42.Dilema gramatical
A distância abissal entre como se
fala e como se deveria escrever,aqui no Brasil, esconde um fenômeno digno de pesquisa.Ou esquecemos
as formas obrigatórias de escrevermos,incorporando toda
oralidade na escrita e considerando-a aceitável _ o que não deixa de
ser estranho e parece impensável ou
reconhecemos que o sofre de
uma espécie de esquizofrenia linguística.
Gonzalo Armijos(A esquizofrenia linguística pg.7,
O Popular:23/12/12)
É um
problema de modismo socialista teórico
.Em qual sentido?O modo como os teóricos de linguística encaram a
gramática como vilã,como uma forma de opressão e
discriminação social contra quem não participa da educação
formal e espalham a ideia via publicações,doutrinação
nas aulas para as licenciaturas,etc.Pode-se dizer
também que é um pouco de trauma
da Ditadura Militar.Na época
da ditadura a
gramática ,como todas as outras matérias, era ensinada desvinculada da
realidade social para esvaziar as
mentes e controlar os corpos.
Depois com a redemocratização ocorreram algumas mudanças,mas o trauma na intelectualidade
brasileira ficou.E consequentemente a busca
exagerada de “liberdade” em todos
os sentidos.Uma revanche ideologia.Criou-se a ideia
de que
não se deve ensinar
gramática porque é uma forma de
oprimir e discriminar as classes
populares, porque gramática é uma das ferramentas da elite de manutenção das distâncias
sociais.
A gramática é arbitraria sistematizadora de regras linguísticas que nascem oralmente e
depois foram escritas.É importante para
a unidade linguística nacional,para escrever e ser compreendido,o mercado de trabalho exigem o bom escrever
bem,etc.É uma forma de discriminar?Também dependendo de como se
ensina e
qual valor é passado junto com o ensino da mesma.Os seres humanos em toda a
Historia da Humanidade para
se dizerem melhores que os outros inventaram e inventarão um
monte de regras e normas desnecessárias.Para isso,por exemplo, determinados
modismos existem.
O radicalismo no lado oposto
também é um problema,porque a
interpretação teórica encara o não se
ensinar gramática deve
acontecer porque “os coitadinhos”
não devem ou não precisam aprender para
não se sentirem inferiorizados.Com
está libertação haverá
liberdade linguística para
se expressar,pois nada é erro,é
tentativa de acerto.Na realidade real nõ é bem assim.
Entre o falar e o
escrever há uma distância muito
grande que as teorias linguísticas ignoram ou não querem ver
em nome dessa tal liberdade que não é necessariamente liberdade, é
um abstração da busca de um mundo utópico que só existe na cabeça dos teóricos. Virou um problema de
comunicação entre as partes
e quem perde é o ensino formal.Os gramáticos ,por sua
vez radicalizam a sua maneira
e alguns
na ênfase do falar e
escrever bem.
O problema é achar o meio termo entre as partes que não se entendem.Pois
cada lado do front
de batalha se acha mais
certo do que seus opositores.E os
estudantes de todos os níveis de
ensino são prejudicados por isso.
Deve-se
sim estudar gramática,mas
contextualizada a realidade das pessoas,conectada com a
atualidade,mas também ensinando a
respeitar as variedades linguísticas. Escrever como se
fala nem sempre é sinal de
boa comunicação,ainda mais
em ambiente de trabalho, em concurso público,etc.
O equilíbrio do
caminho do meio ainda não foi encontrado.O jeito é esperar que os
modismos teóricos passem e
os(as) Antóns Egos se acalmem
e ponderem.Liberdade também
envolve responsabilidade.
17/01/13.
02/08/14.
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