sábado, 31 de dezembro de 2011

Gaiola sem grades

Não me surpreendo mais
Com mulheres que
Cavam a própria cova
Investindo em sonhos
Que viraram pesadelo.
A eterna espera
Do príncipe  encantado
Que nunca vem.
A própria morte
Anunciada para quem
Não quer ver.
Por  sua vez o Governo
Faz corpo mole diante
Do extermínio de mulheres.
Acuadas por todos os lados
As poucas que tem forças
Para fugir enfrentam
O descaso das autoridades,
O descrédito da comunidade,
A violência velada da coletividade,
 Falta de apoio moral e falta de tudo.
Num mundo,este mundo
Onde as aparências
Valem mais do que
Tudo.
Os carrascos e assassinos
Só precisam fazer cara
De santo ofendido em
Sua pseudo-honra até o
Momento de consumar
O crime. E depois.
Todos só acreditam
No fato de fato
Depois que o crime
Acontece e é comprovado.
                                             21/08/05.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Peça de quebra-cabeças VIII

A atualidade é socialmente
Mundos de guetos,
Até dentro das escolas,
Muros das vergonhas dos
Sem vergonha na cara,
Alienações até de si
Mesmo(a) perante
Si mesmo(a).
Tudo dividido
Separado militarmente
Planejado
Enquanto o Mundo
Planeta Terra
Acaba aos pouquinhos
Sem espetáculos
Pirotécnicos  ou
Explosões faraônicas.
E depois para livrar
A consciência de
Qualquer culpa
Culpa-se apenas a violência
Da tv, na tv que
Não é o fim
Mas um meio
Entre  tantos
Outros jogos de
Sistemas de guerra.
Violentados todos os dias
Por ideologias nada ideais.
Pessoas desavisadas
Pensam que violência
Que é violência
É apenas a física.
Esquecem que a psíquica
É violência  que deixa
Marcas na alma,
Talvez, para sempre.
E há quem sabe disso
É usa para destruir
Futuros alheios porque
A ideia de ser superado(a) é
Extremamente torturante
Para quem se coloca
No alto do pedestal.
Destruir potenciais e
Qualquer mudança
Para melhor
Por menor que seja: é
A regra.
                                     19/08/05.



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Peça de quebra-cabeça VII

Na prática a teoria
É  outra, pois o abismo
Entre teoria e prática
Não foi transposta.
Entre o falar e o fazer
Outras qualidades de
Abismos.
Oralmente modernos(as)
Atualmente antiguados(as)
Os casos entre casais e
Ninguém encontra
Satisfação,poias as ditaduras
Vem de todos os lados:
Como a ditadura do prazer.
As pressões  de cada
Ditadura levam ao
Cansaço mental
Quando não alcança
A loucura.
E se alcança a loucura
Passa ao extremo
Da falta de limites.
O abrigo  para não
Enfrentar  o presente
Como está diante dos
Olhos e dos olhos dos outros
É dizer "como as coisas
Eram boas antigamente"
Ou "no meu tempo
Não era ou era assim".
Outro abismo
Tempo e espaço
Separados para evitar
O confronto,
De  encarar de frente
O presente do hoje
Como ele é com todos
Os conflitos, contrastes,
Abismos e tudo mais:
Evitar a dialética e o dialógo
Para evitar até a si mesmo(a).
Tentando evitar sofrer,
Porém sofrendo o remoimento
Dos movimentos interiores.
                                               18/08/05.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Estrangeiros(as) de si mesmos(as)

Alienação de tantas coisas!
De si  mesmo(a) como ser
Humano(a),
Do parceiro(a) com a
Pessoa que diz amar,
Do senso de coletividade,
Do(a) outro(a) como (ini)amigo(a)
Desconhecendo sempre
O (a) verdadeiro(a) inimigo(a),
Da ecologia  até do quintal,
Do senso político que a
Ditadura tentou assassinar
Assassinando pessoas:
Adormecido elo de conexões
Que ás vezes desperta e dorme,
Entre outros.
Cada vez mais estranhos(as)
Num mundo estranho
Cada vez mais estrangeiros(as)
Na própria terra e Terra.
Dentro de si. Dentro da mente.
                                                    05/08/05.
                                                    20/08/05.  

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Objetos moldados II

Sob o signo da
Burca ao avesso
Burca in-visível
Que não esconde o corpo.
Mostra os corpos,
Mas só um tipo de
Corpo é valido, valorizado,
Respeitado, desejado, etc.
A sutileza da prisão
Que conclama-se
Liberdade: campo de concentração
Dentro das mentes.
Liberdade que também
Virou palavra esvaziada
Ou desvirtuada de
Sentido ou significado.
Liberdade igual a prisão
Dominação, humilhação, etc.
Hitler está vivo e manda
Notícias  na sutileza
Do cotidiano programado :
Dietas que levarão a morte.
                                            18/07/05.
                                            20/08/05.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Artimanhas públicas

Publicidade adapta-se
Adaptada
Pelo senso in-comum
Que  dita as regras
E rega os rumos
Do jogo desigual:
Vira senso comum.
Reduções da rede
Visual: cultura para a massa.
Imagens de um imaginário
Que vira imaginário popular
Mas que não era nada popular.
Do pouco que mudou
Adaptações estéticas :
Valorização da beleza artificial,
Fazem o show
Da capa em espada.
A burca ao avesso
Implantada
Dentro da mente
Mulher enquanto corpo
E só um tipo de corpo:
Jovem. belo e magro-
Anorexico, bulimico
Exibido como forma
De liberdade, sucesso, poder.
Liberdade que é prisão
Aprisiona sem paredes:
Leva(ndo) aos abatedouros,
Quando não apenas adoece
As divas e as mortais.
                                    15/08/05.
                                    17/08/05.
                                    23/08/05.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Outras cenas cotidianas

O pai e a mãe ensinam
Com "naturalidade"
Que  homem não chora.
O menino ouve e aprende
Que é feio chorar.
Não é feio arrancar sangue
De quem brigar com ele ou o
Destratar. O assédio moral constante.
Nos perdemos entre
Monstros de nossa
Própria criação.
Homem que não chora
Reverte em agressividade.
Coração espetado com
Mil agulhas
E mente afiada por
Mil  espadas.
Não há espaço para
Reflexão. Auto-conhecimento.
Só para a ação.
Depois só a violência
Na midia
É  a culpada por tudo
De ruim quando
"Loucuras" são cometidas
Pelos homens violentos.
Diante do "choque"
Ocorre um esquecimento
Coletivo do conselho
Desaconselhável  que a
Mãe e/ou pai dava ao filho
De que homem que é
Homem lava sua
Honra com sangue.
Ainda dá com  sutilezas
Quando o mundo além
Dele também dá de muitos
Outros modos:
Traição feminina é crime.
Traição masculina é marca
De virilidade no consciente
Coletivo.
Coletivo que não aceita
Questionamento:
A maior violência que
Os desenhos japoneses cometem
Contra este estado de comportamento
É mostrar os heróis e/ou vilões
Chorando por vários motivos.
Os fortes choram e uma parcela
Do público não aceita.
Não diz por que sente-se ofendido.
                                                         17/08/05.
                                                         18/08/05.
                                                         20/08/05.
                                                         23/08/05.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Casca em decomposição

O amor?
O que virou o amor?
A mais bela
Palavra esvaziada
De sentido, de sentimento,
De tantas outras coisas.
Vazios preenchidos
Com sexo.Sexo pelo sexo.
Preencher... Vazio...
Rechear para não enlouquecer
De uma vez.
É permitido enlouquecer
Aos pouquinhos
Enquanto finje de normal.
Normal nada normal.
De perto ninguém
É normal.
Normal?
O que é ser normal ?
Normalidade é o caos
Das inversões
Nos mundos
Cada vez mais insanos.
Ou sempre foi insano
E a gente
Que não percebia.
Sem comunicação presencial
No mundo da
Comunicação global.
Calamidades no silêncio
Da alcova
AIDS galopando pelo
Mundo físico como o
Cavaleiro do Apocalipse.
Falta de lealdade ou ilusão de ...
Com a parceira  e a
Busca constante  de mais
Parceiras parciais com falta
De cuidado ou qualquer
Outra coisa
Transformaram Eros
Na amalgama de Thanatos.
Com Thanatos é Eros.
Armadilha do pensamento
Mágico: só acontece com
Os outros, nunca comigo.
                                        20/08/05.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Peça de quebra-cabeça IV

Crime passional:
Lorota de um jogo
Avesso e "direito"
Se misturado a
Pleno coquetel molotov.
O criminoso com
Direitos demais
E a vítima com
Poucos direitos
Fica sem direito
Sobre a própria vida.
Matar é a solução final
Para quem odeia o outro
Como inimigo mais do
Que mortal.
Quem ama cuida
E quer ver o outro
Aliado a vida,
Feliz mesmo entre
Altos e baixos que
Os desafios oferecem.
O passional vê parcial.
Parcialmente fala,
Parcialmente pensa.
O outro é um outro eu
Que não está colado.
Parcialmente percebe
Outras vozes,
Pois só ouve o que lhe
Interessa.
Crime é crime.
Passional é parte
Do grande egoísmo.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Capas de casca

Na França
Marie Trintignant
Foi  morta pelo namorado
Bertrand Cantat.
Violência doméstica
Não é patrimônio
De um país, religião ou tecnocracia
É praga que ocorre
Em todos os países.
Em países pouco desenvolvidos
Ou em desenvolvimento
Econômico
É considerado coisa
Corriqueira.Sem importância.
Em países desenvolvidos
Choque, espanto, perplexidade
Pois se são evoluídos, ou se dizem,
Não deveria acontecer tal fato.
No país berço do Iluminismo
Mais absurda fica a situação
Pois não deveria, mas
Acontece.
Nos pequenos detalhes
Escondem-se gra(n)des
Ideológicas.
Cada ideológia tem
A sua modalidade
De violências.
                                             13/08/05.
                                             15/08/05.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Objetos modelados

A burca ao avesso:
Exposição exagerada e/ou
Desnecessária do corpo
Feminino
Para tudo em forma
De comércio:
Vender cerveja, tinta, balinha,
Regimes, estilo de vida, etc.
A burca que tem três pés:
Beleza, magreza e eterna
Juventude.
As fora do padrão
São cartas
Fora do baralho,
Só aceitas como consumidoras
E apenas como consumidoras
Das ilusões
Não feitas por elas.
Mas aceitas sem questionar.
A burca ao avesso
É um dever dado
Pelos homens  e mulheres presos
Ao espírito de corpo
Do corporativismo
Construído
E controlado(r).

Artimanhas do discusso político

Aparência tem mais
De um uso político,
Além do fetiche, além da
Discriminação.
Depois do 11 de setembro
Aparência também virou
Tema de comparação para
Dizer que machismo é
Coisa só de mulçumano
E a roupa(burca) é forma de opressão.
Mesmo nos E.U.A.  existe
Machismo, mas as atuações e
Nuances são outras:
Variando de acordo com
Cada cultura.
Olhar os erros dos outros
É fácil, mas no  próprio
Quintal nem é percebido:
 A falta de  roupa
Também é opressão.
                                            20/08/05.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Outro fio de esperança

"Amazonas modernas"
Não odeiam todos os homens,
Só alguns que merecem o ódio,
Aceitam a parceria com homens
E são aceitas por eles.
Cada caso é um caso.
Cada ficção é uma ficção.
E o real ...re-inventa...
O tempo é o agora.
Passado é passado
E passou.
O futuro ainda
Não chegou.
E o presente
Inventa!
E tenta fazer diferente:
Melhor,mas há quem
Prefere o pior.
Tentar  fazer melhor.
Tentar  escapar da
Prisão sem muros
Para seguir em frente
Mesmo no caminho
Da aspiral.
                                   20/08/05.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Egos masculinos atingidos

       Não é pela falta de capacidade que não se filosofa, mas pelo medo da descoberta de um mundo que, talvez, não seja aquele com que estamos acostumados e no qual  já nos acomodamos.
                                                              Gonçalo Armijos Palácios 


O herói da triologia Matrix
Foi "pisoteado" pelos críticos
De cinema:
Um  sentimento coletivo
De  ameaça no ar,
Até o interprete  não escapou
Porque não se enquadrou
No perfil de macho durão que
Resolve tudo sozinho.
Herói-humano-divino que sente
A angústia de ser o
Predestinado que não sabe
Ao certo se tem forças
Necessárias para destruir
Seu gigantesco oponente e
Preocupa-se com a coletividade.
Ele salva e é salvo por
Trinity.Amor suaviza e fortalece,
Transforma e equilibra.
O par que se complementa.
Como isto irrita os machões.
                                             __/__/__.
                                             21/08/05.                          

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Sutileza nada sutil

As personagens de Matrix:
Trinity, Niobe e Persefone
Foram "elogiadas"  apenas
E enquanto
Corpo de suas interpretes
Por muitos comentaristas
Da imprensa
Embora  não estivessem
Na história só para enfeitar.
Um espírito de corpo
Que só vê o corpo e
Não aceita personagens
Femininas fortes e atuantes.
Uma irritação que quer
Diminuir a importância
Das personagens por
Serem mulheres ,pois
As meninas não
Devem vê-las como
Exemplo ou inspiração
Para o futuro:
Alimentar a coragem
De ir além dos limites
Estabelecidos, mesmo
Os já rachados limites.
                                             20/08/05.  

sábado, 10 de dezembro de 2011

Escesso de tintas

Heroínas, vilãs. anti-heroínas,
Bad girls:
Personagens belas e perigosas
Imaginadas por autores com
Pouca roupa, seminuas
E/ou quase nuas. Magras.
Idealizadas por homens
Fissurados no padrão de beleza atual,
Inatingível ,
Ou mulheres que aceitaram
O padrão da burca ao
Avesso?
Burca que mostra
Tudo ou quase tudo
Do corpo idealizado.
Personagens  vistas apenas
Como corpo e pelo corpo
Elogiadas enquanto corpo.
Poucas são colocadas
Usando armadura
Mesmo que enfrentem
Situações de combate.
Precisam esbanjar sensualidade
No meio da incoerência
Situacional.
Alguns poucos
Espertadores e leitores
Percebem.
Algumas personagens
Amazonas são utilizadas
Para idealizar o corpo
Da mulher-objeto.
Umas mulheres que
São indomáveis
Como leoas selvagens
No combate,
Mas  nas fantasias
Masculinas miam como
Gatinhas.Fetiche sexual.
"Poder" que só existe
Na fantasia dos fabricantes
Entre fabricantes de
Fantasias e/ou fantasmas.
                                          19/08/05.

Cena do cotidiano

Ofensas em ação :
Palavrões e esteriótipos!
Coisas fora do lugar.
Que lugar?
A camisa-de-força
Do não-pensar
Entre outras
Camisas-de-força
De mitos rachados.
A feminista chamada
De lésbica (como se fosse ofensa)
A lésbica chamada
De mulher-macho
E uma coisa puxa a outra.
Quem se diz "normal"
Adora ofender as pessoas
"Fora dos padrões"
Desbocadamente.
Para camuflar a insegurança
Em pseudo-segurança
Violentando os diferentes
Por não ter a coragem de se
Assumir como diferente.
                                            19/08/05.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Passando tinta demais

Em ficções científicas
As amazonas são sempre,
Com raríssimas excessões,
Uma comunidade belicosa
De guerreiras belas e
Fortes que dominam e/ou
Escravizam os homens.
E no final da história
Depois da intervenção
De algum herói ou heroína
Ou grupo misto
Ocorre a libertação e a declaração
(Ou  fica implícito)
Que homem e mulher
Devem viver lado a lado
E não como antes.
A dominação de ordem
Sexual só é mostrada
Quando a mulher está
No topo da hierarquia
E o homem é a "a pobre vítima"
Da situação. Do sistema.
Renaturalizando o oposto
Sem dispor de discussão
Séria sobre o assunto.
A hierarquia sexual
Só é colocada como
Pavorosa nesta situação
Ficcional.
Normalizada no reino
Das ficções
Quando os homens governam.
Há muita coisa podre
No reinado das ideias.
                                                            __/__/__.
                                                            19/08/05.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Peça de quebra-cabeça V

A mera ideia
De  dividir espaços e poderes
Entre outras coisas
É uma afronta
A quem está
Acostumado
A ter  tudo e não
Divide nada com
Ninguém.
Entre distorções e calúnias
Os esteriótipos fazem
A sua parte e partem
Repartem "equipes".
Feminista esteriótipada :
Mulher que odeia homens
Aproximada  da figura
Da amazona grega.
Há feministas e feministas
E só as mais extremistas
Chegam a equiparar ao
Esteriótipo, mas o terror
Atavico da perda de poder
Diz que todas são iguais.
A  ficção é usada como
Legitimadora  de uma
Versão da realidade
De determinadas intenções:
Atuações. Interesses.
A ficção ratifica ideologias,
Mas também pode abalá-las.
A História é só recorte
Que pode ser re-cortada
Talvez para re-costurar
Por inteira depois.
                                  __ /__/__.
                                  11/08/05.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Alguém passou a borracha

Na Idade Média
Mulheres frequentaram
Universidades e apesar
Da participação na
Vida social e econômica
Prevaleceu a imagem
Romântica do
Cavaleiro andante e
Da mulher frágil,
Indolente, entretida
Entre bordados e bandolins
A qual esperava o cavaleiro.
Distorcida visão da castelã
Como distorcida foi a
"Caça as bruxas" :
Todas as mulheres, filhas
De Eva, amaldiçoada(s)
Pela queda de Adão(s)
Na mentalidade  religiosa
Formação e triunfo do tabu.
Corpo feminino como
Fonte de todos os malefícios
Justificou o genocidio
Pela manutenção de
Poder por parte daqueles
Homens da Igreja.
As mulheres do povo
Possuidoras  de conhecimentos
Que dariam espaço para atuação
Escapando do domínio
Masculino: ameaça
Intolerável.
Como intolerável
Ainda é a possibilidade
De divisão de poder.
Mesmo os discussos
Científicos  e os humanistas
Permanecem presos ao
Estigma religioso.
Cada época com a
Sua estratégia  de controle
E dominação.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Um fio de esperança

Revalorizar o ser humano
Nas relações interpessoais
Que viraram jogo de poder e
Hierarquia composição
De opressão
A identidade sexual
Masculina e feminina.
Corta ao meio para
Depois cortar cada vez mais.
Deixando de usar Deus e as leis
Para justificar a divisão-opressão.
Revalorizar para reconstruir
O que foi destruído
De dentro para fora.
Porém quem e quem
Teria a coragem necessária
Para reaprender...?
Reaprender exige
Coragem e humildade
De admitir que errou.
                                               19/08/05.

Peça de quebra-cabeças VI

Feminismo
Não é julgado como
Uma entre as faces
Do humanismo.
Visto sem ser conhecido,
Como palavrão.
Contraponto a
Feminilidade :
Passividade.
Há feminismos
Com processos em
Andamento: contradições,
Avanços e recuos,
Medos e alegrias.
Pois as formas de
Discriminação não atuão
Separadamente.
Um grande jogo
Corporativista que joga
Contra todos os jogadores
Sejam mulheres ou homens.
                                               10/08/05.
                                               19/08/05.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Laços fragmentados II

       Dividir para governar.
                   Maquiavel 


Alienação:
O enigma de ser e não ser
Ao mesmo tempo-
Momento.
Desprovido(a) de si mesmo(a)
O ser humano alienado(a)
Rompido(a) dentro do sistema
O qual vive como
Se não vivesse.
Mecanismo de separação
Dos seres humanos
Que observam os
Outros (as) como antagonistas:
Estranhos, independentes e
Irreconhecíveis .
Reinventando a solidão
Humana
Visão de sem-par perante
A própria espécie e
Dentro de si
Condenado(a) ao viver
Na busca obssecada
Do que não existe
Não terá por ser desde
O começo uma ilusão:
O(a)  par  perfeito(a).
Produto que desgarra-se
Do(a) produtor(a) e volta-se
Contra a humanidade.
Num ciclo sem meio(a)
Consciência que gera alienação
Que re-gera consciência
Re-gera alienação.
Não há como escapar?

domingo, 4 de dezembro de 2011

Peça de quebra-cabeça III

Mais conhecido pela
Definição de ficção:
A história é aquilo que
Aconteceu e a ficção é o
Que poderia ter acontecido.
Aristóteles não "viu" ou
Não quis ver a
Nova versão na prática:
História como ficção.
Versão parcial dos fatos
Oficializados e o que aconteceu
Apagado com sangue, terra e
Fogo.Uma das muitas
Versões para o mesmo fato.
Porém o " mulher não deve
Ser viril" foi aproveitada
Por santo Anselmo
(ou santo Agostinho?)que
Propagandeou no Cristianismo
O lugar da mulher
Como cidadã  de segunda
Categoria.A frase que virou
Máxima sem citar o autor.
Re-elaborada mil e uma vezes
"Em nome de Deus":
Dominação.
Reinventando deuses
Como demônios
Quando conveniente for
A dominação.
A base da básica
Discriminação em ações
Religiosas com raízes culturais
Aproveitadas de outras
Culturas quando conveniente.
O sexo ainda é pensado
Como o poder sobre os outros,
Principalmente eles e elas
Que não abrem mão de
Si mesmos(as) e não se
Adequam ao denominado
"Normal das coisas"
(Hipocrisias).
 

sábado, 3 de dezembro de 2011

Peça de quebra-cabeças II

Vi-ven-do
Na plenitude
Das ideológias e das alienações
Do tempo presente,
Além da auto-alienação.
Controle sobre o in-controlável .
A ordem forçada pelas armas
Em pleno caos.Catálogo.
Violência virtual
Combatida na camuflagem
Do controle do real.
Realidade desviada e maquiada
Entre ideológias e alienações
Que co-existem,
Juntam e separam-se
Ora degladiando,
Ora congladiando
Na guerra secreta
De cada ser humano
Em de-se-qui-li-brio.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Cotidiano ao avesso II

O que ameaça
Mentes assombradas?
Se sentem mais
Perdidas quando
Alguém pensa
Em sintonia
Diferente e
Emana a sentença.
O dilema de quem
Se perde em Wendy
É questão de destruir
O brilho de Sininho
Por mais tênue que seja
Assim como foi-se
Destruindo.
Pois o brilho é luz
Que sinaliza, conduz
Para o que poderia
Ter sido diferente-
Melhor.
                              10/08/05.
                              19/08/05.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Re-te-ser

      A moral sexual tradicional estava baseada na ignorância, no medo, no sentimento de culpa, e no entanto no mundo moderno,a nova moral sexual se baseia no conhecimento, na liberdade e na responsabilidade.
                                                     Maria Helena Matarazzo


 Mitos são a força simbólica
Regem comportamentos
Humanos para tudo,
Motivos para  (in)conscientes.
Algumas pessoas buscam
Evoluir enquanto outras
Preferem voltar atrás
Ou imobilizarem-se
Tecendo reclamações
Sobre as mudanças
E vivendo a nostalgia
De que  tudo no passado
Era melhor do que
O hoje.
Medo do futuro
Faz o passado ser
Retratado melhor
Do que foi realmente.
Por sentirem-se traídas
E confusas ,principalmente
Quando há recusa em
Mudar.
Re-adaptar.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Peça de quebra-cabeças

      (...)O objetivo  do movimento  feminista não é  rebaixar os homens , mas derrotar as limitadoras e desumanas convenções que frustram tanto homens como as mulheres.Como resultado deste  esforço, tem havido um despertar da compreensão das mulheres de si mesmas como seres autônomos que controlam sua própria sexualidade e  pela qual são  responsáveis. É  uma vergonha  que muitos homens  se sintam ameaçados pelas  mulheres  que insistem em serem tanto pessoas como parceiras sexuais em termos iguais.(...)
                                                                             Barry MacCarthy


O feminismo
É  facilmente difamado
Por não ser
Pensado e encarado
Como uma das faces
Do humanismo:
Uma luta de equidade
Por direitos.
Uma luta por
Equilíbrio
Num cenário
Desequilibrado.
Desequilíbrio que gera
Naturalmente
Neuroses e psicoses,
Síndromes e depressões.
Decepções.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sem saídas

Desencaixados homem e mulher.
Alguns tentam
Re-entender e re-pensar
Entre tantos fios
Des-ilusões prisão
Dois pesos para duas
Medidas.
Desmedimento
Na sutileza
De cada movimento
De xadrez.
Tudo pesa entre
Diferentes pesos
Dois e dois deixa de
Ser quatro.
Quadruplica as reclamações
De todos são iguais.
Iguais em plena
Desigualdade de direitos e deveres.
                                                            09/08/05.

Balanço

Não adianta
Dar o poder as mulheres
Se elas pensarem e
Agirem como os machões
Agem.
Apenas inverte
O problema dominante/
Dominado.
Razão do terror atávico
De uma revanche.
                                           
                                     29/08/05.

sábado, 26 de novembro de 2011

Laços fragmentados

      Ambos os sexos são frágeis.
                                José Saramago


Mulher e homem
Seres fragmentados
Desencontrados
Que procuram
Entenderem-se
Desentendendo.
As mais corajosas
E os mais corajosos
Buscam livrarem-se
Da camisa-de-força
Que foi imposta e
Re-posta pela tradição.
Tradição que não
Aceita reflexão como
Forma de desenvolvimento
Humano-humanitário.
Mulher-fragmento:
A santa para casar e
A prostituta para obter prazer;
Penélope como esposa ideal e
Circe como amante temporária.
Homem-fragmento:
Esfígie de um deus ou herói
Que segue por caminhos
Desenhados como
Ulisses na Odisséia de Homero,
Adão dos textos bíblicos.
Sempre os homens determinados
Pelo destino para "resolver"
As tarefas difíceis ou complexas:
Hércules.
Na drástica redução da
Atualidade há  Super-homens,
Rambos e derivados.
Mitologização de um
Fragmento de realidade
Irreal.
Forças nada o-cultas
Que re-forção ideológias
Quase palpáveis.
                                              06/08/05.
                                              07/08/05.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Mito patri-arca-l

Papel masculino: esteriótipo
Do  machão.
Re-forçado através
De todas as instituições e
Relações sociais,
Assimilado/aceitado
Por falta de opção:
Comportamento violento
O emblema da virilidade
Extensão do passado
Presente social
Ilusão que nem sempre
Condiz com a realidade.
Sem consciência (d)eles
Mesmos reproduzem
A violência em todos
Os níveis cartesianos.
Movem a engrenagem
Que os  esmaga e
E esmagam os outros
Pois todos são inimigos
E inimigas.
Dos filhos espera ação.
Das filhas espera recato.
Todos pregos na engrenagem
Desde crianças ,mesmo
Em tempos de crise (mudança)
Pouco mudou:
Violência(s)ainda é(são) ferramenta(s)
De  manutenção de poder
No imaginário ocidental
Que pressiona a não-
Mudança:
Pares opostos:
Ativo-passiva,
Homem-mulher,
Patrão-empregada
Que não se complementão
Por questão de dominação:
Subjulgar para não ser
Subjulgado.
Lógica binária
Cuidadosamente elaborada:
Complexo de Thanatos e
Complexo de Atlas
Com o pessimismo de Sísifo:
Eterna repetição de ações.
Modelo com pequenas
Rachaduras
Mas que ainda resiste.
Homens fragmentados
Para mulheres também
Fragmentadas.
Num balé mortal
Ambos destroem-se,
Enquanto alguns
Lutam para complementar,
Aniquilam-se
Lentamente.
Constante assédio  moral
Imoral.
                                            08/05/05.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Mulher*

Ás vezes, fusão de extremos
Borboleta e aço?
Complexa metamorfose:
Borboleta de aço.
Nem anjo, nem demônio:
Simplesmente humana.
Simplesmente ser mulher.
                                    22/02/05.

*Poema exposto no Segundo Varal de Poesia da Agetop : Homenagem ao Dia da Mulher , no período 08 a 28/03/05.
 *Lido no programa, da Rádio Universitária _ AM 870 Khz, Poesia no Ar: 01/09/05.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Confissão

Tive um professor
Corajoso que admitiu
Sentir medo de que
As mulheres alcancem
O poder e  cometerem
Os mesmo erros
Que os homens
Cometeram no passado.
A revelação começou
Num bate-papo
Informal no
Qual comentavamos
O número crescente
De mulheres na
Universidade.

Quebra-cabeça

Cacos de histórias.
Aspectos apresentados e
Aspectos que foram
Convenientemente
Não citados ou
Esquecidos.
As ficções futuristas
Repetem o passado
Presente na fantasia:
Nações, planetas ou
Cidades de mulheres
Guerreiras ou não sempre
Histórias que transparecem
O terror atavico.
O medo masculino
De um belo dia
Num futuro distante
Ou não muito distante
Ser escravizado
Por  mulheres fortes.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Tecitura

Não existe  ordem natural
Das coisas nos mundos humanos.
Existe ordem construída ,
Sacramentada e oficializada:
O que não serve a determinados
Interesses é destruído  e/ou
Difamado pelas razões
Da manutenção do poder.
A hierarquização abusiva
Necessita  para existir
Alguém por cima
E o restante por baixo.
A polêmica deve ser
Evitada a todo custo,
A vulgaridade aclamada
E o equivoco  generalizado.
Tudo para desviar
O  foco das questões
Que devem ser abafadas,
Para  evitar questionamento
E qualquer mudança.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Re-faze-ndo o fio

Mesmo como lenda
As amazonas são
Temidas.
Sempre retratadas
Como inimigas
Dos homens
E sempre vencidas
Por eles.
Pois o maior medo de
Quem escraviza
É de um dia ser
Escravizado.
O (con)texto construído
É uma das formas
De domar o medo
E justificar a hierarquia
De quem se acha
Acima de tudo.
Projeta o medo
Numa visão fantasiosa
De perigo que não existe.

domingo, 30 de outubro de 2011

Mulheres viris II

Alguns pontos do mundo
Mudou.Ficcionalmente!
As amazonas modernas
Foram modernizadas?
Reunem características
Consideradas inconciliaveis
Até pouco tempo atrás
Virilidade(coragem) com
Feminilidade,
Elegância com habilidades
De combate, etc.
Assunto que desperta
Medo e
Teóricos  que mais
Complicam do que
Explicam.
Um silêncio de chumbo
E cheio de segredos
No ar.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O fio do labirinto

Mitos mais modernos
Criados para
Legitimar a realidade.
Mitos recriados para
Deturpar outros mitos-
Realidade
Que já existiam
Para a mesma
Finalidade.
Mitos pipocam
Por todos os lados.
Mitos não mentem ?
Depende da intenção
De quem cria e
Repete mil vezes
Para que vire
Verdade.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Dobras dos labirintos

Mitos, ficções, realidades
Coexistem/indo
Como dobras do mesmo
Leque: legitimando
A realidade construída
Para ser paralisada..
Enquanto outros
Tentam  romper a
Paralisia fabricada.
As Ciências tentaram assassinar
Os mitos e viraram mitos.
O(s) mundo(s) mesmo com
Muitas ciências continua
Mitologizado.
Mitos regidos regem e continuaram
A reger comportamentos
Humanos.
Criações e criaturas
Se co-n-fundem e
Re-fundem em
Movi-mentos.
                                      26/07/05.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Mulheres viris

Reais, imaginárias
Ou  imaginadas
As amazonas, as
Valquírias e outras
Metem medo.
Tanto medo
Que não são assunto
Estudado
A sério, pois só
Dois aspectos são
Ressaltados: elas como
Inimigas dos homens
E do casamento.
Até a psicanálise freudiana
São explorados  fartamente
(Complexo  da Castração)
Só reativando o tema da
Louva-a-deus que devora
O macho após satisfazer-se.
O pavor dos homens louva-a-deus
Foi resolvido com a
Dominação das mulheres.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ecos internos

Quanto mais
Inseguro é o homem
Mais violento ele é.
Violento com palavras
E agressões
Com os mais fracos.
Nunca enfrenta
Alguém mais forte.
A derrota de um
Derrotado
É saber que pode
Ser vencido
Por  qualquer pessoa.
                                    20/07/05.
                                    26/07/05.

Meu próprio labirinto

As mulheres mais ao meu
Redor são negativistas
Só sabem falar de
Erros e defeitos dos rebentos
Com naturalidade doentia.
Reclamam da vida
Sem parar e de
Deus por não ajudar,
Mas não movem-se
Pelo menos para tentar,
Mudar a situação,
Vivendo de esperar.
E com o tempo
O negativismo virou
Natural de tão repetido.
E aí sem perceber
Repito o mesmo
Processo comigo e
Com os outros ao redor.
Falo mal de mim ou
Simplesmente me
Encolho na cadeira.
                               19/07/05.
                               20/07/05.

sábado, 22 de outubro de 2011

Labirinto de preconceitos

Questões de gênero
E dominação sexual
Não são questões bem
Resolvidas em lugar
Nenhum.
Só na cabeça de quem
Resolveu-se sozinho(a)
Ou com o seu grupo:
Pequenos nichos-ninhos.
Mas a mídia lança
Generalizadamente
Como se todos os lugares
Tudo estivesse bem
Quando realmente
Não está nada bem:
Entre quatro paredes
Violência doméstica
Dia e noite
"Segredo" de família.
Ninguém nota  ou
Só nota quando a mulher
É figura conhecida pela mídia.
                                                  18/07/05.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Cotidiano do avesso

É natural-paradoxal-conselhos:
As mesmas mães
Que ensinam as filhas
Que os homens
Não prestam, são uma
Corja ruim e são
Todos iguais;
São as mesmas mães
Que dizem
As filhas que
Precisam de um
Homem o qual as
Protejam  dos males
Do perigoso mundo
Externo:
Sem um homem
A mulher na sociedade
É ninguém
Que deva ser
Levada a sério.
                               18/07/05.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Quando a marionete corta a corda

Nada deixa uma mãe-
Escrava-ideológica
Do próprio machismo
Mais furiosa do que
Saber ou perceber
Que sua filhinha
Não mia como
Uma gatinha e sim
Ruge como uma
Leoa, vive e
Não depende das
Escolhas e decisões
Da "abnegada" mãezinha
Para defender-se
Do mundo cruel e
Hostil de fora
De seu controle.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Picadeiro

      G:Você acha que as mulheres são discriminadas no meio científico?
      Danica Mckeller: As mulheres são desencorajadas a aspirarem a carreira científica,mas o problema não é a faculdade.O problema está no ensino fundamental.Começa na faixa etária de 10 a 12 anos, quando as garotas são desestimuladas  pelos professores, porque  eles não esperam que elas sejam boas em matemática.É aí que mora o verdadeiro problema.(...)


Palavras moldam
Pessoas quando
O eco externo fi(n)ca
Internalizando.
Uma(s) única(s) voz(es)
Molda(m) de um (ns) único(s)
Modo(s).
Sem dialética e/ou
Dialogo
Vence a uniformidade
De um pensar mesmo
Que seja distorcido,
Destoante e doente
Normalidade.
Homens criados para
Serem conquistadores
E vencedores
Enquanto as mulheres
Criadas para serem
As esposas dos vencedores.
Quem perde não conta.
                                     14/07/05.
                                     03/09/05.

sábado, 15 de outubro de 2011

Matriarcado ao avesso II

A melhor maneira
De  manipular
Um homem inseguro
É duvidar da sua
Masculinidade verbalmente
Indo in-direta-mente
Exigindo  provas
De sua "virilidade"
Principalmente com
Platéia conhecida e
Controlável a disposição.
Ele, marionete de cordas,
Faz sem questionar e
Exerce a violência física
Contra os outros: crianças e/ou filhos.
Em especial, vizinhos,
Desconhecidos, etc.
Para não ser chamado
De bicha
O único xingamento
Que sua alienação não suporta.

Matriarcado ao avesso

Ninguém condena
Uma mãe quando
Esta programa
Sua filha para
Sentir-se-r
Frágil e dependente.
Mas quando faz
Isso com o filho
Todas as lanternas
De preocupação
Ascendem automaticamente
Porque ela " está
Transformando o
Filho em gay".
Isto não pode
Pois é crime
Contra a masculinidade
Social geral.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

As mães não são a Virgem Maria

Todo mundo imagina
Que  toda mãe
É uma adorável
Mãezinha que cuida
E ama seus filhinhos
Por isso não percebe-se
Quando a mulher
Sofre de complexos:
Complexo de Cinderela ou
Síndrome do Barão de
Munchausen, ou o Dilema
de Wendy ,ou qualquer
Outra coisa como
O desejo de  não ser mãe.
Todo mundo é programado
Para o não ver
E acaba não vendo
Mesmo quando a mãe
É uma monstra que
Tortura lenta e cuidadosamente
Até matar seus adoráveis
Filhinhos enquanto fingi
Amá-los perante a sociedade.

O pecado da picada

Há mulher que é
Vítima e cúmplice
Do machismo-masculino
Por ser a mulher
Que crê e propaga
O machismo
Através do seu
Machismo-feminino:
O matriarcado ao avesso.
(Con)clama aos filhos que
Como homem(ns) que é (são)
Homem age, pensa, não
Sente, não fraqueja.
Como mulher que é
Mulher espera Godot,
Não age, não pensa,
Sente...
Perpetuando os ciclos
De violência e
Desigualdade e...
Tantas coisas.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Imaginado

         (...)Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar seja lá no que for.
                                               Lia Luft


O binarismo
Limita a visão do mundo
Que muda de acordo com
A maré dos interesses dos
Poderosos.
Limita a vida
Que não é vivida
Por causa da via-sacra
De adequar-se ao papel
Dado para cada pessoa-
Personagem antes de nascer.
Limita o raciocínio
A não ir além do sim ou do não
Matando o que faz o humano
Um ser racional.
O binarismo é tão
Naturalizado que não é
Questionado ,pois
É tão natural
Discriminar.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pedaços imaginados

Mulher-anjo:
Deveria ser esposa,mãe,
Dona de casa, faz tudo
Que não tem sexo.
Não cansa e não
Deixa de sorrir
Mesmo que tudo
Esteja uma droga.
Mulher-demônio:
A ardente que deveria
Ser controlada para
Ser apenas boa
Amante.
A boa de cama
Que não se apresenta
Na sociedade
Mesmo satisfazendo
As altas fantasias
Das sociedades.
Perdidas  degladiam
Para ver quem é melhor...
E  todas(os) são usadas(os).

sábado, 8 de outubro de 2011

Picadinho

      Quem controla os controladores?
                       Roberto Boblios  


O(s) homem(s) dividiu(ram)
A(s) mulher(es) ao meio
Segundo as suas 
Necessidades: anjo(s) e demônio(s).
E há mulheres que 
Ajudam
A permanecia da 
Da divisão até a fragmentação,
Pois se pensam
Melhores do que as outras.
Não se veem como
Vítimas e cúmplices 
De crimes contra
Elas próprias.
O(s) homem(ns) também
Se fragmentara(m)
Mas não percebe(m)
Por se julgar(em)
Melhor(es) que todos os 
Mundos juntos.
                                  11/07/05
                                  13/07/05
                                  30/08/05
                                 13/02/06

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Re-te(r)-se(r)

Mulher:
Ser em partes
Partidas
Que tenta
Se recompor.
Quebra-cabeça
Que falta
Partes
Que foram
Lança(n)das ao vento,
Enterradas no mar
Ou queimadas nas
Fogueiras da Inquisição?
A loucura dos homens
Pela ilusão de controle
De poderes (in)imaginários
Transformaram Deus
No supremo carrasco
E o Diabo no vizinho
Que é encontrado em
Cada esquina.
Ferida no corpo
E na alma
Mulher(es) tenta(m)
Retecer a sua história
Entre tantas
Histórias perdidas
Por tantos motivos
Neuróticos
Da civilização...
Patriarcal?
Ou matriarcal ao
Avesso do matriarcal?
                                  11/07/05.    

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

     A verdade é aquilo em que  nossa mente acredita.E nossas crenças são formatadas pelos responsáveis por nossa criação.Quando alguém formata nossa mente de uma  forma distorcida, então temos de encontrar alguma coisa que nos dê a resposta lógica.
     (...)cheguei a conclusão de que ninguém poderia me dar a resposta lógica a não ser eu mesma.
                                                 Julie Gregory


     (...)Os valores instituídos não admitem determinadas designações ou comportamentos a um menino que deve, desde o nascimento, ser preparado para ser o homem numa sociedade altamente machista. A mulher  sempre foi uma grande aliada do homem, em contrapartida à sua própria situação.Nunca houve solidariedade  entre mulheres, e elas se prestaram, muitas vezes, a ser  instrumento nas mãos do homem para programar os valores masculinos.
                        Eliana Gabril Aires


      O meio social impõe a todos os indivíduos uma espécie de dissociação da personalidade.
                                                                 Renato Kehl       

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Explicação:

      Esta coletânea  era um artigo acadêmico que escrevi que transformei em poemas e juntei com poemas que tinha escrito para o dia da mulher.
        Como perdi o texto ,que originou estes textos, não vai ser possível  incluir as referências  bibliográficas, as quais foram minha inspiração e/ou influência para escrever.Me lembro de que alguns eram psicólogos de comportamento de gênero.
        Há uma certa parcialidade em alguns assuntos,pois através da nossa cultura letrada ,midiática,etc, a qual recebemos, aprendemos a julgar sem conhecer ou conhecendo só um pedaço do assunto.Nunca a abrangência do todo e as complexidades.Como ,por exemplo, a burca.Desde que me entendo por gente, ouso falar ou leio sobre a burca como uma vestimenta que é uma entre as formas de opressão contra as mulheres mulçumanas.Depois do 11 de setembro, virou moda das mídias no Ocidente falar mau da cultura alheia e associa-la com terrorismo. Esquecendo que no Ocidente tem muita violência doméstica .
       Na França, foi foi proibido o uso da peça e as mulheres protestaram.Uma   contradição para o ponto de vista ocidental.Dois etnocentrismos em combate e conflito direto? É o que parece para quem vê a situação de fora via TV.
      Pensando a burca como forma de opressão, por que o oposto não seria uma outra   forma de opressão?A burca ao avesso:a exposição do corpo feminino com exagero e com foco num corpo específico como padrão inatingível  de beleza.O que está sendo chamado de ditadura da beleza.
     As influências culturais,  educacionais,midiáticas,etc, que recebemos , em maior ou menor grau, fazem parte no nosso modo de pensar e ás vezes, precisam ser revistos, pois podemos errar num julgamento querendo ou não.
      Errar é humano, insistir no erro é tolice.Admitir um erro não deve ser crime.
      Aprender sempre é o melhor caminho a seguir.
                                                                                                                                         03/10/11.

Poemulher-es

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Meras Quimeras?

         A humanidade marcha para a aniquilação, porque aqueles que comandam o destino de todos não podem viver sem colocar a destruição no ato de existir.
                                      Fausto Wolff


Dogmas funda-menta-listas
Pre-conceitos
Trans-mentidos
Como  conceitos
Reais e invioláveis :
Sementes do mal
Transvestidas de bem
Controladores de (in)domados
Comportamentos.
Crescem nos pensamentos
"Bem" semeados
Por tantos semeadores
Fixam raízes profundas
Difíceis  de arrancar
Da cabeça e do coração... até
Dos que se julgam livres delas.
A sabedoria perde o fio
Em meio a tanta
Força (des)obstrutiva.
Corta-se dessa árvore com
Dificuldade,
Mas permanecem
As raízes pro-fundas
E cada vez mais fixadas,
Mesmo escondidas,
Justamente por isso.
Escondidas permanecem
Agindo e no silêncio do
Segredo não tão secreto
Sorrateiramente destruindo
Atualmente como antes:
O mal tão natural(izado)!
                                         09/03/05.
                                         21/03/05.
                                        28/03/05.
                                        05/04/05.
                                        06/04/05.
                                        11/09/05.
                                 

domingo, 2 de outubro de 2011

Ecos vulcanizados

Sempre há bocas
Com quatro pedras
Vindo para cima
De mim e tantos outros.
Palavras com violência
E o desejo de violentar
Com palavras.
Algumas das mesmas
Bocas que reclamam
Da violência da TV,
Dos jornais,etc
Não se percebem
Como coautoras
De violência
Por não escorrer
Sangue.
A alma sangra.
Porém como não vê...
Perdição de paradoxos
Cotidianos.
                                                09/09/05.
                                                10/09/05.

Urbanoides

A chuva cai.
Não mais do que
De repente
Carros. motos, ônibus
Como se fossem
De açúcar
Correm furiosamente
Para fugir da chuva.
Os bueiros cheios
De lixo
Não escoam a água.
Alagamento.
Engavetamento.
Mortes por besteira :
Pressa desenfreada
Porque a chuva
Cai.
E cai também
Qualquer senso
De responsabilidade.
Um imbecil no seu
Citroen faz a manobra
Errada e em vez
De jogar água
Mata toda uma
Família.
E a chuva caiu
Rubramente
No asfalto.
                               27/01/04.
                               02/03/04.
                               09/09/05.

Cena insólita ? II

Laranja mecânica?
A selva de concreto
Devora almas
Como parafusos
Sem importância.
Uso sem fuso.
Uso com-fuso
E gasta o vigor
Que vira ferro
Retorcido,
Sem sentido pó.
Devorado pela
Ferrugem.
                              04/02/04.
                              02/03/04.

Sendo ou não sendo celebridade

       A curiosidade cuida do que não deve ser cuidado,mas descuida do necessário.
                                            S. Boaventura


O esporte favorito
Das pessoas muitas
Ocupadas ou desocupadas
É falar ,ás vezes mal e mau
Da vida alheia.
Se preocupar
Demais com o que
Os outros dizem e/ou fazem
Perde-se tempo
Para viver a própria vida
E esquece de viver
De um jeito ou de
Outro.
As línguas
Não deixam escapar
Ninguém
Não importa
O quanto reto(a) seja.
                                       10/01/04.
                                       13/01/04.
                                       26/01/04.

sábado, 1 de outubro de 2011

Tra(d)ição

A boca de Cronos
Nos devora
Mesmo sem
Querer  ou
Querendo.
Cronometrando
Tudo-ao-mesmo-
Tempo-agora
E acabando
Tão igual como
Antes.
Pouco evoluiu
Só trocou de
Casca, de nome, de...
Com roupagem
Nova devoram
Cronos.
                                    13/01/04.
                                    26/01/04.

Final fio

A  boca de Édipo
Trama a própria
Queda como
As asas de Ícaro.
Desmedida
Do próprio poder.
E o poder real
Ilusão elevada
De si.
Ecos de dor
Depois da punição.
Queda prevista
Mas não vista.
                             13/01/04.
                             26/01/04.

Censura XVI

O medo de
Romper o silêncio
E desconstruir a
Palavra sobre
O proibido
É o medo da
Perda de poder.
Ilusão de poder.
Medo que se
Justifica pelo
Egoísmo
De ter as chaves
De todos os segredos
De ilusória  sabedoria.
Defendida de todos os
Modos possíveis
E inimagináveis
Enquanto a sabedoria
Real é esquecida.
                                 06/01/04.
                                 07/01/04
                                 12/01/04.

Hipocrisia XII

Se Nada faz,
Então já esta
Fazendo algo
No fazer nada:
Está concordando
Com o jeito
Que as coisas
Estão estabelecidas.
Sem evolução.
Inércia no gesso.
Tudo igual
A antigamente
Sem ser ontem
E virando ontem
A cada momento.
                            05/01/04.
                            06/01/04.

Hipocrisia XI

Os olhos famintos
Devoram
Decotes e curvas
Esqueléticas
Modeladas em
Roupas justas.
A comida
Passa sem perceber
Ou finge que não
Percebe.
E depois acusa-se
Apenas os mulçumanos
De cruéis
Por causa das roupas
Que escondem
O corpo feminino.
No Ocidente o corpo
Que deve ser
Mostrado é o que
Obedece o padrão-
Inatingível de uma
Magreza que leva
A morte.
E a comida
Acaba comendo
Capim pela raiz.
                               03/01/04.
                               05/01/04.
                               06/01/04.

Descoberta XVI

A Faculdade é um
Lugar e tanto
Nos dois sentidos.
Se por um lado
Aprende-se a se desfazer
Dos preconceitos
Que aprendeu na escola
E por outro lado
Aprende-se outros preconceitos
Revestidos de conceitos.
Aprende que socialismo
Para a maioria é mera
Retórica.
Que na prática a
Teoria é outra;
Entre outras coisas.
E mesmo num
Ninho de víboras
Existem pessoas maravilhosas
Mesmo que pouquíssimas.
                                              29/12/03.
                                              06/01/04.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Descoberta XV

Com sede ferrenha
De ver o mundo
Controlado como antigamente,
Com o saudosismo de
Que  tudo era bom
Quando era  antigamente
Os "pastores" com fome
Ferrenha de e por dinheiro
Se agarram a Bíblia
E berram  aos quatro ventos
De modos dierentes
Que a mulher deve
Voltar ao lar e o
Homem voltar
A ser o provedor.
Eles esquecem que hoje
O mundo é outro:
Não estamos no deserto,
O custo de vida não permite
Que só o homem cuide de tudo,
Existe teste de DNA,
Fertilização artifícial, etc.
                                                    29/12/03.
                                                    06/01/04.

Descoberta XIV

Hierarquização em demasia é
Uma praga
Naturalizada e
Enraizada
Nas existências humanas.
Atitudes e pensamentos
Entre outras tantas coisas.
Manifesta-se de tantos
Modos
Os quais estamos
Habituados e ver
Sem se espantar:
Machismo.
Racismo,
Xenofobismo
E tantos outros ismos.
Nos perdemos nos
Ismos?
                                29/12/03.
                                06/01/04.
                                09/09/05.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Hipocrisia X

A lei do mais forte
Não é só escrita,
Mas é ditada
Na mente
Pelas bocas
E pelos atos
Dos outros
Que tudo
Fazem para
Se colocar
No alto de
Um pedestal
E ditar as regras
Do jogo.
Quando acontece
O vira a casaca
Todos se espantam.
Mas é a lei de
Quem sonha
Ser o mais forte.
Se intoxica com
O gosto do poder
E faz como
Os que outrora
Criticava
Para ser
Manter no
 Poder.
                            29/12/03.
                            06/01/04. 

terça-feira, 27 de setembro de 2011

(Re)Voltas no caracol

Quando há interesses
(Egoístas)
Em jogo
Intelectuais se tornam
Ignorantes
(No  pior sentido)
Se fingindo de
Entendidos fomentam
O desentendimento.
Tramam a volta
Em círculos
Com a fala erudita
Que não-diz-tagarelando.
O  nada grande
Eloquente que
Impressiona
Complicando
O vazio.
                                                28/12/03.
                                                29/12/03.
                                                06/01/04.

(Re)Tecer o amanhã

"Domesticados" para ver
Apenas  Um
Como o salvador da Pátria,
Como o escolhido
Que salvará o mundo.
Jesus,Buda, nomes nomeados.
Aprendemos a
Não-ver que
Todos são escolhidos
Quando (se) escolhem
Fazer algo.
Um ser sozinho
Faz um pouco ou algo
Mas todos juntos ou muitos
Podem fazer mais.
Muito mais na pequenez
Por todos.
Mas o senso de coletividade
Foi e é cuidadosamente
"Destruido", distorcido politicamente.
Regra de Maquiavel
Cuidadosamente
Seguida.
                                                            28/12/03.
                                                            06/01/04.
                                                            09/09/05.
                                                           25/09/11.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Descoberta XIII

Matrix/
Metáfora
Sempre existiu.
Aquele mundo
Os mundos
Do aqui e do agora.
De um modo
Que não
Parece ser
Mas é.
Ficciones sobre
O real, sem o
 Quixotesco cômico
Que poucos acitam
Perceber?
                              12/11/03.
                              23/12/03.
                              25/12/03.
                              29/12/03.
                              05/01/04.  

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

De coração*

          Quando baseamos nossas vidas no que os outros esperam,raramente conseguimos ir muito longe.
                                                      Eddie Van Feu

Não diga nunca!
Nem diga não!
São a negação do começo:
Anulação. A morte em
Pensamento do entusiasmo.
Mesmo da gota de
Esperança.
O fim antes mesmo
De começar.
Tem gente além de
Dizer não e nunca
Para si também diz
Para os outros:
Frustrados frustradores
De sonhos alheios.
Não se abater diante
De tanto negativismo
É difícil porém não é
Impossível.
Vencer não é facíl
Mas quando acontece
É maravilhoso!
Fruto de luta, persistência,
Dedicação, paciência ,etc.
Já pensou se Daiane dos Santos
Desistisse se tivesse aceitado
O não e cada não que lhe
Disseram?
Pare de ser aquele
Estraga prazer que só
Sabe dizer:
"Não vai dar certo!"
Você se queima querendo
Queimar os outros.
Maestro do fracasso alheio,
Não se julgue superior por
Não ter feito nada.
Quem ousa ,mesmo sem
Conseguir, sabe até onde
Foi capaz de ir, e depois,
Tentará ir mais além.
Dizer sim é o primeiro
Passo para as  grandes e
Pequenas vitórias da vida.
Depois seja sim.Haja sim.
Para  fazer acontecer.
                                     30/12/03.
                                     31/12/03.
                                     02/01/04.
                                     04/01/04.

*Publicado na Antologia Palavras Para o Coração da Litteris Editora.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Hipocrisia IX

Neste mundo
O qual as aparências
São tudo que importa,
Se preocupar com
O que os outros vão
Dizer é lei:
Para não fugir
A regra geral da
"Normalidade".
O que é este ser normal ?
Ser vegetal!
Não falar.
Não pensar.
Não agir.
Não-ser.
                            19/10/03.
                            20/12/03.
                            23/12/03.

Censura XVI

       As palavras são apenas sombras das coisas; incapazes de dizer o sonho e o silêncio. Podem manifestar somente a ausência de vazio.
                              Bella Jozef

O silêncio esnobe
Esconde o sadismo
De quem se pensa
Superior?
Meramente
Mesquinharia.
Não se salva do
Silêncio eterno
Que sempre chega.
                                    28/09/03.
                                    22/11/03.
                                    23/12/03.

Descoberta XII

A lei do silêncio
É a que mais
Vigora
Em todo lugar.
Para as mais
Diversas situações.
Consagra e ratifica
A lei do mais "forte".
A lei do silêncio
Ajuda a "civilização"
A ter uma visão
Elevada de si
Mesma e a
Esquecer
Dos podres
Que semea.
                       07/10/03.
                       23/12/03.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Descoberta XI

Desde os tempos
De Cervantes
(Ou até antes?)
A realidade
É uma ilusão
Cuidadosamente
Construída
Para ser
O que não é.
A ilusão vira
Realidade
Para não mais
Se separar.
O não-ser
Vira ser de
Valores arcaicos.
                             06/10/03.
                             23/12/03.

Descoberta X

Imagens são
Construídas sobre
A realidade.
E a realidade
Cada vez mais
Virtual
Sem virtude.
                        05/10/03.
                       23/12/03.

Hipocrisia VIII

Quem muito se preocupa
Com o que os(as)  outros(as)
Vão dizer
Esquece de viver
A própria vida.
Como quem diz demais
Da vida alheia
Também esquece
Da própria vida
Para viver a vida alheia.
Todos acabam vegetando
Em função dos(as) outros(as)
Definhando dentro de
Si mesmos(as).
                                            01/10/03.
                                            23/12/03.
                                            09/09/05.

Censura XV

A gente cresce
Cercado(a) de verdades
Que nem sabe
De onde vêm.
E de tanto marteladas
Acaba
Acreditando sem
Questionar.
Depois de crescido(a)
Aprende que
As verdades passadas
Eram mentiras
Bem contadas.
Oficializadas.
Mas de tão marteladas
É difícil se livrar
Delas.
                                        01/10/03.
                                        23/12/03.

sábado, 17 de setembro de 2011

Quimeras V

Nos perdemos em ficções
E, ás vezes, não nos
Encontramos.
Pois os caminhos
Foram embaralhados
Para o não,o
Nada ou o caminho
Do caminho.
Que só leva a
Outro caminho.
Lábia.
Lábio labirinto.
                             01/10/03.
                             23/12/03.
                             09/09/05.

Quimeras IV

           É...verdade que muitas crenças falsas são úteis, no sentido de que conhecer a verdade pode ser nocivo.
                                                            Alain Boyer


A realidade
É também uma ficção
Perdida e encontrada
Entre ficções.
Tantas outras
Ficções
Que são e não são
Daqui.
São de alguns lugares
Pra lá
Que vem
Pra cá.
E se incorporaram
As ficções de cá
Como se  sempre
Fossem daqui.
                                01/10/03.
                                12/01/04.
                                09/09/05.

Hipocrisia VII

O silêncio esconde.
A fala revela e/ou não
Os segredos.
O segredo de família,
Da escola, do Estado, etc.
Tantos "segredos"!
Para que tanto
Segredos?
O isolamento
Faz perder
A noção do Real
(Outras realidades):
Herança de valores
Distorcidos,
Retorcidos ou
Contorcidos.
Mentiras que
Viram verdade
Depois de mil
Vezes repetidas?
                               27/09/03.
                               23/12/03.
                               09/09/05.

Descoberta IX

       A vida é uma comédia para os que pensam e uma tragédia para os que a sentem.
                                                         Horace Walpole


A violência
Das palavras
Marca a alma
Como ferro
Em brasa.
Para sempre
Marca
Invisível que
Fica para
Sempre
Feri(n)do.
                    22/09/03.
                    23/09/03.

Hipocrisia VI

        A verdade machuca; não quando a gente procura, mas quando se foge dela.
                                             Jhon Eylerg


Com brutas
Palavras de
"Incentivo"
O  adulto mata a
Alma da criança.
Esperando que
Nasça um
Gênio.
A violência
 Faz nascer
Uma vítima
Sem auto-estima
Que se auto-destroe
E deseja no fundo
Destruir os outros.

Descoberta VIII

Ideologia(s).
Não morreu.
É palavra viva
Que persiste e
Humanamente
Está bem  viva.
Camuflada ou não.
Ideologias-humanas
Em um mundo/mundos
Fragmentado/s.
A História não
Morreu, mas
Há quem queira
Enterrá-la viva.
Agora é melhor
Dizer Histórias.
Tudo nesses
Tempos é
Plural.
                              22/09/03.
                              23/12/03.
                 

Descoberta VII

Você se perde
Na boca
Da boca da
Noite (ou
Até do dia).
Acha que
Encontrará
Soluções e
Acaba encontrando
Problemas
E mais problemas.
Na boca de fumo
Não há amigos.
Só há escravidão
Por fumo ou injeção.
E lentamente
Se despede da vida
Destruindo a vida dos
Outros também
Nos círculos
Viciosos.
                       29/09/03.
                       23/12/03.

Esperança II

        A distância é como o vento.Ascende  os fogos grandes e apaga os pequenos.
                                                   D. Modugno


Apesar de seu
Coração marear
Cinzento
O sol sorri.
A lua também
Sorri.
Um  e o outro sorriso
Podem
Ser pra você.
Se olhar.
Se estiver disposto
A ver que
Apesar de tudo
Existe amanhã.
Depois de uma
Decepção
O melhor é
Pensar que
Existe amanhã
Para recomeçar.
                           19/09/03.
                           23/12/03.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Hipocrisia V

Falar
Sem conhecer
É um hábito/erro
Que se
Comete
Cotidianamente
E sem conhecer
Cometemos
Grandes e pequenos erros
Enquanto e como
Pessoas e
Como cidadãos.
Pre´-concebe
O que não quer
Conhecer ou
Não conhece.
Ouve outros
Dizerem e
Não verifica
Nem pensa sobre,
Simplesmente repete
Como papagaio.
                               20/09/03.
                               23/12/03.
                               09/09/05.
                         

Descoberta V

          A verdadeira obra de arte é a que nós faz experimentar sentimentos novos, antes desconhecidos.
                                                                      Leon Tosltoi


Numa corrente
Coletiva de
Desejo
De  mergulhar
No novo nirvana
Muitos (re)vão
Ao cinema
Ver o mito moderno.
Vivenciá-lo
Enquanto
Assistem
O filme
Que se torna ou é mais
Que um filme.
                                     18/09/03.
                                     23/12/03.
                                     09/09/05.





Descoberta VI

Todos vivemos
Entre-mitos.
Num mundo
Cercado de
Mitos:
Clássicos,
Religiosos,
Modernos,
Instantâneos ,
Perpétuos,
Escondidos,
Camuflados,
Contemporâneos  .
Conosco e
Parte de nós.
Com outros
E entre outros.
São eternos.(?)
                              15/09/03.
                              23/12/03.

Hipocrisia IV

           Os preconceitos são como pregos.Quanto mais batidos,mais se fixam.
                                           Alexandre Dumas


Um grande
Problema
Dos brasileiros
É falar demais
Dos outros países
Sem conhecer
A realidade
Dos outros países.
Assim aprendemos
A idolatrar
Sem conhecer
Os de lá.
E sem conhecer
Também se aprende
A odiar os povos
Que a direita do
Norte
Chama de seus
Inimigos.
                              08/09/03.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Esperança com ação

O que faz
De uma
Missão
Impossível
Ser impossível
É acreditar
Que ela é realmente
Impossível
Sem ao menos
Tentar para
Ver até onde
É capaz de
Ir.
                                08/09/03.
                                22/12/03.
                                09/09/05.

Censura XIV

A palavra
Domada
Vira reprise
Do que já
Foi dito/ditado:
Consagrado
Como o correto
Nem sempre
Tão certo assim.
                            07/09/03.
                            19/04/05.

Hipocrisia IV

A eloquência
Do intelectual
Esconde e revela
Num diz
Não dizendo
A sua opinião.
O eco das outras opiniões
Camufla
O próprio preconceito...
Que pode fazer
Eco ou não
Com o preconceito
Dos outros intelectuais.
                                          03/09/03.
                                          22/12/03.
                                          26/01/04.
                                          09/09/05.

Hipocrisia III

A palavra que
Cria barreiras:
Levanta mur(r)os,
Abre abismos.
Decora a torre
De marfim, revela
Torre de Babel
De uma língua
Só: discriminação.
Transforma
As diferenças
Em defeitos.
Transforma
Os outros em
Monstros.
E define quem
Perde e ganha.
                            07/09/03.
                            09/09/05.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Censura XIII

O senso comum
Tem a força
De limitar.
O pensamento.
Que limita
A ação e
Qualquer
Reação.
Molda
E também
É moldado
Em nome
Das formas
De controle.
                     09/09/05.

Censura XII

O controle.
Através
Do não ver
E  do não
Deixar que
Os outros vejam.
As mentes são
Tão facilmente
Influenciadas
Pela subversividade?
O não-vez
Estabelece o que
Deve ser visto,
Mas não "esquece"
Que no lado
Secreto de cada
Olho há um
Vulcão adormecido
Esperando o momento
Da explosão
Vendo ou não vendo
O que foi vedado.
                                01/09/03.

Censura XI

 A arte pela arte.
É a palavra
Pela palavra.
A palavra amassada!
A palavra que
Não menciona?
A mãe muçulmana
Que chora pelo
Filho perdido.
Nem a arrogância
Dos que se
Acham os donos
Do mundo.
Nem a falta
De comida
Para quem
Não pode
Comprar.
Nem a falta
De remédios
Para quem
Não tem grana
E morre num
Leito improvisado.
A palavra com
Nariz empinado
E não vê
Quem está por
Baixo.
Embala a cisma
De cima
Vazio e futilidades.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Censura X

A palavra
Criada
Cria o abismo
Entre o
Parecer e
O ser ?
A censura
Mata os
 Sentidos
Que não são
Permitidos.
Por poderem
Fazer despertar
As consciências
Adormecidas ?
                             01/07/03.
                             31/08/03.
                             22/12/03.

Censura IX

Virtual
Sem virtude
Um tudo
Visto sem ver ?
Ver ou não ver:
A questão.
Sem virtude
O virtual vira
Crime?
O crime do ignorar
O que está
Diante dos seus olhos,
Mas não quer ver.
Quando o virtual
Se virtua
Ainda não querendo
Ver
Se assusta e pergunta:
A realidade é assim
Mesmo?
                                   29/08/03.
                                   22/12/03.

Quimera

O mundo real
Construído
De palavras
Virtuais
Sem virtude.
O tirano diz
Que vai salvar
O mundo
Quando quer
É controlar.
Salvar é uma
Palavra nobre,
Bonita, virtuosa.
Porém carregada
De segundas e terceiras
Intenções
Vira outra
Palavra...