sábado, 23 de julho de 2011

Pós 11 de setembro

     Sidney.Uma manhã  como as outras.Pessoas trabalhando.Carros rodando.Pedestres transitando. Tudo como nos outros dias.Os anteriores.O Avião corta a paisagem aérea  com seu barulho característico...São dois sons.Um jato segue o avião.
     Ao perceberem isso, o que era para ser  uma manhã comum para os cidadãos , tornou-se uma manhã de pânico.Os motoristas deixaram seus carros no meio da rua juntando-se  aos pedestres que corriam enlouquecidos pelo medo.
     Nos prédios as pessoas largavam o que estavam fazendo naquele momento e corriam para alcançar elevadores e escadas.Chegar ao térreo era prioridade.
    O jato fazia manobras atrás do avião de passageiros. Quando afastaram da cidade houve coletivamente alívio , choro, perplexidade .Se foi ou seria um ataque não foi bem sucedido.Depois do onze de setembro avião de passageiros passou a ser visto como arma de loucos pelas pessoas.
     A cidade , aos poucos, voltou a normalidade e o porta-voz do governo lembrou-se de avisar que era um treinamento e pediu desculpas aos cidadãos.
      Se desculparam o descuido ou não é outra história.
                                                                              16/05/02.
                                                                              25/10/02.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Mordida nada inocente

     Muitas pessoas não gostam de vida que levam.Definem como chata. Eu não.Achava bom a tranquilidade de ter tudo nos eixos.Tudo dentro da mais  perfeita ordem.Mas  uma bela noite tudo mudou! Ás vezes dizer um sim significa ser atropelado por um furacão.
    Bom... O que passou é passado.O que vem é futuro.Mas a questão é : eu disse sim. Pensava numa coisa que poderia acontecer e aconteceu tudo diferente do imaginado.
     Passei à noite paquerando uma gata.Uma linda oriental. O restante podem imaginar.Ela me convidou para ir na casa dela.Até aí tudo normal. Eu disse sim.A proposito , meu nome é Antônio, Toni para os íntimos. O nome dela?Mel. Pelo menos foi o que ela disse.
     Bem !Chegando na casa , que na verdade era um casarão ,tive uma sucessão de surpresas.Surpresa número um: o casarão estava cheio de gente.É como sair duma festa e cair numa outra.Surpresa dois:  meia noite e meia seria servido um jantar.Surpresa três: eu era o jantar! Surpresa quatro: Mel e seus amigos eram sugadores de sangue.
     Fui sugado o suficiente para não me aguentar em pé .Apenas ela me sugou.Os outros apenas olhavam.
     Silêncio. Um estranho silêncio reverencial. Ela deve ser chefe da casa.Uma casa de vampiros.
     A certa altura do campeonato desmaiei.Era o fim ?

                                                                                                                                15/04/02.
                                                                                                                                10/05/02.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Prisioneiro

     Será dia ou noite? O tempo parece que parou.Não parou. No meu coração algo parou. Talvez para sempre.Não sei. As cordas. Todo amarrado.As juntas. A cama é macia, mas não conforta a minha dor. Um marionete de cordas é tudo que sou agora. Uma goteira em algum lugar quebra o silêncio de momento. Frio,profundo e vazio.
    Em algum lugar lá fora ele estar curtindo a luz do sol, da lua, as estrelas...Continuo aqui.Preso. Parado.Ele gosta disso. O poder. O controle.
     O vento uiva forte .Como  um uivo que anuncia  a morte.Não estou morto?O vento acaricia. Passos...Ele vem pra cá.

    Sinto fome de novo.Desejo-o.Seu corpo.Sua alma.Seria loucura? Doce loucura!

     Meu coração tem forças ainda pra disparar.Uma pota range .Os passos estão cada vez mais perto.Não há saída.

    Ele ofega como um pássaro  ferido. Tão jovem.Desejo-o. Não tem mais forças para debater.

     Ele observá-o embevecido.Seu prazer vem da mórbida cena.O jovem amarrado e sem defesa diante de si.O jovem reagiu  como se tivesse levado um choque.Toca-o novamente e deixa a mão sobre o peito.O coração do prisioneiro dispara.As mãos descem pelas costas. O olhar de algoz é febril.

     O jovem comia na mão de seu algoz como um gato ensinado a comer na mão do dono, senão não comeria ou beberia.Se sentindo mais morto do que vivo o jovem obedecia.O que fazer?

     Quando fora retirado do cativeiro quase não acreditou.Finalmente, apareceu alguém.Libertado.Seu captor desapareceu e isso lhe transmitia insegurança.Poderia voltar algum dia? Não queria saber a resposta.

                                                                                                                                       09/09/01.
                                                                                                                                       25/10/01.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Morangos assassinos

     Um escritor de terror sentia-se frustrado. Queria fazer uma história nova que metesse medo nas pessoas, mas tinha o problema do gênero terror sanguinolento acabava com todas as possibilidades porque todas as coisas possíveis e imagináveis viraram coisas assassinas:bonecos, carro, casa, gelatina,chantili ,gatos, cadáveres,palhaços, crianças, pessoas aparentemente comuns,etc.
     Então teve uma ideia.Fazer uma história sobre morangos assassinos.E começou a escrever:
      _Como vai compadre?
     _ Bem, comadre.
    _O que tem para falar do vizinho novo?
    _Ele desapareceu, compadre.Como aconteceu com o Lima. Na plantação de morangos.
    _ Como sempre acontece quando alguém vai pra lá.Na mesma hora some.Se foi mesmo nos morangos, aquelas plantas viraram coisa do coisa ruim.
     _Aquele lugar é estranho.Nem os bichos do mato chegam perto. E as frutas são sempre vermelhas como sangue.Tive a impressão de ter ouvido alguma coisa.
      _Foi apenas a sua imaginação.É só não ir lá e nada acontece.
    _ Tá bem, comadre.
    Entre as folhagens os pés de morango arrastavam-se sorrateiramente através das raízes.Observava-as .Uma mosca pousou numa flor.Ela fechou-se matando o inseto que também teve o líquido do corpo arrancado.Precisava de mais líquido vermelho.Esperaria o momento certo para atacar.Enquanto isso sementes deixadas pelo caminho brotavam em diferentes locais.
                                                                                                                            15/03/01.
                                                                                                                            24/09/01.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O susto

      Trabalhar à noite no IML não é fácil para quem tem medo.A secretária e outros colegas sabem disso.Cadáveres na mesa do legista, os outros nas gavetas. Uma energia negativa paira como se fosse materializar-se.Pessoas mortas por causas e motivos diversos.
      A secretária na sua mesa fazia algumas anotações em meio ao silêncio petrificado.Duas colegas de trabalho ficavam com ela e nenhuma delas admitia que tinha medo.
      De repente ouvem estalos de sapatos no piso. As três em alerta.Ninguém no corredor.O telefone toca.Uma delas atende.Escuta uma risada assustadora.Ela grita.As outras gritam.Apavoradas as três  correm para o estacionamento.Lá ,depois de alguns goles de água com açúcar, o vigia explica que foi brincadeira, entre uma risada e outra.As três ficaram indignadas e sem graça.
       O vigia pará de rir quando percebe um movimento entre os carros.Um vulto caminha entre os veículos.
                                                                                                              13/03/01.
                                                                                                               24/09/01.

domingo, 17 de julho de 2011

Terror urbano

                                        Quem vê cara ,não vê coração.
                                                          Ditado popular  

     Será que pensaram que eu ia assaltar a loja? Devem ter pensado. As vendedoras, ás vezes, agem como se a loja na qual trabalham fosse delas.Mas, por outro lado, uma joalheria é uma profissão de risco nos dias de hoje.
      Assim que entrei  elas desapareceram.Todas as oito.Uma senhora  estava numa das mesinhas de atendimento dos clientes conferindo as peças que foram oferecidas a clientes a qual enrolou e não levou nada ,aproximou-se e perguntou o que desejava.
     _Bom dia! Gostaria de preencher um cupom da promoção da rádio.
     _No caixa._disse e apontou para lá.
     Fui lá e esperei por volta de três minutos, meia hora.Ninguém apareceu.
     Voltei onde estava a senhora e perguntei pela pessoa que deveria estar no caixa.
     Ela levantou e disse para aguardar um momento.Entrou pela porta  onde suas colegas tinham desaparecido.Então um rapaz saiu e foi até o caixa.
     Distraído com o relógio que trazia na mão perguntou se era meu.Disse que não,estava ali para preencher um cupom da promoção da rádio do sorteio de um relógio.Ele puxou o bloco e ofereceu uma caneta.Segurava o relógio como se sua vida dependesse dele.E de certo modo dependia mesmo.
     Subitamente as desaparecidas reapareceram.Agora fingindo não me verem.Acharam que era um assalto.Uma  pessoa de jeans e camiseta assaltando uma joalheria?!? Sem arma e com um circuito  de vigilância interno gravando quem entra ou sai. Era absurdo.Fingi não ouvir.Queria acabar logo e ir embora.Só fui tentar a sorte ,mas de outro modo.
     Os cabides de roupa não paravam de falar.Nem vi o último item do cupom.Deixei em branco.Dei por encerrado e fui embora.
     Quatro guardas na porta. Um deles lançou um olhar de rapina.Passei por eles como se não o tivesse visto.
     O interesse deles voltou-se para dois rapazes que olhavam a vitrine externa da loja. Depois não vi mais nada além das cabeças perdidas no mar de corpos em movimento.A avenida frenética não pará por nada.
                                                                                                15/05/01.

Pesadelo

     Quatro crianças deitadas na cama. Uma cama de casal.As meninas dormem em sono profundo. De repente, a tranquilidade acaba. O homem chega e enfurecido agarra a orelha de uma das crianças. A mulher vê.Estremece.Vai para o outro canto da casa. Houve os gritos. Nada faz ,além de sentar-se e pegar numa gaveta a cabeça empalhada de outra criança. Olhando para o vazio acalenta como se fosse um bebê que estivesse dormindo.Noutro canto uma pulseira rodopia como pião e não pará.Não cai definitivamente no chão.
                                                                                           21/04/01.
                                                                                           24/09/01.

sábado, 16 de julho de 2011

Á noite todos os gatos são pardos

      Ele sai à noite para caçar.
      Jack, assim como seu antecessor Jack_ o estripador, sai a cata de mulheres da noite.Por necessidade  de sangue. Sangue para sentir prazer. Para sobreviver como matador. Sem interesses de falso moralismo ou até mesmo moralista escolhia suas vítimas como um predador escolhe seu jantar.
      Leão noturno na selva de pedra  da cidade grande como tantos outros diferentes,porém de algum modo iguais.
     Da calçada escolheu uma linda ruiva  de olhos verdes.Parou o carro. Fez sinal.Ela entrou no veiculo .No motel notou algo errado. A ruiva tem um jeito diferente. Seria uma leoa noturna. Teria algo errado na escolha?
                                                                                                   
                                                                                                    11/03/01.
                                                                                                    21/09/01.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

À noite da caça (segunda versão)

           O medo atribui as pequenas coisas grandes sombras.
                                                    Provérbio Sueco


     Quando matou uma onça ,por um momento o cerrado virou savana africana na sua imaginação,Nogueira ficou feliz,pois poderia contar a "grande"  façanha para os amigos. Foi corajoso o bastante para enfrentar uma fera e vencê-la como seu avô fazia no passado.Seu pai não cansava de repetir que homem que é homem fazia essas coisas.Mas desde aquele dia não teve mais sossego.O céu sorria sinistramente para ele.
     O animal sumiu da casa do empalhador. Toda noite ouvia garras arranhando uma das portas da casa.Se não era a da frente ,era a de trás.Olhava e não via  nada, ninguém.Seria o fantasma do animal? Quando olhava de dia as marcas de garras nas portas e paredes.Não tinha mais certeza se matou a onça. Até mesmo a sombra de um gato lhe assustava.Quase matou o gato do vizinho com um facão quando esperou pensando que iria surpreender o animal e apareceu  a sombra do gato para depois aparecer o gato. Já não conseguia mais dormir durante a noite,só quando vencido pelo cansaço.
     Os amigos achavam que ele estava ficando louco, pois não parava de falar da caçada  e dos últimos acontecimentos.Não era levado a sério.
      Na noite de aniversário da caçada ele viu-a  pela janela, arranhando a porta da casa já fragilizada pelo atrito,mas caminhando sob duas patas maior do que antes.O caçador virou caça. E a caça o caçador.

                                                                                                                     09/11/00.
                                                                                                                     20/12/00.
                                                                                                                      __/10/04.
                                                                                                                     08/ 11/04
                                                                                                                     10/11/04.
   

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A noite da caça *

     Quando matou uma onça,, Nogueira ficou feliz, pois poderia contar  a "grande" façanha para os amigos. Mas desde aquele dia não teve mais sossego.
      O animal sumiu da casa do empalhador. Toda noite ouvia garras arranhando uma das portas da casa. Se não era a da frente, era a de trás. Olhava e não via ninguém.Quando olhava de dia as marcas de garras nas portas e paredes. Não tinha mais certeza se matou a onça.Já não conseguia mais dormir durante a noite. Na noite do aniversário da caçada ele viu-a pela janela arranhando a porta da casa  já fragilizada pelo atrito, mas caminhando sob duas patas maior do que antes. O caçador virou a caça .E a caça o caçador.
                                                                                                          09/11/00.
                                                                                                         20/12/00.


*Terceiro lugar na Promoção  Halloween Héroi/Fox( uma história de terror em no máximo 20 linhas).

terça-feira, 12 de julho de 2011

Requiem

     Apenas os ventos como testemunhas e voz de protesto.A certeza da impunidade deixa-o tranquilo.Afastados de tudo e de todos. Numa floresta. Os ventos uivando.Furiosos. O corpo é enterrado calmamente. A faca jogada no rio. Uma tempestade aproximando.
     Desde de então os ventos são seus inimigos. Em dias de forte ventania arrancam-lhe um filete de sangue.Dois.Três.
     Todos desconfiavam do desaparecimento repentino dela, mas não ousavam perguntar sobre ela a ele. Só a criança.
     _ Pai, quando a mamãe volta para ficar?
     _ Nunca mais.Ela fugiu.
     _Mentira. Ela volta toda noite pra cantar uma canção pra mim e vai embora.
     Isso deixou-o desconcertado.Deve ter sonhado.
     _ Os ventos são bonzinhos, a carregam até a janela do meu quarto.Ela , canta , eu durmo e depois  ela vai embora de novo. Sempre assim.
     Sempre os ventos. Se antes ficou irritado,agora ficou furioso.Resolveu confirmar com seus próprios olhos.
      Durante à noite os uivos dos ventos ficavam cada vez mais fortes. Anunciando a tempestade?Uma torneira pingava em algum lugar da casa.No ritmo das batidas de um coração. Ou passos pesados?
     De repente, abriu-se a janela.Uma canção de ninar.Ela entrou realmente carregada pelos ventos.A menina embrulhada numa colcha de retalhos quase dormindo. Dorme ao embalo da melodia.Quando percebe-o no quarto os ventos que a acompanhavam transformaram-se em garras afiadas para tirar mais do que filetes de sangue.
                  04/11/00.
                  09/11/00.
                  21/07/01.

 

domingo, 10 de julho de 2011

        Dedico estes  contos as professoras Isa e Terezinha da U.C.G.,atual PUC, e também das Oficinas Literárias da extinta Fundação Pedro Ludovico, atualmente Agepel , onde as conheci.

Epígrafe geral:

      Deste sentimento não se ocupa a filosofia.No entanto, tão certo como a minha alma existe, creio que a perversidade é um dos  impulsos primitivos do coração humano_ um dos indizíveis sentimentos ou faculdades  primárias que marcam a direção do caráter  do homem. Quem não  se surpreendeu com vezes a cometer uma ação tola ao vil pela simples razão de saber que não se deve cometê-la? Não é verdade que temos uma inclinação perpétua, apesar da excelência de nosso julgamento, a violar aquilo que é lei simplesmente porque sabemos que é a Lei?
                                 Edgar Allan Poe

Á Noite da Caça

sábado, 9 de julho de 2011

LUZ E SOMBRAS-

Civilização:
Algo
       Sol
            id
               i,(e)
                ficado
em preconceitos.

84.

OUTRA VERSÃO

Os homens são
de Marte
e as mulheres
são de Vênus.

Há também homens de Vênus
e mulheres de Marte,
como também há homens e mulheres
que são de Marte e Vênus
ao mesmo tempo.

83.

MEIA-LUZ III


Asas
da imagem
em ação.

Sombra
da luz
de néon.

As máscaras quebram
por alguns momentos.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

82.

CONFLUÊNCIA


Uma flor
com outra flor
se entrelaçam
por amor a espécie.

81.

SEM CONFLITO II


DIZEM QUE DOIS BICUDOS NÃO SE BEIJAM.
Mas há beija-flor que prefere outro beija-flor.

80.

ÁGUAS

Rio que corre
um mistério sem fim
misto de revelação
e segredo.

79.

CADÊ ?

Corações livres
sem apocalipse
brincando com a morte.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

78.

ESPERANÇA II


Quando chega a chuva,
verde
vida renova.
O verde verdor da vida
verdeja
quando cai a chuva.

77.

DOGMA

Beleza
não é
fundamental
é caráter
e personalidade.

A beleza
é efêmera
como modismos
e modelos.
Permanece
a nazideia
de como a beleza
deve ser.

76.

ÉGIDE

Mulher:
Bela ou fera.
Quanto tem um
objetivo
é bela e é fera.
Fere as feras.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

75.

SEM CONFLITO I

O beija-flor,
sugando o mel da flor,
e vai-se embora.
Ás vezes volta
sem se comprometer.

74.

ANIQUILAÇÃO

Ser mais vaidosa
do que o pavão,
e esquecer de cultivar
outros atributos.

73.

DESENCADEADO

Leve natureza.
Nova surpresa.
Inteira história
De ser, na risada
Da viagem.
Inteiro e polêmico
em casamento
com o outro que é
fascinação dentro do mesmo ser.

terça-feira, 5 de julho de 2011

72.

DEFINIÇÃO III

MULHER AINDA É
VISTA PELAS METADES.
OU É MARIA
OU É LILITH.
NUNCA
AS DUAS AO MESMO TEMPO
COMO SE FOSSE POSSÍVEL
FAZER TAL DIVISÃO.

71.

DEFINIÇÃO II


POR UMA MEMBRANA
UMA PESSOA
COMO UM TODO
É JULGADA E CONDENADA
POR TER OU NÃO
UM PEDAÇO DE PELE.

70.

DEFINIÇÃO

O QUE É SER VIRGEM?
É TER UMA MEMBRANA
INTEIRA.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

69.

ÁS SEIS, ESTRELA CAIU II

POLICIAIS E OUTRAS EQUIPES
ENCONTRAM HOMENS CASADOS
USUFRUINDO DO SEXO
DOLARIZADO
SEM CALÇAS NA MÃO.
DE REPENTE,
LOUCOS POR UMA TOALHA
PARA POR NA CABEÇA.

68.

ÁS SEIS, ESTRELA CAIU


NO MOTEL
IMPÉRIO DOS SENTIDOS
A SURPRESA
NÃO TÃO SURPREENDENTE.
BATIDA POLICIAL:
RESPEITÁVEIS PAIS DE FAMÍLIA
DA ALTA SOCIEDADE
(DIZ O REPÓRTER
SEM IDENTIFICÁ-LOS)
DESRESPEITANDO A LEI
E TORRANDO DINHEIRO
NO COMERCIO DO SEXO.

67.

CONFLITO

É
em
mim
o
mi,
ou
em ti.

66.

ALQUIMIA DO VERBO

Pão.
Corpo.
Carne.

domingo, 3 de julho de 2011

65.

ASPIR(AL)INA


Pão e circo.
Ci(cl)o
circulo.
Hoje igual
antiga
mente.

64.

TRANS(FORM)AÇÃO


O fruto
do trigo
farinha,
farelo.
Elemento
fundamental
para alquimia
do pão.

63.

ANIQUILAÇÃO

O sentimento
de culpa:
Sentido,
destroi
de dentro
para fora.

62.

MI(N)TO

Dentro da moça
havia uma cobra.

Dentro da cobra
a chave da história.

Dentro da história
uma maquinação:
Muita misoginia.

E do lado de fora
nenhuma saída.

61.

MERATRIZ


Esfinge
que finge
que é devorada,
enquanto devora
fantasias
que não são suas.

60.

EROS

Fogozo!
Fogo e gozo
num ato
louco

(?)

entrega
em trégua
ou,sem trégua.

59.

TECIDO

Render.
Re(n)dimento
redomando
palavras.

57.

MEIA-LUZ I

Mil e uma
ilusões,
Usos,
noite
naipe
néon.
Jogo
de gozo
            fogo.

56.

SEM CULPA

Ver Eva
noutro ângulo
sem quadrado.

55.

FACE NOTURNA

Por um momento
o relâmpago
ilumina:
Quem não quer
ver
e nem se vê
sem máscara.

sábado, 2 de julho de 2011

TEMPO QUARTO - FOGO
(...) Deixa se mais a fazer para quem observa,
ele é incitado a continuar elaborando o que lhe aparece
tão fortemente lavrado em luz e sombra,
á pensá-lo até o fim e superar ele mesmo o obstáculo
que até então impedia o desprendimento completo.
                     

Nietzche

54.

SENTENÇA II

Onde existir humanos existirá história.
A história é escrita
pelos ou/e por historiadores.
De um jeito ou de outro
ela deixará de existir,
quando os humanos deixarem de existir.

53.

PALAVRAS

São ferramentas
para construir
e destruir
tantas coisas  quantas
pessoas  e mundos.
Depende da intenção
de como utilizam.

52.

CAMUFLAGEM

As palavras
não tem culpa
de como são
usadas
pelos oportunistas.
Que discursam
de um jeito
e agem de outro.

51.

PARADOXO IV

Quanto mais fala-se
em liberdade
de tudo
e para tudo,
mais sinto
aprisionada.

50.

AMOR

O sentimento
que sempre
será cantado.
Idolatrado
e amado.

49.

IMAGINAÇÃO

Imagem
em ação
e reação.

48.

ALQUIMIA DA PERCEPÇÃO

Entre metas,
         medos,
         mitos
entre aedos:
Metamorfose
de metáforas
mutantes.

47.

LUZ

Mente.
Somente.
Só.

46.

SÍMBOLOS

Lótus
e letras
colho.
Ás vezes
sem ver
elas me colhem.

sexta-feira, 1 de julho de 2011