domingo, 7 de agosto de 2011

Nem que a morte os separe

     Tudo começou com uma caixa de papéis.Papéis brancos.Malditos papéis.A curiosidade matou o gato, diz o ditado popular.Seu gato condenou-a viver a sombra da morte.

      O sujeito encapuzado,sobre-tudo ,luva de couro e uma faca enorme nas mãos.Matou todos.Ela escapou por um tris.

     Uma caverna na praia.Diziam os moradores que era amaldiçoada.Ritos macabros foram cometidos ali.Para se mostrar muito corajoso seu namorado intíma e intimidando o seu grupo em férias para ir até lá justamente à meia-noite.
     
      Não importa em que ponto do país esteja, ele está por perto rondando,matando,esperando.Não há tempo para olhar para trás.Não há tempo para chorar os mortos que outros, desconhecidos para ela, teram que enterrar.

     Ninguém queria ser chamado de medroso e ter que aguentar as piadinhas de maugosto  dos garotos.Sempre insensíveis.Sempre julgando-se super-homens imortais.Todos foram.Seu namorado viu o contêiner.Achou que era um tesouro.Não era. Só encontrou papéis. Frustrado jogou-os atrás de si,  alguns cairam numa poça de água. A água mudou de cor enquanto as folhas desmancharam-se. Nada mais.

     Aquelas folhas. A química da morte .A água mudou de cor.A marca registrada do seu perseguidor.

      Na noite seguinte, o pesadelo começou. Corpos encontrados na praia decapitados.Sem pista e sem suspeitos.As suspeitas cairam sobre eles.Um por um foram desaparecendo.Como fugiu á tempo,se salvou por algum tempo.

     A polícia chegou a desconfiar dela,mas não havia como sustentar essa versão. A arma  branca exigia habilidade, precisão e força que ela não tinha.Além da frieza e disposição para matar.

     Ele ,o misterioso matador, matou também políciais e então o que era perseguição profissional virou um duelo pessoal entre forças opostas.Mas nem tanto.Jogo de gato e rato.Onde o gato se confundia com o rato e virce-versa.

     Fugir virou o centro de sua vida.Caçar o Encapuzado, como ficou  conhecido, o objetivo/obsessão da polícia.Estranhamente ele  escapava de qualquer armadilha.

     Numa aldeia de pescadores longe de tudo encontrou alguma paz até que à noite viu no aquário da residência que estava hospedada um pedaço de papel branco pendendo para fora e para dentro , a cor.O polícial que a protegia morto próximo ao aquário.

     Fugir depressa.

      Totalmente entregue ao desespero ela abraça o mar e ora por liberdade.Ele a vê, deixa a faca na areia,as luvas, o capuz,o sobre e caminha para dentro da água.
                                                                                                           
                                                                                                      16/02/02.
                                                                                                      17/02/02.
                                                                                                      28/10/02.

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