quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Conjunção

O ver
(En)laços
Harmônicos
Olhares
Solares.
              06/10/02.

Enigma XII

Seu olhar
De bela
Me revela
A fera.
Terna e
Terrível
Que se revela
No ritmo
Das mares.
Transformar-se
Em anjo e
Em demônio
Conforme
Agem os outros.
                             04/10/02.

Neo-behaviorismo

Olhos que olham
E não pensam
Sobre o que
Passou
Como está
Deixa ficar.
Nem além e
Nem aquém
Apenas olham.
Não pensar:
Deixar que outros
Pensem por eles.
                             01/09/02.

Fetiche

Na TV
A mulher
Vira cerveja.
Loura
Liquido.
Sexo
Pra fazer
Com a garrafa?
Cada gole é
Um orgasmo?
Cada cerveja
É a mesma
Loira?
Serva serve-se
Cerveja.
A mulher é a cerveja
E a cerveja é a mulher:
Mulher-cerveja.
                                       18/08/02.

Surreal VI

      Se levanto os olhos do livro para olhar a vela, em vez de estudar, sonho.
                                      Gaston Bachelard


Seu olhar
Perdido no infinito.
E nisto
Nasce o desejo
De encontrar-se
Onde está?
Perdido por
Perde-se?
Perdido pedindo
Ajuda?
Laça o meu olhar
E por um momento
São um olhar.
Mas seu olhar
Continua
Perdido...
Por quê?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Visão dominante

       (...) como deviam brilhar de malícia os olhos dos bons selvagens quando contavam ao ingênuo missionário essa comedia sobre a origem floral do fogo!
                                                            Gaston Bachelard


Aquele que não vê
Tem visão
De alcance limitado.
E aquele que  vê
Recusa ver além.
No duelo de visões
A não-visão
Vence aquele que
Vê pela força bruta
Que busca ou não
Compreender
A incompreeção.

Mani-pulação-queísta

Olhando o mundo
Lá fora de fora
Vendo cada vez
Mais fora
O que está dentro
Do eixo das visões:
Palavras (dis) torcidas
Torcendo o que
Foi denominado
Realidade.
Realidade?
                                   __/__/__.
                                  09/02/11.

Ponte XI

Os olhos
Me dizem
O que você
Não quer
Dizer com
A boca.
Os seus olhos
Dizem tudo
Enquanto
A boca não
Quer dizer
Nada.
Entre o
Tudo e o nada
A certeza de algo.
E o algo
Uma dúvida?
                             30/07/02.

Síndrome Tanatos

O mundo visto
Na TV
De pernas para
O ar.
Todo mundo louco
Procurando o inimigo
"Invisível"
Que não foi encontrado.
A guerra quente
Dá o ar de sua (des)graça.
Resolveu-se que o
Mundo árabe
Mulsumano
É o inimigo.
Por causa de um homem.
Alguém tem que
Ser o bandido da
"História".
Qual história ?
A insegurança
É a única certeza.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Consenso persuasão

Ver.
Ver-
dade.
Verdade.
Verdade!
Verdade?
Verdade
Dada.
Sem ver
Se é
Verdade.
A verdade é
Palavra
Perigosa.
                   19/07/02.

Luz/Sombra

No duelo
O que via
Não queria
Enxergar.
O outro
Cego
Não via,
Mas enxergava:
A verdade.
Uma porta
Para a destruição
Em vez da
Salvação.
Falar não adiantou
Aquele que via
Não ouviu
O aviso daquele
Que não via e
Sabia
O segredo que
A verdade trazia.

Além do abismo

Num mundo
Sem olhos
Existe vida.
Nas profundezas
Das trevas
Marinhas
Seres vivos
Entre o calor
 Das torres.
Seres sem céu
Que veem
Sem luz.
E mesmo
Sem luz
Iluminam.
                   15/07/02.
                   06/02/11.

Alienígena

Nos olhos
De quem
Nasce
A inocência
E a interrogação:
Que mundo
É esse?

domingo, 28 de agosto de 2011

Ponte X

Nos olhos de quem
Chega
A alegria do retorno,
Da novidade
E por um momento
O cheiro da realização.
                                    13/07/02.

Esperança ?

Vejo
O verde
Verso
Brotando
De repente.
Que cresce
Na folha
E cresce
A cada
Momento.
Cresce
Verde.
                     12/07/02.

Surreal IV

De olhos fechados
Ver outro mundo
E outros mundos
Em constante
Mudança.
Mutantes.
Mudos?
                              10/07/02.

Surreal III

No olho d'água
Uma lágrima
Um espelho
Uma confissão.

No olho d'água
Um sentimento
Um reflexo
Uma descoberta.

No olho
A água que
Não para,
Jorra.

Ponte IX

Um olho
A lua brilha:
Arco-íris.
Quando cheia:
Prata.
Sombras
(I)luminadas.
Tudo e o além.
                       04/07/02.

Eclipse

SOL
     U
     A

Surreal II

Os olhos-tigre
Escondem
Segredos
De seu poder?
                         03/07/02.

Realização II

Sonhar
De olhos
Abertos
E ter
Certeza
Que é
Mais
Do que
Um sonho.

Realização I

Os olhos-vitória
São os sorridentes
Olhos de criança:
Sem limites
Para alegria.
                      01/07/02.

Meia-noite

Ela me olha
Com olhar
De vampira
Louca por
Sangue.
Me pergunto
Se estou delirando ou
Se vi realmente.

                              29/06/02.

sábado, 27 de agosto de 2011

Surreal I

Orvalho
Na orla
Do vale
Seu(s) olho(s)
Prateado(s)
Brilhando
Entre
As gotas.
                  28/06/02.

Enigma XI

Ovo,
Ouro,
Olho.

Ouro,
Ovo,
Olho.

Olho,
Ouro,
Ovo.
            28/06/02.
            __/10/02.

Ponte e enigma

Como olhos
Que
Oram e
Sorriem.
Os vagalumes
Luz
Nas sombras.
Num sonho
Em movimento.

O(A) seduzido(a)

O inocente-olhar
Não vê
O perigo
Diante de si
Mesmo perto,
Pois não sabe
Ler os sinais.
Quer ser enganado(a).
Se deixa levar.
Não adianta
Avisar.

O (A) sedutor(a)

Os olhos de um(a)
Sádico(a)
Tem o brilho
Vitreo
De uma alegria
Morbida,
De uma serpente
Que quer encantar
Para depois engolir.
Num silêncio
Do dizer
Não diz o que
Realmente
Queria.
Deixa para
O momento
Que a presa
Não pode mais
Fugir.

Ponte VIII

Existem outros
Modos de ver
Para quem
Não enxerga.
É preciso
Buscar outra
Alternativa.
E
Há quem tem
Olhos e não
Enxerga
Porque não
Quer ver
O que diante
Dos seus olhos
Está.
                         26/06/02.
                         27/06/02.
                        __/10/02.

Ponte VII

Á noite
Tem muitos
Olhos
No céu e na terra
Que criam
Ilusões.

Coruja

Olhos que
Escondem
Segredos.

Inconsequência

Ver
Verde
Verdor
Virar cinzas,
Dor e vazio.
Sem vida
E sem rima.
Línguas de fogo
Devoram.
E depois cinzas.

Ponto

 O olhar do crítico
 É aquele que
Tanto destroe
Como  constroe
Um conceito.
Depende do seu
Julgamento.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Espíritos

O duelo entre
O toureiro e
O touro
Começa com o
Olhar.
Depois o combate
Na arena.
                             26/6/02.

Olhar-predador

Desejo de
Devorar
Á noite.
                      23/06/02.
                      __/10/02.

Observadores

Os olhos do novo
Grande irmão
Veem tudo
Em todos os
Ângulos.
Privacidade é
Coisa do passado?
Nada é segredo.
E o segredo é
Quem é o  grande
Irmão, agora?
Tão longe e tão perto
Não é controlado
Pelo olhar?

Enigma X

         A vida é uma criação da mente.
                           Buda


O criador
Apaixonado
Por sua
Criatura.
Olha com amor
De pai
Pelo filho.
E mais do que
Isso.
Olha como
O amante
Que corteja
Sua amada.
Olha e
Deseja que sempre
Esteja diante
Dos seus olhos.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mensageiro

Corvo.
O olhar da morte
Na noite
Sem estrelas
Carrega
Tristes trevas
Dos que buscam
A vingança.

Enigma IX

       Sim, a vela e o  gato olhavam o poeta com o olhar cheio de fogo.
                                                   Gaston Bachelard

Ás vezes
O olhar
Tenta dizer
O que as
Palavras
Não podem dizer.
Em alguns
Momentos
Consegue e
Noutros não.
Cada momento
É um mo-men-to.


Conflito

O seu olhar-
Desespero
Reflete a
Situação
De não
Poder tocar
Nem mesmo
Com os olhos
Seu amado.
A barreira
Construída é
Muito forte.
Solidificada
Pelo preconceito
Dos que o amam
De outro modo
E não compreendem
O seu modo.
Seu amado
Como você
Não sabe
O que fazer
Além de
 Morrer sufocado.



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Alma amiga

Quando seus
Olhos alegram-se
Me alegro.
Por um momento
Sómos eternamente
Felizes.
E quando chora
Choro com sua
Tristeza.

Enigma VIII

Nos olhos
Verdes
O pântano
De tanto
Mistério.
Seus olhos
Veem além?
Ou os meus
Apenas
Veem?

Enigma VII

Nos olhos de
Um anjo
A cidade das
Sombras
Revela cidade dos
Sonhos ou a
Cidade de Deus?

Incertezas

Busco no
Olhar de outro
Um pouco
De paz, alegria
E amor.
Nada de jogo
Ou armadilha.
Busco que de
Tão simples
Virou complicado
De achar.
No olhar
Pouco há
O que encontrar?

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Olhar-inocente

Olhar de quem
Descobrirá
O mundo.

Enigma VI

       A mentira quando inspira verdade vira.
                            Roberto de Castro      

Não há um
Olhar de esperança
No meio da
Multidão.
Todos perderam
O brilho
Subitamente.            

A grande surpresa

Seu olhar
De desprezo
Me gelou
Pois pensei
Que fosse
Amigo
Mas não era.
E me olha
Como eu fosse
O estorvo
Sendo que
Você revelou-se
Estorvo
Para mim.

Olhares-censores

Os outros são
O inferno
Quando não
Te deixam
Em paz.
E acham que
O certo
É incomodar
Pondo limites
Onde não
Deveria ter.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Enigma V

Se tem
Coragem
Para ousar
É chamado
De louco.
Se é louco
Chamam
De aventureiro.
Se é aventureiro
Consideram
Campeão.
Eis o mundo.
E por menor
Que seja a
Vitória
É preciso
Ter mais do que
Coragem
Para consegui-la.
                             21/06/02.


Despertar

Antigamente
Um olhar
De  menosprezo
Intimidava.
No agora
O olhar de
Menosprezo
Que lançam
Contra mim
Faço lança
Para seguir
Em frente.
Mesmo aos
Trancos e
Barrancos.
                         21/06/02.

Enigma IV (?)

Voltados
Para o céu
Olham o
Olho-dourado.
Olham as
Piscadelas-estrelas.
Olham o quanto
O mundo mudou
E permanece
Igual.
Buscam o além
Encontram
O sorriso das estrelas
E de olho-prata.

Enigma III

Os olhos-de-gato
Trazem
Os  mistérios
De muitas
Eras
Que passaram
E rastros
Deixaram.
Olhos que viram
O esplendor
Dos tempos,
Que foram
Adorados com(o)
Deuses.
Olhos-segredos
Guardados no
Silêncio-independência.

Enigma II

         Cada um é uma lua e tem um lado escuro que nunca mostra a ninguém.
                                                          Mark Twain


O olhar de quem
Finge
É perigoso
Como picada
De serpente.
Mata de muitos
Modos
Com diferentes
Venenos.

Sem os pés no chão

O olhar-apaixonado
Não vê defeitos,
Só qualidades.
O que é um
Erro que se
Paga
Amargamente
Depois.
Dependendo
Do outro
Ao seu lado.
É o olhar fixo
Num lado
Que ás vezes
Não existe ou
Pouco existe.
                            20/06/02.
   

sábado, 20 de agosto de 2011

Olhar-ciumento

          Sei que não vejo as coisas como sou.Vejo as coisas como sou.
                                                                Lahrel Lee


Seu olhar
Cria um
Mundo.
Seu mundo
De intrigas e traições.
Que existe
Só para
Ele mesmo.
E mesmo assim
Projeta para
Os outros ao
Seu redor
O que só
Existe dentro
Dele.
                                20/06/02.

Enigma

Olhos com o
Sorriso
Da Monalisa.
                     20/06/02.

Flash

A moça que
Passa
Mexe e balança
O balanço
Do sobe e desce
Dos seios e ancas.
Em busca
De um voyer?
Uma outra
Moça
Passa e olha
Sem graça
A graça exibida
Da exibicionista .

Sensualidade

O olhar-transeunte
Devora a mulher
Que passa
De roupa
Decotada.
O olhar que revela
Fome de quê?
O olhar de lobo
Faminto
Que quer
Comer
A carne.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ponte V

Ás vezes, um olhar
Fala mais
Do que mil
Palavras.
Mil palavras
Ajudam a tecer
Mil e uma noites.
O olhar revela
O interesse
Pela palavra
Bem tecida
Com outras palavras.
A palavra salva
Quando
O olhar adere,
Concede ,
Cede.
Olhar revela
Amor
Que com a palavra
Foi construído.

Capitu

Um olhar
Dissimulado
Construído
Por quem olha
Ou pelo olhar
De quem olha
O olhar do outro(a)
Olhando para
Si mesmo.
Um certo olhar...
O (in)certo olhar.
É um grande
Mistério
Hoje e talvez
Sempre.

Ponte VI

 O olhar diz
Muito
Mas não
Todos os motivos.
Palavras dizem,
Porém,também
Se contradizem.
O olhar fala
No silêncio
Dos atos.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Luta urbana

Na  fila
As pessoas (?)
Se olham
Com impaciência,
Raiva e
Desprezo.
Cada desconhecido
Um inimigo.
Por estar
No mesmo
Lugar que está.
Cada minuto
É um motivo
Para irritação.
E tudo é motivo
Para infelicidade,
Rivalidade.

Ponte III

O gosto
No entreolhar
Do entretenimento
Comunicamos
Sem falar.
       

Ponte II

A epifânia
De uma visão
Pode  ser
Rápida como
Um raio,
Suave como
Uma flor
Ou surpreendente
Como um
Esbarro.
                   19/06/02.

Miragem?

Olhe
Para cada
Coisa diante
De você
E busque
A beleza
Do  momento
Que vê.
Quando olhar
De novo
Talvez não
Verá nada
Pois perdeu a
Visão.
                        19/06/02.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ponte

Meu olhar e
Seu olhar
Correspondendo.
                             19/06/02.
          Todos vivemos sob o mesmo céu, mas nem todos vêem o mesmo horizonte.
                                                                      Konrad Adernauer

Espelhos dos egos/ecos


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ansia de sucesso

     Um belo dia, não tão belo assim, você acorda e vê na TV pessoas aparentemente comuns( não se  esqueça que as aparências  enganam demais e como enganam) fazerem uma loucura totalmente destrutiva: depois de consumir  droga (cerveja também é droga quando consumida em excesso)provocam  um acidente de carro,depois que ele arremessa um bebê, o próprio filho, contra um carro em movimento e bate o carro, ele faz e ela  o vê bater a cabeça da filha de cinco anos em uma árvore.
      Os jornalistas fazem o levantamento completo do casal e descobrem que eram cantores lutando pelo sucesso.Resolveram apressar as coisas mexendo com satanismo.
      Afinal, quem não conhece uma anedota sobre fazer algum  tipo de sucesso utilizando satanismo: segundo as más línguas de uma seita religiosa,Xuxa antes de ser a rainha dos baixinhos fazia uns rituaizinhos de satanismo.Ela processou  o jornal da seita que publicou isso e como não tinham como provar, perderam a causa na Justiça.O casal Collor,dizem,dizem,dizem,  encomendou uns servicinhos de sacrificios  de animais para ocultar as falcatroas de Fernando para que não fossem descobertas.
      Sempre que uma banda ou cantor alcança o sucesso uma má língua de seita religiosa ou laica  dispara que  fulano ou sicranos fizeram pacto com o diabo.
       Para conseguir o sucesso a qualquer preço quem capaz de garantir que eles não vão tentar matar os filhos de novo?Ou  vão bancar os convertidos para o lado do bem em alguma igreja ou seita?
       Tudo pode acontecer.
                                                                                          20/02/03.
                                                                                          05/03/03.
                                                                                          15/08/11.  

domingo, 14 de agosto de 2011

Monstro do mar?

      É só ela fechar os  olhos e ele aparece. O marido sente ciúmes dele ,pois pensa que é um outro.Outro? Enormes dentes brancos e olhos brilhantes no meio da escuridão.Acorda espantada. O marido  vira-se para o lado e manda-a dormir.O tubarão voltou!
     Não falaria nada para ninguém. O marido desconfiava dela e desses pesadelos.Os filhos achariam que era brincadeira da mamãe. A sua família... Não adiantaria.Diriam que está louca. Ou que é fruto de uma obsessão.Quando era criança diziam que era imaginação.De repente, ele voltou.Em algum momento no passado ele foi embora. Por que voltou?
      Ela fecha os olhos e ele está lá.Parecia voar no ar. Ou era água? Precisava controlar o medo.Sabia que  estava só. Isolada. O pesadelo era só seu. Problema seu.Resolve sozinha. Psiquiatra.Sempre o psiquiatra para resolver o quê ? Abandono da própria família.
      Ao tomar banho procurava manter os olhos abertos.Quando fechava-os a sensação de perigo era eminente.A água é o lar dele . Seu território.
      Quando ia ao clube não conseguia mergulhar. Via os barbatanas dorsais dos tubarões.Todos  estranhavam esse medo de água,mas ela fingia estar tudo bem.Quando falava e queria ser ouvida ninguém levava-a a sério.Se falasse...Bronzeava-se e se mantinha alerta.Dormiu de cansaço de ficar alerta.
     Acordou ao ser empurrada para dentro da piscina.Ao se dar conta do que aconteceu gritou e saiu ás pressas deixando todos ao redor surpresos. O que está acontecendo?
      Sentiu os dentes roçarem seu corpo.Numa piscina comum?Um fio de sangue escorreu de uma das pernas.Era loucura. Procuraria um psiquiatra para dizer... o quê?
      A situação piorava. Via barbatanas em copos de água e pratos de sopa.No aquário da casa , os olhos do bicho olhando para ela. Olhou o curativo na perna.Tirou depois de muito tempo.A cicatriz continuava lá.
      Resolveu ir ao psiquiatra indicado por uma amiga.Pelo menos ele escutaria e tentaria entender.
       O médico recebeu-a amavelmente e para sua surpresa tinha um sorriso de dentes serrrilhados como os de um tubarão e quando tirou os óculos escuros... os olhos também!? Parecidos com os de um tubarão.
                                                                                                                   23/02/03.
                                                                                                                   05/03/03.
     

Reino dos mortos no caminho dos vivos

      O bosque.Um ponto de desova de cadáveres , consumo de drogas , motel,etc.Todos sabem e têm medo. A polícia sabe? Também,talvez. O quartel é vizinho ao bosque, como muitas pessoas também são.
     Talvez  quando alguém tão im portante quanto Tim Lopes morrer e for desovado por lá as autoridades pensaram em fazer algo.Um ponto onde se vive lado a lado com o perigo.A polícia sabe  e parece não ligar.A TV denuncia ,mas pouco foi feito.Mil desculpas são dadas para  responder a indignação  dos repórteres  e fica nisso.Promessas são feitas,mas  são esquecidas; não cumpridas.
     Todos rezam para Deus proteger e tocar o coração insensível das autoridades.Poucos guardas são colocados para uma aréa muito grande , quando colocados.Minimiza,mas não resolve.
      Tudo acontece como se fosse normal. A violência tornou-se coisa normalizada. Só quando alguém importante morre parece que a sensibilidade volta por um momento.Depois esquece.Tudo fica como era antes. Nada de novo aconteceu.A certeza da impunidade prevalece e cresce.
                                                                                                              23/02/03.
                                                                                                              05/03/03.

sábado, 13 de agosto de 2011

Tragédia anunciada

      Todos sabiam de um jeito  ou de outro. Principalmente as pessoas que não tinham o que fazer além de bisbilhotar a vizinhança, como as comadres fofoqueiras.Desse modo, de ouvir falar que fulano falou, querendo ou não, todos sabiam. Um vizinho desequilibrado com dois filhos idem e , o pior, dois pitbulls.
      Os animais eram treinados para serem violentos no além da natureza pelos dois garotos.Dois tipos comuns que gostam de pousar de poderosos quando passeiam com as feras só de corrente e coleira e sem boqueira.
     Dá para imaginar em detalhes que no arranque  dos bichos nem um dos dois conseguiria segurar os adoráveis bichinhos num momento de ataque.Mesmo assim  fazem questão de passear com os cachorros.Os outros que se danem, afinal a rua é só deles.
      Não adiantava a TV mostrar que esse tipo e outros tipos de cães estavam matando pessoas, que se discute a punição ou não  dos donos, pois a culpa pela morte fica só com o cão e apenas em alguns casos o animal é sacrificado.
      Só depois, sempre assim, depois de um dos bichos matar alguém é que providências serão ou não tomadas.O medo era sentido e sentimento geral, o perigo real, mas tomar uma providência, ninguém tinha coragem.A politica da boa vizinhança não era quebrada, por medo de uma possível retaliação depois.Mesmo na falsidade era considerado melhor permanecer tudo como está.
       Era preciso esperar a agressão mesmo sabendo que o convívio com a morte estava bem perto sobre dois aspectos de animais: treinadores e treinados em desequilibrio total. O tipo de cão revela um pouco o tipo de comportamento do seu dono.

                                                                                                                  11/02/03.
                                                                                                                  05/03/03.
     
    

     

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

De repente tão comum

     _ Mais um caso chocante: garotos de Brasília  mataram um garçom...
     _ Eram do plano piloto?
     _Sim.
     _Vivem em condôminio fechado?
     _Sim.
     _Então tá explicado.
     _Como assim, explicado?
     _Ora essa! A moda dos "bem nascidos" para matar o tédio de não ter que lutar pelo pão de cada dia e matar os outros pra se divertir, principalmente pobres, como mendigos, um índio porque foi confundido com um mendigo, subalternos como um garçom...
     _Índio também...
    É perigoso até matarem as namoradas ou as ficantes só por não quererem ficar com eles.Mas isso não se divulga.
     _ Você acha isso normal?
      _Normal não é, mas que acontece,acontece.
     O surpreso personagem falou com outros amigos e se deu conta que foi o único que não achou normal o acontecimento.Com os outros que falou recebeu mais ou menos a mesma resposta depois da mesma pergunta:eles eram de Brasília?
     Além disso, subitamente se deu conta que era alguém que para sujeitos de Brasília como aqueles jovens  não era alguém, mas o possível próximo Ninguém que se torna algo nas páginas policiais dos jornais  ou seja pode ser o próximo a ser abatido.
                                                                                                  31/10/02.
                                                                                                 20/11/02.
 
    
     

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Apenas um susto

     Sábado à noite. Shopping Center Flor do Cerrado.Gente em busca de diversão e segurança.Jovens em busca de diversão e adultos em busca de segurança.Todos sentem que estão seguros lá dentro,porque têm seguranças nos corredores e portas.
     Do lado de fora a construção é bonita com ares futuristas, aparenta firmeza.Mas como diz o ditado popular: por fora bela viola, por dentro pão bolorento.Pois na estrutura interna, aquela parte que ninguém vê ,corre pelas paredes a fiação elétrica.Composta por fios soltos que amontoam-se uns próximos aos outros. Sem falar na tubulação de gás de cozinha.Uma vez um shopping em São Paulo foi destruído com pessoas dentro por causa dessa mistura perigosa.
      Por saberem disso e outras coisas, alguns funcionários da praça de alimentação ao ouvirem um estalo seguido de vazamento de gás,pularam do balcão de atendimento para o lado dos atendidos.
      Foi o bastante para provocar pânico nos clientes presentes na praça.Risco de explosão?
       As pessoas descontroladas sairão gritando.Os seguranças não conseguiram controlar os apavorados que corriam para a saída de emergência.Trancada. Como moscas diante de um vidro,houve quem tentou forçar à porte com o corpo em vão.
      Passado o susto do medo coletivo, procuram socorrer os feridos.
      Um dos seguranças que já trabalhou com encanamentos e coisas do gênero foi solicitado na praça de alimentação e detectou o problema: uma mangueira de gás solta de uma grelha.Amarrou um arame e vedou com o chiclete que mastigava.Problema resolvido.
      Saiu de lá anunciando que o problema foi resolvido.Voltou ao seu posto.
     As pessoas que estavam diante da saída de emergência  que se revelou uma grande armadilha foram acalmadas e acalmando-se .Porém as dúvidas pipocavam.
     Retornando a praça de alimentação alguns pagaram a conta e foram embora antes de terminar os lanches,outros depois.Em pouco tempo a praça, sempre movimentada estava deserta.
     E se tivesse mesmo pegado fogo? Quem seria o responsável ou o responsabilizado pela  porta de emergência trancada num momento que não deveria estar trancada.E se... em se... a ilusão de segurança desfez-se em caquinhos.
                                                                                                             31/10/00.
                                                                                                             31/10/02.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Pesadelo II

      Num zoológico sem animais um vulto com dentes  serrilhados passeia tranquilamente entre os cadáveres humanos, adultos e crianças,nos mais diferentes estados de decomposição.
      Só consegue ver a sombra e os dentes.O que será isso?Onde estava? Que "mundo" era esse?Só conseguia ver a sombra se aproximando.
     Falava algo sobre as crianças têm sentimentos, mas os adultos não compreendem, então matam as crianças e com elas seus sonhos.
     O medo crescia vertiginosamente .Sabia que a  sombra se aproximava, porém não conseguia ver.Cada vez mais perto. Perto.Precisava fugir.
     Acordar.
    Acordou ao ver a sombra do monstro arrastar uma criança morta.Bem perto dela.
    Um pesadelo.
    Rezou e tentou dormir de novo.Percebeu que uma sombra pairava ao seu lado.
     
                                                                                                                       24/10/01.
                                                                                                                       28/10/02.

domingo, 7 de agosto de 2011

Nem que a morte os separe

     Tudo começou com uma caixa de papéis.Papéis brancos.Malditos papéis.A curiosidade matou o gato, diz o ditado popular.Seu gato condenou-a viver a sombra da morte.

      O sujeito encapuzado,sobre-tudo ,luva de couro e uma faca enorme nas mãos.Matou todos.Ela escapou por um tris.

     Uma caverna na praia.Diziam os moradores que era amaldiçoada.Ritos macabros foram cometidos ali.Para se mostrar muito corajoso seu namorado intíma e intimidando o seu grupo em férias para ir até lá justamente à meia-noite.
     
      Não importa em que ponto do país esteja, ele está por perto rondando,matando,esperando.Não há tempo para olhar para trás.Não há tempo para chorar os mortos que outros, desconhecidos para ela, teram que enterrar.

     Ninguém queria ser chamado de medroso e ter que aguentar as piadinhas de maugosto  dos garotos.Sempre insensíveis.Sempre julgando-se super-homens imortais.Todos foram.Seu namorado viu o contêiner.Achou que era um tesouro.Não era. Só encontrou papéis. Frustrado jogou-os atrás de si,  alguns cairam numa poça de água. A água mudou de cor enquanto as folhas desmancharam-se. Nada mais.

     Aquelas folhas. A química da morte .A água mudou de cor.A marca registrada do seu perseguidor.

      Na noite seguinte, o pesadelo começou. Corpos encontrados na praia decapitados.Sem pista e sem suspeitos.As suspeitas cairam sobre eles.Um por um foram desaparecendo.Como fugiu á tempo,se salvou por algum tempo.

     A polícia chegou a desconfiar dela,mas não havia como sustentar essa versão. A arma  branca exigia habilidade, precisão e força que ela não tinha.Além da frieza e disposição para matar.

     Ele ,o misterioso matador, matou também políciais e então o que era perseguição profissional virou um duelo pessoal entre forças opostas.Mas nem tanto.Jogo de gato e rato.Onde o gato se confundia com o rato e virce-versa.

     Fugir virou o centro de sua vida.Caçar o Encapuzado, como ficou  conhecido, o objetivo/obsessão da polícia.Estranhamente ele  escapava de qualquer armadilha.

     Numa aldeia de pescadores longe de tudo encontrou alguma paz até que à noite viu no aquário da residência que estava hospedada um pedaço de papel branco pendendo para fora e para dentro , a cor.O polícial que a protegia morto próximo ao aquário.

     Fugir depressa.

      Totalmente entregue ao desespero ela abraça o mar e ora por liberdade.Ele a vê, deixa a faca na areia,as luvas, o capuz,o sobre e caminha para dentro da água.
                                                                                                           
                                                                                                      16/02/02.
                                                                                                      17/02/02.
                                                                                                      28/10/02.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Invasão das lesmas

     Não é segredo para ninguém, escargo é o nome francês para a nossa boa e velha conhecida lesma.Chique no último!É uma espécie de lesma criada para consumo humano.Uma fina iguaria para os franceses e os brasileiros consumidores desse tipo de comida que além de incomum para a maioria dos brasileiros é cara.
     Pensando nisso, cursos para criar lesmas foram montados, por empresas especializadas em montar cursos de todos o tipo de atividades,prometendo lucro fácil, rápido e garantido. Além da alta taxa de desemprego que atravessa o país , isso também atraiu muitas pessoas, pois devia ter um fundo de verdade nesse empreendimento.Até ai nada de mais.
     Achando ter encontrado as lesmas das conchas de ouro,Manuel, um candidato a criador fez o curso.Depois montou o criadouro e pôs os bichinhos.Seguiu as etapas e conseguiu produzir grandes e gordos escargos de 45 centímetros.E descobriu um grande problema: para quem vender?
     Os donos do curso não se responsabilizavam por esse detalhe.Iam pensar ainda noutro curso sobre isso para vender aos criadores interessados.
     Tentou os restaurantes franceses que conhecia.Não conseguiu vender,pois outros criadores apareceram primeiro e venderam seus bichinhos.Não tinha como exportar para a França.Nem por isso iria comer.Não lhe passava pela cabeça comer tal iguaria por mais chique que fosse.Não fazia parte dos seus hábitos alimentares e nem queria que fizesse.
     Sem ter como se livrar dos bichinhos resolveu soltá-los no mato.
     As lesmas deslizaram pelo mato deixando por onde passavam as suas marcas ou suas conchas.E como não tinham um predador natural naquela região( outro detalhe não pensado pelos criadores do curso) elas já crescidas multiplicaram-se e multiplicaram-se.
     E com a multiplicação constante criou-se outro problema: o espaço era pequeno demais para tanta lesma. A comida estava acabando.Então começou a migração.
      As lesmas imigrantes foram para a cidade e silenciosamente  começaram a invasão, ops! , a imigração.As pessoas vivendo o ritmo apressado  de suas vidas não perceberam de imediato a chegada dos hospedes indesejados.
      Em grudadas paredes, vasos de plantas, pedras, asfalto, casinhas de cachorro, hortas, jardins, caixas de correio passaram a adentrar as residências e passear pelos telhados, móveis , tapetes eletrodomésticos, etc.
      O pânico se instalou entre as pessoas.Bombeiros e serviços de  controle de pestes foram chamados para resolver o problema.Mas como era serviço demais, lesmas demais, eles foram vencidos pelo cansaço.A população também  ajudou, mas foi igualmente vencida pelo cansaço.
      A notícia espalhou-se da rede de tv local para  rede nacional.Os repórteres descobriram  uma das possíveis origens dos inconvenientes animais,mas o dono da criação, Manuel, ao saber o que aconteceu disse que era uma maldição que se abatia sobre ele é chorou de desgosto e desespero.Teria de pagar pelo prejuízo dos cidadãos? Se sim, estava realmente ferrado.
     E sabendo do ocorrido ,os donos do curso de criação de escargo resolveram criar o curso de como eliminar escargo para lucrar com essa tragédia alheia.

                                                                                 24/08/02.
                                                                                 27/08/02.
                                                                                 08/09/02.
                                                                                 27/10/02.
                                                                                28/10/02.