que aproveita  a situação para ter  aventuras extraconjugais(em  tese cultural  a sociedade deveria  ser monogâmica,só que não é  para uma parcela bem grande da população ) .
     Casar  ainda é uma obrigação social apesar  de  haver mais liberdade atualmente,por isto muita gente casa ou junta-se para mostrar  que está casado(a) para os outros,estratégia  para  calar a vizinhança.A língua  dos outros  é uma  excelente  prisão.Mas  o sonho  não acabou na ilusão,pois ainda tem uma pitada de algo pessoal que é  não sendo coletivo: o sonho do príncipe  ou princesa  encantada.Casar ainda  é um bom status social,mesmo não sendo por amor em muitos casos.
     Ninguém pergunta a pessoa  qual o seu motivo para ser  solteiro(a).A razão.E esperar   que fale sem ser  julgada precipitadamente.Respeitar a opinião  alheia quando é diferente da sua é o que  as pessoas menos fazem. Tentar compreender é difícil,mas não impossível .
    Se a  pessoa tem algum trauma ou não, só  ela pode dizer com propriedade o quanto foi  atingida pelo acontecido.Alienação  parental  de pai contra mãe e mãe contra pai pode  acontecer  diariamente com separação e sem separação, se lembrarmos   daqueles  casais que amam se odiar dentro e fora de casa e os que precisam de uma  plateia mais ampla.Violências verbais constantes.Manipulações emocionais.Pessoas  magoadas  que tem por hábito magoar os outros ao redor, entre outros motivos.  O  dialogo  depois que perdem  todo o respeito são brigas, ofensas, trocas de farpas,etc,na frente dos  filhos.Viram a única  forma de comunicação.Também há  aquelas  relações de dependência  emocional sadomasoquistas,nas quais um é sádico  e o outro masoquista  ou os dois são as duas  coisas em tempos  diferentes na frente  da plateia  infantil.
     Infelizmente,   uma parcela da realidade   muito diferente do imaginário  publicitário  social de famílias  nucleares felizes e harmoniosas  que povoam  apenas  as peças  publicitárias.  A realidade  é um leque bem mais  complexo  e problemático.

                                                                                       06/05/12.
                                                                                       15/05/12.
                                                                                       25/06/12.
                                                                                       18/07/13.
                                                                                       20/07/13.


sábado, 13 de julho de 2013

Crônica Gelada:


17.Paradoxos sociais e familiares

Somos tão fúteis que nos importamos  com a opinião daqueles que não nos importam.
   Marievon Ebner-Eshenbach
O que  faz agora  com as crianças é o que elas farão com a sociedade.
Karl Mannheim

      A mesma sociedade(ocidental) que  condena a  mulher quando é  omissa na proteção dos filhos quando estes sofrem abuso sexual ou outras violências por parte do pai, padrasto ,namorado, companheiro, ficante,etc, é a mesma que diz  que mulher solteira é uma ninguém social, a qual falta uma  parte para ser  alguém:a esposa de alguém.Qualidade no relacionamento? Isto é o de menos.
     É condenada a ouvir sempre as perguntas do tipo:não casou? Quando vai casar? Vai ficar pra tia? Etc,ou seja, coitadinha ninguém te quis. Apesar das ditas mudanças sociais  a sociedade dá todo poder simbólico entre outros poderes ao homem e  depois não entende por qual razão a mulher se submete, aceita abusos e é omissa na  proteção dos filhos.Sem falar na velha  e conhecida ineficiência  do Estado na defesas da vida  das  cidadãs  e suas  crianças.
      Não estou defendendo o que parece num primeiro momento  o absurdo, apenas observando o quanto o absurdo é a normalidade  quando ninguém fica sabendo do famigerado segredo de família .O problema  é bem tipo o ditado popular, se correr o  bicho pega e se ficar o bicho come: que pode  significar antes mal acompanhada do que sozinha.Tudo tem suas  complexidades.
     Além disso é mais  algumas  coisas existe as questões de ordem material da dependência  financeira, no caso da mulher que não trabalha fora de casa.Mas no caso da mulher que  trabalha fora de  casa há questões mais  complexas como a dependência  emocional e seus desdobramentos, sem esquecer de comentar questões que preocupam mais as mulheres do que os homens como o medo da solidão, antes mal acompanhada do que só, o que os outros vão dizer(em especial, familiares  e amigos)?, a eterna esperança que o sapo vire príncipe,ver o(a) próprio(a) filho(a) como rival que pode ou vai “roubar” seu  companheiro e não  vê o homem como o canalha  da situação quando  ele o é(a estratégia  de defesa do estuprador:ele(a) que me seduziu!Na cabeça da mulher dependente  emocional  a estratégia  do estuprador  funciona como uma desculpa convincente  e  conveniente para perdoar o  criminoso e culpar a criança ou  jovem, que passa a ocupar o papel de  amante),não aceita que o sonho de princesa  através do casamento  não deu certo.
      Sem falar já  falando nos casos mais estranhos de mãe que oferece a  filha como amante para o companheiro permanecer com ela como se fosse a coisa mais comum do mundo.Talvez seja, até que  a vítima  denuncie.Aí os jornalistas policiais fazem o alarde e os culpados  “percebem” o abuso através  dos olhares externos  já que  quem tá  dentro da situação não vê  como absurdo do abuso : tudo para mostrar para os outros que não está sozinha  socialmente.
      Por  esses e demais motivos que  só quem de cada caso  em questão saiba. Como também por adestramento social as pessoas ,em especial as mulheres, preferem viver na mentira que criaram para si e para os outros do que encarar de frente a dura realidade dos fatos: nem tudo são flores dentro de determinados tipos de  relacionamentos, ainda mais  os  de aparência .
    E por outro lado , há o adestramento para os homens e, as  imposições  sociais para o homem o qual  deve ser sempre o pegador insaciável  que pega todas as mulheres  , tal afirmação acaba incluindo subliminarmente crianças e adolescentes, a pedofilia ocasional, a desculpa biológica  que o homem tem mais  necessidade de sexo do que a  mulher  a qual pode ser convenientemente usada para  justificar traições entre outros abusos já anteriormente  citados.Pois como já  foi dito milhares de vezes na imprensa, predadores sexuais de crianças e jovens são pessoas próximas  e de confiança das vítimas, os  estranhos na  maioria dos casos são predadores sexuais de mulheres adultas.
     E  observando a questão  a nível mais  macro também há a falta da preparação do Estado(todos os níveis  governamentais) e oferta  de ajuda  para quem resolve  romper o silêncio.A imprensa sempre mostra  falta de pessoal qualificado, poucas casas-abrigo para a alta demanda  a qual é  crescente; as leis de  proteção são  boas, mas não são acompanhadas  com os investimentos  financeiros necessários  e qualificação  de  funcionários  para atender e proteger as vítimas.O que cai no  problema do velho ralo da corrupção:o dinheiro não chega  aonde é preciso.Por mais que o governo arrecade impostos, o dinheiro não chega aonde deveria ser aplicado.Leis antigas, penas leves, pagamento de cestas básicas ,etc, dão aos criminosos a total certeza da impunidade.Uma  correlação  de fatores  que auxiliam  a vida de bandidos abusadores,pois deixam as vítimas  desamparadas.
     A punição fica apenas a nível de vexame  público que a sociedade logo esquece,  pois incomoda  por ser tabu.E no círculo familiar e de amizade do criminoso o tipo quando exposto ao  vexame  público vira aos olhos deles herói  ou mártir , pois  os outros se meteram num  assunto de família  o qual deveria ser  segredo.E a vítima  vira  vilão da  situação.
      Os  crimes  de violência  doméstica e sexuais arranham,mas  não destroem  o mito da família feliz tão presente no imaginário  social nas  propagandas, seitas que se dizem  Igrejas apelando para a leitura da  Bíblia ao pé  da letra  para justificar  a submissão da mulher ao marido esquecendo que  a época é outra, as igrejas  tradicionais também,etc.As  pessoas ,em especial os parentes, exigem  depois de uma certa idade que a mulher se case (com qualquer um) para dar uma  satisfação a  eles e aos outros: vizinhos, amigos, inimigos, colegas de trabalho, etc.
      A  questão das escolhas sociais e pessoais se cruzam o tempo todo. O que é mais importante?O que escolher: o status quo?A manutenção das aparências? O tabu?O bem-estar das  vítimas?Etc.Rever conceitos e mudar maus hábitos enraizados é  algo difícil e demorado, mas não é impossível.Mas vai depender  de um novo acordo coletivo enquanto seres sociais.
                                                                                          29/05/12.
                                                                                         30/05/12.
                                                                                         11/07/13.

   


Crônica Gelada:

                                                                                                
16.Diante da morte de alguém querido...

                                                       Para o tio Adevaldo, apelido Dé

    A morte é a única  certeza da vida.Nosso tempo é finito,mas aprendemos ou fomos adestrados a agir  como se não fosse finito e decisões  sobre a vida pudessem ser procrastinadas ao máximo.Ou deixa pra  amanhã  que significa nunca. É tabu falar em morte, embora de repente podemos não mais estar aqui no dia seguinte por alguma fatalidade ou alguém que  gostamos.Cada dia nascemos um pouco.Cada dia morremos  um pouco,mas pensar  nisso dói, como também pensar em muitas outras coisas.
    Nossa cultura ocidental nega a morte  embora mate o tempo todo  através  da  valorização do(a) eternamente jovem:perguntar a verdadeira idade  cronológica de uma mulher virou falta de educação; se alguém morre mesmo por causas naturais a  culpa não é das causas  naturais é colocada no médico que  cuidou ou que não cuidou, fulano ou beltrano que não fez isso ou aquilo. A culpa é sempre de outra pessoa ou  da situação como se o fim fosse   evitável.
     Depois que  uma  pessoa boa morre é que se dá o devido  valor , o crédito,o carinho o qual deveria ter sido recebido em vida,mas é uma daquelas coisas que sempre deixadas  para depois. Depois que perde é que se dá valor.Depois...
    E depois da morte pensamos  no tempo e  respeito que  poderíamos  ter dado,mas damos  pouco  ou os que não deram  por estarmos  atolados na batalha diária  da  vida, do trabalho,dos grandes e pequenos problemas,etc, tudo superdimencionado pelas urgências , medos e raivas. 
    Preocupações demais com pequenas coisas que virão maiores  do que nós.Aprendemos ou fomos adestrados  a não ver ou ver demais pelo e no foco  errado,esquecemos que certas grandes coisas que não damos o devido valor são pequenas e estão ao alcance das mãos.Só depois  de perder é que se dá o devido  valor .A devida importância .Depois de perdido.
     É nessas horas tristes que pensamos  no  maldito medo do ridículo .Ser  normal, ter sentimentos, não é ser ridículo .Por que  amar é ridículo?Falar  com uma criança  como se fosse uma criança é  ridículo?Ser você  mesmo(a) sem a rígida  postura de adulto(a) é ridículo?
     A censura constante mata um pouco todo dia e não se percebe o quanto o excesso  de rigidez é o  grande ridículo  em sua seriedade doente  ser do não sendo.A morte  da  automutilação dos sentimentos,dos momentos de ternura, de ver a vida como vida.Morresse espiritualmente e não se vê. A alma sangra,mas não se vê.Só quando  a alma ferida por algum motivo derrama sangue.
     Diante  da morte a certeza da  nossa pequenez, o  sentimento de impotência , a dor, o inconformismo ,mesmo sabendo que o  inevitável fim um dia chega. E quando chega é muito  triste apesar de ser  inevitável. Por um momento tudo perde o  sentido.Algo se quebra . Depois  recolher os cacos  e  recomeçar a viver.
                                                                                                 14/05/12.
                                                                                                 01/07/13.
                                                                                                 07/07/13.    

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Crônica Gelada:


15.Sexo marketing

Você não pode  confiar em seus olhos quando sua imaginação está fora de foco.
Mark Twain   
  
      O instinto sexual(“normal”) é  poderoso nos seres humanos,assim como nos outros  animais , e a suposta censura moral o  torna mais poderoso  e atrativo  ainda, como  e enquanto tabus e as tentativas de romper os tabus dentro do determinado padrão  cultural .E normas envolvem  o que é mostrado e o que é escondido, entre outros aspectos.
     Seja o escândalo  midiático  ou o silêncio de chumbo sobre os sexos,ambos alimentam  fantasias, medos, loucuras, abusos, a tentativa desenfreada de controle gerando formas de tentar fugir deste controle.O sexo  é uma necessidade básica  de  e para a vida como proliferação  da espécie  humana e busca  de prazer que foi transformado em pecado  nos discursos  religiosos, é o que nos lembra que somos como os outros seres  vivos, mas fomos  adestrados(as) a não  ver deste modo, como também  a não ver outros  aspectos do assunto  com e como normalidade.Por essas e outras coisas,  a prostituição é  considerada uma das profissões mais  antigas do mundo. Além  disso prostituição  e tráfico de pessoas  são dois dos negócios ilegais  mais lucrativos  no mundo entre outros por causas que incluem a satisfação do instinto sexual:busca por prazer .Mesmo que o prazer signifique a escravidão e o sofrimento de outros seres humanos.Olhando um entre os vários aspectos da questão  que é muito  amplo , complexo e controverso.
      Mesmo com criação de regras  sociais e normas de conduta e tudo mais  o instinto  sexual  não  é completamente  sublimado.Poder ser  autocontrolado pelas pessoas,mas não  totalmente controlado por fatores externos como querem os moralistas de plantão e os falsos moralistas. Embora alguns  formas de controle  externo sejam necessárias  para evitar crimes sexuais.
     Muitas propagandas foram e/ou são  feitas no intuito de vender seus  produtos de forma agressiva e reforçando esteriótipos para o público masculino sobre o corpo feminino e por isto usavam de modo escancarado,outros de modo mais sutil e os que  abusavam do direcionamento para o  instinto sexual apelando  para  os corpos femininos de beleza padrão para  associar  o consumo do produto com o ato sexual com a determinada mulher.Consumir igual a  possuir a pessoa objeto e transar, ter prazer através do poder do dinheiro,mesmo que seja uma ilusão momentânea  e um prazer passageiro.
     Fato que deixa as feministas militantes furiosas e alguns homens  confusos por não compreenderem o cruzamento pejorativo de símbolos ,pois a  associação do corpo feminino com o produto ,seja ele qual for,  para alguns deles deveria ser encarada como elogio,mas  simbologicamente  é uma ofensa.Um falso elogio.
     O sexo e a sexualidade chamam a atenção das pessoas , em especial dos homens por serem mais visuais e serem adestrados para  provar que são  homens o tempo todo, por isto as estratégias de  marketing mais agressivas usam ás vezes abusando do corpo feminino para  chamar atenção para um determinado produto ,mesmo que este não tenha nada haver com  sexo.
     Artistas, as artes em geral, em início  de carreira ou não usam os temas relacionados ao sexo para chamar atenção para o seu trabalho,tentar romper tabus, polemizar, fazer  nome,etc.É a obsessão de alguns segmentos artísticos e de determinados  públicos.
    Em literatura, alguns dos grandes clássicos consagrados  são sobre sexo, alusão ao sexo , a sexualidade, etc por ainda ser tabu.Nas artes ,no geral, a rebeldia as normas sociais  e as repressões  sexual,religiosas e outras são mais toleradas.Como válvulas de escape? Pode ser.Mas para os moralistas de plantão , não é bem assim, pois não toleram por ser atentado a suposta moral e  bons costumes.Talvez por isto exista o ditado popular “tudo que é proibido é mais gostoso” ainda  mais se  gostoso tem haver com prazer , em especial sexual.
     Cantoras  norte-americanas  usam e  abusão de roupas curtas  para chamar a atenção das mídias e dos públicos,pois  o corpo é parte do instrumento de trabalho ,  junto com a voz, que chama atenção  do público,especialmente do masculino:novamente  voltando a  questão da ilusão, fetiche,poder econômico , cruzamento de símbolos. Por isto, elas  de repente   aparecem por aí mostrando que não  estão usando calcinha:para  as mídias  de fofoca ou moralistas de plantão é um prato cheio para  fazer tempestade em copo d’água.No caso de cantoras  com pouca roupa   ora são vistas como sexualmente poderosas,ora como imorais,ora como a mistura das duas coisas.Sempre haverá controvérsias e opiniões diferentes.
      Personagens de revistas em quadrinhos  são sempre ou quase  sempre colocadas em microroupas ou quase nuas para atender as fantasias  masculinas de alguns homens,mas  dependendo do contexto ficcional são vestimentas pouco práticas para  situações de  combate,mas nas  ficções há a tal da  liberdade poética até neste caso também.Mas o que era para ser liberdade  virou imposição.É também o caso das personagens femininas de  videogames para atender ao fetiche de criadores e consumidores masculinos e alcançar o objetivo do consumo do produto, seja qual for.
     Gostando ou não o sexo e tudo relacionado a ele  é uma  boa  estratégia de  marketing,pois  capta facilmente a  atenção das pessoas e  estimula  fantasias,desejos de consumo.
                                                                                                  15/04/12.
                                                                                                  07/06/12.
                                                                                                  29/06/13.
                                                                                                  30/06/13.
                                                                                                  01/07/13.
                                                                                                  02/07/13.

                                                                                                  04/07/13.