quinta-feira, 21 de julho de 2011

Prisioneiro

     Será dia ou noite? O tempo parece que parou.Não parou. No meu coração algo parou. Talvez para sempre.Não sei. As cordas. Todo amarrado.As juntas. A cama é macia, mas não conforta a minha dor. Um marionete de cordas é tudo que sou agora. Uma goteira em algum lugar quebra o silêncio de momento. Frio,profundo e vazio.
    Em algum lugar lá fora ele estar curtindo a luz do sol, da lua, as estrelas...Continuo aqui.Preso. Parado.Ele gosta disso. O poder. O controle.
     O vento uiva forte .Como  um uivo que anuncia  a morte.Não estou morto?O vento acaricia. Passos...Ele vem pra cá.

    Sinto fome de novo.Desejo-o.Seu corpo.Sua alma.Seria loucura? Doce loucura!

     Meu coração tem forças ainda pra disparar.Uma pota range .Os passos estão cada vez mais perto.Não há saída.

    Ele ofega como um pássaro  ferido. Tão jovem.Desejo-o. Não tem mais forças para debater.

     Ele observá-o embevecido.Seu prazer vem da mórbida cena.O jovem amarrado e sem defesa diante de si.O jovem reagiu  como se tivesse levado um choque.Toca-o novamente e deixa a mão sobre o peito.O coração do prisioneiro dispara.As mãos descem pelas costas. O olhar de algoz é febril.

     O jovem comia na mão de seu algoz como um gato ensinado a comer na mão do dono, senão não comeria ou beberia.Se sentindo mais morto do que vivo o jovem obedecia.O que fazer?

     Quando fora retirado do cativeiro quase não acreditou.Finalmente, apareceu alguém.Libertado.Seu captor desapareceu e isso lhe transmitia insegurança.Poderia voltar algum dia? Não queria saber a resposta.

                                                                                                                                       09/09/01.
                                                                                                                                       25/10/01.

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