domingo, 30 de agosto de 2015

Aviso: blog parado por tempo indeterminado, por muitos  afazeres  de trabalho e estudo.
Pensando  se volto ou não.
 Publicando  no Wattpad: www.wattpad.com  como  flaviadeaz7


sábado, 4 de abril de 2015

O sentido político da povo: algo para manter sob(re) controle


A  culpa é  do povo? Pode ser,mas  que é  povo? Em análise  política  não  se trabalha  com  o ator  genético _a   categoria  povo expressa diversos segmentos sociais.Veja, setores da  sociedade civil, de  origem popular, foram responsáveis pela  Lei da Ficha  Limpa que  resultaria em  mudanças, todavia políticos  com  apoio de juízes  tornaram-na inócua! Isso pode ser  um exemplo de como os  aparelhos de  Estado no Brasil foram  moldados para  atender  a interesses  particulares,com elementos infiltrados na burocracia, em  acessórias, em  governos, no Poder Legislativo e mesmo no Judiciário .A  “lei  do terço”, que não tem nada de  religiosidade, é  mais obedecida em contratos e licitações do que  outros  regulamentos.E pelos ralos da  República  escoam riquezas nacionais e recursos  públicos!
Itami Campos,O Popular: pg 9,4/12/11.

Não há  qualquer conexão entre duas  coisas.Ricos  não são  necessariamente  sábios, tampouco pobres são obrigatoriamente tolos.Os pobres  podem estar na  base da  pirâmide econômica.Podem estar no topo da pirâmide ética, de  valores, assim como do  conhecimento e  das  inovações.
Anil Gupta

    Diante  de  qualquer  crise  “moral” ,energética ,econômica, de corrupção ,etc a  primeira  coisa que os  governantes  da ocasião fazem é  culpar a  oposição(mesmo que fictícia)  e/ou o povo.Nunca  a própria  atuação, a  culpa é sempre  de um  outro ou dos outros.Ironicamente  tudo em termos  de  política e manutenção de poder ou privilégios  é  (ou era)feito  inventando mecanismos  para  afastar o povo das  grandes  decisões políticas, como as próprias  definições de povo: a plebe, a massa, os oprimidos, os cidadãos  comuns, as minorias, o gado( sentido de  metáfora  social  político-econômica ), a  manada(idem), etc.O  mundo “do de cima  que  olha  para  baixo” . O povo também  é  visto como uma  abstração ou incógnita   por quem se  considera  superior por  qualquer  motivo   como por exemplo partidário ,intelectual e/ou financeiro; no melhor estilo Odete  Roitman, personagem da  novela  Vale Tudo.
     Ao longo da  História  do  Brasil as decisões políticas  sempre foram feitas em  gabinetes fechados  assim  como as  constituições. A única  exceção  é a  Constituição de  1988 na qual realmente teve participação  popular na elaboração das leis,por isso ela é também conhecida  como  constituição cidadã.
    As leis são lindas em sua  maioria,mas o fato de estarem  escritas no papel não quer  dizer que  serão cumpridas se  não  houver  interesse  político  e/ou pressão  popular.Um entre os  problemas políticos  no Brasil é que  tem lei que  sai  do papel e as  que ficam só  no papel.Leis que beneficiam a  população nem sempre são acompanhadas de  infraestrutura  e verbas para que sejam  cumpridas  efetivamente.
     O povo não tinha  vez ou voz,pois  o mundo  antes da popularização da  internet era  dividido entre comandantes e  comandados que  obedecem ou são  forçados a  obedecer.Em  muitas partes do  mundo  ainda  é assim.A lei do mais forte.Mas com os avanços da  comunicação  isso mudou um pouco em termos  de participação  popular, mobilização por causas globais.O que diminui um  pouco o sentimento de impotência  diante do caos  político.O povo tem voz  via  internet.
     Através das redes sociais movimentos pró ou contra alguma causa podem surgir espontaneamente  para  o  bem ou  para o mal.Nem tudo são rosas,tem os espinhos.Abaixo-assinados  podem pipocar criando regras novas  para  um  “mundo novo”, para protestar, derrubar leis abusivas, mostrar insatisfação,etc.Culpar  o povo  sempre  foi  fácil ,fugir da  causa-raiz  dos  problemas é  sempre  fácil,mas no agora aguentar a opinião das   diferentes  vozes  dentro do povo, o povo mobilizado virtualmente  é outra história.O povo  indo para  as ruas protestar é uma  nova  história.
     Infelizmente  tem os  vândalos  e bagunceiros,etc, e é  inevitável  não  surgirem  em determinados tipos de  manifestações.
      O que vai acontecer ? Se valeu apena ou não?Só os  historiadores  do futuro definirão.



                                                                                                            16/01/08.
                                                                                                            29/01/08.
                                                                                                            31/01/08.
                                                                                                            05/02/08.
                                                                                                            06/02/08.
                                                                                                            12/02/08.
                                                                                                            16/02/08.
                                                                                                            21/09/14.
                                                                                                            25/10/14.
                                                                                                            30/10/14.
                                                                                                            23/11/14.
                                                                                                            01/03/15.
                                                                                                            14/03/15.
                                                                                                            04/04/15.

                                                                               

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Versões da mesma história



 Se o problema não tem solução,não esquente a  cabeça,porque não tem solução.

Provérbio chinês


     Livro versus filme: o velho problema de o  filme ser  uma adaptação  não muito  boa do   livro que originou o filme.É outra versão da história contada.
     As adaptações cinematográficas  de livros e quadrinhos  raramente satisfazem os fãs do produto escrito e seus  respectivos autores.Os  comentários  de críticos  só põe  mais lenha na fogueira.Cria-se tempestades de  copo de  água que  fomentam o marketing.Alimenta a expectativa e curiosidade para  assistir tal  filme. Por isso, quando vou assistir um  filme que é adaptação  de um livro que  li  sempre penso que outra  versão da mesma história, porque é; senão é possível  sentir a  frustração de fã  e achar que foi perda de tempo assistir o filme.
    Filme é (quase) sempre uma releitura e reinterpretação  ou outra leitura e interpretação da obra escrita.Para o diretor, um  trabalho.Para os fãs ,uma ‘religião’.Aí que  mora o conflito:o filme tem que,no ponto de vista dos fãs,ser  fiel a obra que o originou e muitas vezes não o é,por ser o recorte de algumas ideias da obra.Todas as ideias  de um livro não cabem num filme de pouco tempo de duração.A grande “heresia” para os fãs.Além disso a  frustração do público que  se espalha rápido via redes sociais sempre  com o comentário “eu esperava mais do filme”.
     Quando o diretor é fã da  obra  em  questão que será  filmada, aí ele se preocupa com  a lealdade na medida do possível  a obra, como foi o caso de Peter Jackson  apesar   dos filmes serem o  resumo do resumo dos livros que compõe  a trilogia  O Senhor dos Anéis  os quais  foram bem sucedidos em agradar  a maioria dos fãs  e leitores de  J. R. R. Tolken .Outra adaptação   que  recebeu  elogios pelo grau de fidelidade as ideias da obra   foi Entrevista com  o vampiro.
     O filme é um resumo do livro (quase) sempre porque  uma  imagem  é a representação de descrição de uma  paisagem ou um  ambiente .As partes mais adequadas par  a composição  da filmagem.No livro a riqueza de detalhes podem ser muito maiores do que nas cenas de um  filme.
       Dependendo do tipo  de conteúdo de  algumas obras  é lógico  que vai ter censura  oficial  ou não de ideias  autorais , de cenas eróticas  pois sexo  ainda é tabu ou muito  violentas.Tudo  depende de um  conjunto de escolhas feitas entre outros  fatores como  cultura, querer  alcançar o  grande  público, etc.
     Se o livro é narrado em primeira pessoa  e o filme vai ser narrado em terceira pessoa  é um pequeno detalhe que muda toda  a percepção dos expectadores.De um  modo ou de outro alguma diferença vai ser  sentida.Por isso, a  frase “ baseada na obra de” torna a experiência  de assistir um  filme baseado em livro ou quadrinho em  algo menos frustrante,porque é  outra versão da historia.Mas  para fãs fiel e/ou fanático  é uma experiência  frustrante  de um modo ou de outro.
    Além de que um  filme é um tipo de  produto cultural  diferente do produto livro.

                                                                                     03/01/15.
                                                                                     04/01/15.
                                                                                     15/02/15.

                                                                                     17/02/15.

sábado, 24 de janeiro de 2015

Cultura de massa e para a massa




       Um  termo que  não   concordava  nos meus  estudos  de  cultura  de massa  era  o termo  cultura “de” massa e sempre  colocava  cultura “para a” massa, porque  as pessoas que  compõe o grande público não  tinham  ,até  pouco tempo atrás, tanto  poder de  escolha antes  como tem hoje apesar  de determinadas  limitações.
      A  cultura  “de” massa não  era  uma  escolha  do grande público, embora o termo sugira  isso,  e  sim uma imposição cultural que  vinha de cima para  baixo.Era um monopólio   como ,por exemplo  o tipo de protagonista , comentado no texto: O teste de Bechdel:essa coisa “sem  importância “ chamada  mulher.O  protagonista  padronizado tem que ser homem, branco, heterossexual: uma  imposição  cultural predeterminada  que virou regra.Como diz o ditado popular: água mole  em pedra dura  ,tanto bate até que fura.Tanto que  depois  de consumir   o mesmo tipo de produto cultura  constantemente  pensar algo fora desde  padrão estabelecido  se torna algo difícil  e inconveniente.
     Com a  popularização da internet  e a  evolução da   comunicação via redes  sociais foi-se  percebendo diferentes nichos de mercado,criando-se  a cultura para as  massas com  divisões e  subdivisões para gostos  específicos  de públicos  específicos  além disso as pessoas  podem  produzir  cultura para  nicho  específico   através de  blogs, canal no youtube,redes  sociais, etc. Um pouco do grande  monopólio  cultural para a  massa foi  quebrado e fragmentado,mas não acabou,pois  procura se adaptar as mudanças ,mas  continua  impondo determinadas  regras.Porém  dando valor aos  nichos   de  mercado em termos de  cultura  de e  para as massas porque  agora tem que incluir aqueles  que antes  excluía  por imposição de  preconceitos: mulheres, homossexuais, negros, indígenas,nerds, etc.
     Antigamente  ,um  sucesso do momento dependia  primeiramente e principalmente  da  aprovação de  algum executivo de determinado  seguimento  cultural ,como por  exemplo  música, filmes,etc, depois de pronto o produto  era  jogado de cima para  baixo.Por isso,  as anedotas  como   J.K. Rowling  autora de Harry  Potter  ter  enviado  seus textos para  diversas editoras  e a décima terceira,se não me  engano o número,  ter aceitado publicar  a  saga, são  contadas e de certo modo são  romantizadas  depois que a  obra fez sucesso.Muitas  vezes  quem tem o poder de decisão  na mão não tinha a “visão” para  saber  se  o(s) público(s) vai (vão) gostar  ou não; não sabe se  vai ser um  sucesso  ou não, por isso não arisca  acreditar  nos  ilustres  desconhecidos. As Histórias das  Artes  em geral estão  recheadas  desse tipo de situação.  Caso  também do primeiro  filme da  triologia  Matrix,depois   com a certeza de sucesso garantido houve mais  investimento na  produção dos dois  filmes  seguintes.Agora dependendo do público de um vídeo  mais  visto  no youtube ,este vídeo  pode  lançar um cantor desconhecido  para o estrelato. Foi o que aconteceu com  Justin Bieber.
      Outro exemplo de  inteiração com o público são as novelas  televisivas que  atualmente  não são só escritas  pelo(a) autor(a),pois os  comentários  do público  via redes  sociais  agora  importa  tanto quanto a pesquisa  ibope.O rumo da  história da novela pode mudar dependendo das reações e pedidos do  público ou por  campanhas   em favor de  determinado  personagem.Assim ,de repente, um vilão carismático  pode  virar  anti-herói e depois herói  é ter o final feliz. O público  virou co-autor  da novela. O assunto  do momento mais  comentado  nas redes sociais pode  virar  reportagem ou  documentário.
     Os  públicos tem uma  parcela  considerável  de poder de  decisão  sobre  os produtos que consome  atualmente.O que a  poucas décadas atrás  era  impensável. Alguns fenômenos   culturais  ou  sucesso   do momento podem surgir   agora de “baixo para  cima”   e  depois serem incorporados  por  cima.Outros  continuam vindo de cima para  baixo.A diversidade  cultural dentro da cultura e das  culturas  é o  caminho do presente e do futuro. Diversidade  a  qual outrora  foi negada  sem sucesso  gerando revolta e criticas  pertinentes contra os preconceitos culturais.
     Há  o chamado grande público,mas  agora   deve-se levar em  consideração a  segmentação ,os nichos de  mercado ou  as culturas dentro da  cultura os   quais  podem convergir, divergir e se  degladiarem de vez  em quando.Nada mais artificial  do que a unanimidade cultural  seja com c maiúsculo  e/ou minúsculo.
      Unanimidade raramente  haverá.Seja  cultura de massa ou para  a massa.

                                                                                                        03/01/15.
                                                                                                        04/01/15.
                                                                                                        24/01/15.

sábado, 20 de dezembro de 2014

O teste de Bechdel : essa coisa “sem importância” chamada mulher

    

                                  (...) Não adianta dar  razões ou mesmo provas  científicas  irrefutáveis  que  demonstrem,até o cansaço, que  brancos,negros ,índios, mulheres  e homens  somos intelectualmente iguais.Os  preconceitos raciais e de  gênero, que se arrastam ao longo dos  séculos, resistem porque fazem parte da  argamassa que  permite manter  unida  a  aparência uma  sociedade baseada na  desigualdade, na opressão e na desunião que  favorece  uma  minoria  em prejuízo da  maioria.


Gonzalo Armijos( Racismo nos  “ilustrados” pg.7,O popular: 09/11/14)
   

     O teste de Bechdel pergunta/questiona se uma obra de  ficção  possui pelo menos duas  mulheres ,com ou sem nome,que conversam entre  si  algo que não  seja um  homem.Quando falha no teste  é um indicativo de  preconceito de gênero. Poucos  filmes passam no teste aparentemente bobo, que  revela uma  linha de raciocínio  sexista como aparece no texto do  Wikipédia : “uma  estudante de roteiro da  Universidade da  Califórnia ,em Los Angeles,escreveu   em 2008 que  seus  professores disseram a ela que o  público “queria apenas  protagonistas homens,brancos e heterossexuais” e não “ um  bando de  mulheres conversando sobre o que quer  que seja que  mulheres conversam”.(pt.wikipedia.org/wiki/teste_de_Berchdel).
    Ou seja, um padrão que é  imposto de cima  para  baixo,pois  para estes professores  muito  machistas, mulheres são  apenas  chocadeiras ou  reprodutoras preocupadas em  conquistar  o macho  alfa ou nem isso.A  função biológica  é um  fator  colocado como pejorativo de estereótipo e  limitador de  atuação.E se a  personagem  sai das regras do estereótipo estabelecido é vista como uma violadora de padrões,uma ameaça a  normalidade(limitada,limitadora e limitante)  estabelecida de  como a  naturezas das  coisas  como devem ser.
     Duas mulheres  disputando  um  homem  ou o macho  alfa  é uma  visão  muito presente  em  comédias  românticas  norte americanas de triângulos  amorosos ou  disputa  para ver quem ganha a  preferência  do  homem cobiçado .As  ficções não são  recorte da  realidade de  todas as  mulheres, cada cultura tem  suas diferenças,  particularidades e semelhanças, porém  há sim a manipulação de elementos  culturais  os  quais   servem para  direcionar e aprisionar a mentalidade das  mulheres e homens  nos  estereótipos criados para  representá-las(os)  generalizando como se fosse a realidade para e  de  todas as mulheres.Aos homens , idem,pois  um  padrão de protagonista é estabelecido e imposto a  ponto de virar  regra que não pode ser  quebrada: homens brancos e heterossexuais o que  também subentendesse  que sejam jovens ou jovens adultos. E os  homens  que não se  encaixam nesse perfil estabelecido como o “gosto do público”?
     Atualmente o grande  público  é uma  abstração dividida em  nichos  específicos ,por isso as  produções japonesas  fizeram e  fazem  sucesso:para  cada  público específico  há  produções  específicas.Muitas passariam pelo teste de Berchel por ter  duas mulheres  com nome  e falando de coisas além de homens.Mas há histórias  interessantes  nas quais duas  garotas podem ser ao mesmo tempo amigas de infância   e rivais pelo amor do mesmo rapaz  entre outros desdobramentos. Gerando  situações  de comédias  pastelão a  dramas psicológicos  complexos.
      Cada cultura  tem os seus padrões ou estilo de machismo entre outros preconceitos.
      Em  alguns  filmes  e seriados de ação  norte-americanos  que  assisti , sempre no  começo quando uma  equipe militar ou  civil  e militar  é   formada  só  tem  uma  mulher e ela  nunca é  bem  recebido por todos,havia sempre um  personagem  da  equipe  que diz  ou insinua que  ela  vai  atrapalhar, terá que  ser salva ou ser  cuidada pelo parceiro de  combate ,pois é do  sexo  frágil  e por isso não  apta para  ação.Terá  que provar que  merece  fazer parte da equipe(ex.:Até  o limite da  honra, Stargate:série, Terror no Lago).
      Por  que  não duas?Porque  dentro desta  visão ficcional  machista  e  militar  os  relacionamentos  amorosos  atrapalham  o trabalho.Neste  tipo de ficção  elas poderiam se interessar pelo  colega mais  atraente e  brigarem entre  si esquecendo de trabalhar ou vão  disputar a  atenção dos  colegas   assim todos   vão  esquecer de  focar no trabalho como se fossem  seres irracionais.Infelizmente existe  este tipo de  mulher,mas não  são  todas as  mulheres que  são assim. Como se  não  existisse  mistura de gêneros  fílmicos também .A única exceção  que me vem  a  mente   é  Jornada nas  Estrelas em  matéria de produção americana. Nas as produções  japonesas  há  mistura de  gêneros   fílmicos e as  coisas podem se  misturar e render  piadas  e  momentos  cômicos  dentro de  séries  sérias. Independente do teste de Bechdel há  muitas  nuances de  machismo e  formas de  discriminar nas estruturas de roteiros norte-americanos ou de  qualquer  outro país  com  uma,duas ou mais mulheres,  pois  são padrões  culturalmente   estabelecidos  como verdade inquestionável  que  não  vão mudar  da noite  para o dia e  vão   muito além  do que   o  teste  propõe.Quando  os padrões são  questionados, o  questionamento  é  visto  como  uma  ameaça  a  “ordem  natural das  coisas”.Vai levar  tempo,na  contagem de  alguns ou  muitos  séculos para  mudar, mas  questionar é  importante para  que  alguma  mudança aconteça.Para  que o  apagamento vire  visibilidade o qual é o foco  do teste.
      Pensando além  do teste de Bechdel , nas  comédias  românticas  predomina  a  situação de  duas  mulheres  disputando o mesmo homem , por causa  da  mudança  de  foco  de público e  recorte  de  tipo de  público, direcionamento e  padrão. Querendo ou não a  questão  biológica fica evidente  e em evidência  como um  outro padrão de poder  através da  “posse”  do  homem ou ser possuída  pelo macho.Disso não tem  como  fugir , o problema é  que não é dado o devido  valor a  reprodução,pois mesmo em  países  que se dizem  desenvolvidos  mulheres não vistas  como meras  chocadeiras  ou nem são  vistas  como seres humanos dignas  de serem  protagonistas. Até a  atual conjuntura da  situação sem  as mulheres não tem como os  homens  nascerem,mas  “quem se  importa?” A condição biologia  é  um entre  os fatores de  discriminação de gênero.
     Mas há  algumas  produções americanas   interessantes nas quais  duas  mulheres podem estar a  disputar poder e/ou vingança, entre outras  coisas,mas  são  poucas  produções diante  da maioria que tem o foco  no que os  professores de roteiro colocaram  como cultura para a  massa.
       Ironicamente, depois  do  11 de  setembro o presidente  da  ocasião  na ocasião num discurso de politicagem condenou o terrorismo e  as  formas como as  mulheres e as  crianças eram  “oprimidas” pelos  homens  mulçumanos, como se mulçumano  fosse  sinônimo de  terrorista e  machista, e  convenientemente  esqueceu que a  cultura  norte-  americana tem  seus meios e  métodos  de  discriminar e  diminuir  as  mulheres.Uma delas citada na fala dos  professores de  roteiro.Cada  cultura  é sexista ao seu modo e tem  suas nuances  e  focos  de  machismo. O  foco do  teste  é  o apagamento  visual e  de personalidade.
     Sobre isso e outros  assuntos  relacionados a ONU fez um relatório que posso  chamar  de mais apurado de leitura de entrelinhas(jargão de estudos   literários) ,o documento  titulado: Preconceito  de gênero  sem fronteiras: Uma  pesquisa sobre  personagens  femininas em filmes  populares em 11 países*.E é  muito mais  amplo do que  os estudos  literários  em filmes  que fiz.
     Afinal, a  ficção interfere na   realidade, ou melhor , nas  formas de  “racionalizar” e  “ver” a realidade. Mudar  as “ formulas” de  roteiro é  necessário ,mas  vai gerar  estranhamento   ao  grande  público a quem está  acostumado a  mais  do mesmo e  talvez  baixos  rendimentos em  alguns  momentos. Mas  há os  nichos   que podem ser  lucrativos  se os  produtos específicos  forem bons para  os públicos específicos.

*www.onu.org.br/industria-cinematografica-global-perpetua-a-discriminacao-contra-a-mulher-diz-novo-relatorio-da-onu
                                                                                                      07/09/2014.
                                                                                                      14/09/2014.
                                                                                                      20/09/2014.
                                                                                                      09/11/2014.
                                                                                                      18/10/2014.
                                                                                                      19/10/2014.
                                                                                                      20/10/2014 .
      .                                                                                               13/12/2014.                 
                                                                                                      14/12/2014.
                                                                                                      20/12/2014.  
                                                                                                      21/12/2014.  
       

sábado, 15 de novembro de 2014

O Prazer de fazer o mal normal(enra)izado


A intenção de quem pratica  o bullying ou  o  ciberbullying é maltratar.Ainda  que  diga que não fez por mal e que  só queria  se exibir para os amigos,a  pessoa  não pode se promover a  custa do sofrimento do outro.Está errado de  todo jeito.
Luciana Barros de  Almeida

(...)Tais  atos são  promovidos  por pessoas,que muitas  vezes utilizam a  tecnologia se valendo do anonimato e,consequentemente, da  impunidade.
Rafael Marciel(Internet,anonimato e impunidade.O Popular:07/09/14, pg.7)

        A natureza do mal nas  ficções  juvenis é apenas um  recorte filtrado da  capacidade dos seres humanos tem de  fazer o mal na realidade, porque  a  natureza do mal é  uma parte  entre as partes que compõe a  natureza humana  ou as  naturezas  humanas, embora as religiões e mitos  negem colocando  sempre como uma força externa  ao ser  humano.Todas  as  pessoas  são influenciáveis  em  algum  grau e quanto mais jovem mais  influenciavel.Apesar  de  haver pessoas  que  independente da idade possam ser  completamente  infuenciaveis.Há  o mal que  vem de  dentro para  fora como  psicopatia,sadismo, certeza de impunidade.
     O agravante das  ficções juvenis era e talvez ainda  seja, a normatização e normalização do  bullying.Tal  comportamento solidificou na  minha  cabeça no  estilo uma  mentira  contada  mil  vezes  vira verdade e na cabeça  de  milhares de pessoas  que  fazer bullying  na juventude  é normal como respirar,porque  o padrão limitado,limitador e limitante estabelecido “declarava” que ser  jovem  era ser ser o(a) idiota  e ultrapreocupado(a) em ser  normal que não liga  para  nada  importante além de  se  divertir,pois é normal se  divertir,mesmo que esta  diversão fosse fazer bullying contra todos(as) que não  são parte da manada normal, exemplos:episodos de Anjos da Lei(episodios  com todo  tipo de  preconceito), X-men,Heróis;filmes como  Karatê kid e A  garota de rosa choque, (preconceito  financeiro),Hacker(preconceito  contra  novatos),História sem  fim, etc, entre  outros  filmes e seriados.E do modo como era  apresentado mais estimulo e  convite a  cometer do que aviso para inibir tal prática   .Ironico  é que  quem prática  o bullying  não  gosta de  sofrê-lo.
     O bullying é uma  face  do mal  que  em vez de ser  inibida foi estimulada  via  midias ,como   por  exemplo os filmes,  como um gatilho de metralhadora sempre  disparando  para  todos os  lados.Aguá mole em  pedra  dura tanto bate até que  fura.E quando  o bullying acontece  na vida  real é sempre  ignorado  assim como  uma de suas consequencias, a  revanche.Mas  quando  acontece suicidio  ou  massacre colegio acontece hipocritamente os  meios de  comunicação aladeiam como se  fosse algo  absurdamente  novo e  não  é .É  cultural, pertubadoramente  cultural, pertubadoramente normal.E  o  alarde  midiatico funciona  como  um  estimulo para  criar mais  celebridades  morbidas em vez de inibir.Até  que grau de influencia?Cada  caso  é  um  caso, além  dos  outros  fatores no  conjunto de cada  situação.Existem parcelas de  culpa e  nenhuma  inocência .
     O  choque  acontece por serem jovens cometendo brutalidades de  psicopatas  adultos pelos mais  diversos  motivos ou falta de motivos, por anonimato ou por popularidade,etc.Quando cometido por bullying é teoricamente algo que poderia ter  sido evitado.O  choque também acontece  porque quebra por alguns  momentos o esteriótipo  de jovens  bobos que só  se preocupam em ser  popular,se  divertir e sofrerem por causa de estudos porque nestes produtos  culturais  estudar  é  coisa chata de nerd(no  sentido  negativo construido para a  palavra).Sendo assim o legal é ser o(a) idiota normal da  manada(nos sentidos  negativos das  palavras),passar de ano sem estudar, viver nas  festas, zoar  com os outros,etc,em  niveis  exagerados.Era assim,no  agora sei,mas  não deve ter  mudado muito.Possivelmente não  mudou muito já que  no Brasil  quando acontece de  uma  adolescente ser  agredida e  jogada escada a  baixo  por seus  colegas de escola, a  diretora quando questionada  sobre  o motivo de não cumprir o seu  papel de  diretora diz  apenas que  é normal os  jovens  fazerem  brincadeiras  inconsequentes ,pois  os hormonios  estão a flor da  pele.Ou seja  ela  lavou as mãos em vez de  dizer  que no Brasil a lei proteje  mais  agressores do que os agredidos.O famoso  ECA impede  qualquer  punição embora  cite as tais  medidas socio-educativas,mesmo se ela   quisesse ou pensasse  em fazer algo, a interpretação  equivocada  da  lei não permite .E por terem certeza da impunidade estes  garotos  filmaram a  agressão para  se  gabar  do que fizeram depois:produziram  provas  contra eles  mesmos  que  não  servem  para  nada  na  pratica ,além de  apuração dos fatos e comprovar a  negligencia  da escola.
    Outro fator que é ignorado pelos  supostos  adultos quando se trata  de jovens é  que a  capacidade de  sentir  prazer fazendo pequenas e  grandes  maldades indepente de psicopatia.Como  os  trotes nos  números de emergencia  de bombeiros  e  policiais, por  exemplo.Afinal o tal  mito da  inocência infantil e  juvenil é  extremamente  forte  nas  sociedades  humanas, apesar da  evolução dos  meios de  comunicação e  o acesso cada vez mais  facil a  informação, mesmo  com os  avanços  os  jovens  são  vistos como incapazes de  tomar  decisões por  conta  própria.E  aqui ainda há  o agravante de ser uma  cultura  totalmente  paternalista com  infratores.Por isso, em  situações  de massacre de  colegio ou  assassinatos de  familiares o primeiro grande  bode  expiatorio são os  videojogos(culpa da influencia  externa) e  também é  um  modo de isentar o agressor da  sua  parcela de  culpa pois  é  alguém  “facilmente  influenciavel” preservando  os  mitos  sociais dos  esteiótipos  de  juventude  “inocente, ignorante e boba”.
     O  apego aos  mitos sociais  criados pelas mídias  in-conscientemente faz  o fato de  encarar  a  realidade como ela se  apresenta  como mais insuportavel  e  absurda.E mais dificil  ainda  tentar criar formas  de  prever e  evitar  tais  acontecimentos,pois  teoricamente tais  coisas não  deveriam  acontecer ,mas  na  pratica a  teoria é outra.Exista  uma  luz  no  fim do  túnel?
     Em Los  Angeles   a  polícia criou um  programa que  tenta identificar e  tratar estudantes com potencial para  cometer agressões contra professores e  alunos  o qual tem  obtido sucesso com a  prevenção,chama-se School Treat Assessment Response Team( Equipe  de  Avalição de  Ameaças em Escolas, em tradução livre, ou START)*, um  exemplo bem  sucedido de prevenção  que deveria ser  copiado e replicado por todo o país e  outros respeitando as  legislações  e diferenças culturais).
     Conter  ou  inibir  o  mal vai  depender  de mudanças de habito, visão de  mundo e  interpretação  dos  fatos na  ficção e  na  realidade;investimento em  infraestrutura, material  humano e  tecnologico, criar  uma  cultura de  prevenção e  cuidados, rigidez  no  cumprimento das  leis,etc.Vontade  politica?
     Esperança,há,porém  é  preciso fazer muita   coisa  para  acontecer.

*www.bbc.uk/portuguese/noticias/2014/08/0818_eleicao_educacao_programa__la_violencia_escolas_alessandra_rw_html
                                                                                                          
                                                                                                            14/09/14
                                                                                                            20/09/14
                                                                                                            21/09/14
                                                                                                            18/10/14.
                                                                                                            19/10/14
                                                                                                            25/10/14
                                                                                                            30/10/14

                                           

domingo, 19 de outubro de 2014

Resenha:

Nos  altos  e  baixos de Degraus

Não há  espelho que melhor reflita a  imagem do  homem que suas palavras.
Luís Vives

     Um livro de  poemas não precisa ser  hermético  para  fazer o leitor pensar,  fazer o leitor refletir.Não só em tempos de  crises visíveis  ou  não que  o livro deve  fazer pensar abandonando bons sentimentos.Mas as tradições já  estão fixadas em ambos os lados.
    Embora o senso  comum tenha elegido apenas os temas do  romantismo como o amor e a  paixão  para  poemar, não é só disto que se faz  poemas. A  denominada grande literatura ou intelectualmente  elitizada prefere outros assuntos voltados para as tristezas e tragédias  consideradas pouco poéticas  para o senso  comum.
     Com o olhar eclético e sem-venda-no-olhar Geraldo Pereira em Degraus  poetiza  voltado para o  social, a miséria  humana  sem esquecer do sentimental ,o regional/universal, as belezas naturais.Os  opostos tem lugar nos seus poemas sem  excluir nada.O olhar (per)passa pelos caminhos que a  vida oferece(u) para os seres  humanos no passado, no presente( um  passado tão presente e sem  futuro) e  expressa a esperança no  futuro, como disse Antônio Torres: brasileiro profissão : esperança.Mas é a  esperança  com  espírito  de  luta,ás vezes alquebrado pelas  adversidades que  aparecem como cinismo, preconceito,má  vontade  política ,etc.
     Olhar que não descarta a  realidade(De onde tiro minha  poesia.pg 72) que  as pessoas não querem ver ou ignoram por  muitos motivos como conformismo, conveniência , egoísmo, etc, pois  vivemos  no mundo no qual os bons  são punidos e os  maus  recompensados.Valores invertidos para  camuflar as leis “do mais forte”, “do mais esperto”, “do mais cínico” ( As palavras e o povo pg. 84,Abolição pg. 108, Nebulosidade pg.109).
    O  poeta  dialoga  com outros  poetas Castro Alves,Drummond,Bandeira,Gullar  revelando o quanto o passado está presente e pouco mudou, conta um  pouco da História  recente  do país nada  gentil com seus  habitantes esquecidos  que só são lembrados pelos governantes  no  momento de serem  novamente explorados e humilhados quando  recusão a exploração(Saia  do meu caminho pg.161).
     O amor é expresso com  consciência (Um porto seguro pg.163) e sem idealismo exagerado que  tornou o tema  amor piegas e pouco digno de  atenção  literária.E também o  amor  pela humanidade cada vez mais desumana e desumanizada presente  em bem traçadas  linhas.
     Os  dois grandes sentidos da  arte são despertar a consciência  humana para  os  aspectos ignorados do mundo e noutros momentos divertir.Porém um  divertir que  envolve educar( sem  doutrinar  ou adestrar) e despertar.Que ao seu modo o poeta  consegue  fazer.
                                                                                         07/05/05.
                                                                                         08/05/05.
                                                                                         11/05/05.
                                                                                         12/05/05.
                                                                                         21/05/05.

                                                                                         19/10/14.