sábado, 2 de agosto de 2014

Crônica Gelada:


42.Dilema gramatical
     A distância abissal entre como se  fala e como se deveria escrever,aqui no Brasil, esconde um  fenômeno digno de pesquisa.Ou esquecemos as  formas  obrigatórias de escrevermos,incorporando toda oralidade na  escrita e  considerando-a aceitável _ o que não deixa de ser estranho e parece impensável ou  reconhecemos que o sofre  de uma  espécie  de esquizofrenia  linguística.

 Gonzalo Armijos(A esquizofrenia linguística pg.7, O Popular:23/12/12)

    É um  problema de  modismo socialista teórico .Em  qual sentido?O modo como  os teóricos de linguística  encaram a  gramática  como vilã,como uma  forma de   opressão e  discriminação  social contra  quem não participa da  educação  formal e espalham a ideia  via publicações,doutrinação nas  aulas  para as licenciaturas,etc.Pode-se  dizer  também que é um pouco de trauma  da  Ditadura Militar.Na época da  ditadura  a  gramática ,como  todas  as outras matérias, era  ensinada desvinculada  da  realidade  social para  esvaziar as  mentes e controlar os  corpos.
    Depois com a  redemocratização ocorreram algumas  mudanças,mas o trauma na intelectualidade brasileira  ficou.E  consequentemente a  busca  exagerada  de “liberdade”  em todos  os sentidos.Uma  revanche  ideologia.Criou-se  a  ideia de  que  não  se deve  ensinar  gramática  porque é uma  forma de  oprimir e discriminar as  classes populares, porque   gramática  é uma das ferramentas da elite de  manutenção das  distâncias  sociais.
    A gramática é arbitraria sistematizadora  de regras linguísticas que nascem oralmente e depois foram escritas.É importante  para a  unidade linguística   nacional,para  escrever e ser  compreendido,o   mercado de trabalho exigem o bom escrever bem,etc.É uma  forma de  discriminar?Também dependendo de como se ensina  e  qual valor é passado junto com o ensino da  mesma.Os seres humanos em toda  a  Historia  da Humanidade   para  se dizerem melhores que os outros inventaram e  inventarão um  monte de  regras e  normas desnecessárias.Para isso,por exemplo,  determinados  modismos  existem.
     O radicalismo no lado  oposto  também é  um problema,porque a interpretação teórica  encara o não se ensinar  gramática  deve  acontecer porque “os  coitadinhos” não devem ou  não precisam aprender para não  se sentirem inferiorizados.Com está  libertação  haverá  liberdade  linguística  para  se  expressar,pois  nada    é  erro,é tentativa de  acerto.Na  realidade real nõ é bem assim.
     Entre o falar  e o  escrever há  uma distância muito grande que as  teorias  linguísticas ignoram ou não  querem ver  em  nome dessa  tal liberdade que  não é necessariamente  liberdade, é  um abstração da  busca de um  mundo utópico que só existe  na cabeça dos teóricos. Virou um  problema de  comunicação entre  as  partes  e  quem perde é o ensino formal.Os  gramáticos ,por  sua  vez radicalizam a sua  maneira e  alguns  na  ênfase  do falar e  escrever  bem.
    O problema é  achar o meio termo entre as  partes que não se  entendem.Pois  cada  lado  do front  de  batalha se  acha mais  certo do que seus  opositores.E os estudantes de todos  os  níveis de  ensino são prejudicados  por isso.
    Deve-se  sim  estudar  gramática,mas  contextualizada a realidade das pessoas,conectada  com a  atualidade,mas  também ensinando a respeitar as  variedades linguísticas. Escrever  como se  fala nem  sempre é sinal de boa  comunicação,ainda  mais  em ambiente  de trabalho, em  concurso público,etc.
    O equilíbrio  do  caminho do meio ainda  não  foi encontrado.O jeito é esperar que  os  modismos  teóricos  passem e  os(as)  Antóns Egos  se acalmem  e  ponderem.Liberdade também envolve responsabilidade.
                                                                                                         17/01/13.
                                                                                                         02/08/14.
   
     

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