domingo, 20 de abril de 2014

Crônica Gelada:

25.Quem tem medo  do ateísmo?

Nossa moralidade  “humana” é uma fina  membrana de princípios   arbitrários , facilmente  ignorados se isso for  conveniente.
Mark Verheiden

     Uma coisa que tenho bem divida na minha  cabeça é a minha crença  em  Deus , a qual  independe  de qual religião eu sigo e o repúdio  ao uso político das religiões oficiais,o que inclui a minha.Religião,seja qual for, tem o lado bom, o lado mal e a inserção entre os lados.Sem falar das ambições  humanas  mascaradas  em vontades divinas.Atualmente o maior exemplo disso é a suposta guerra ao terror que gerou mais terror.
    Acreditar e/ou fazer parte  de um grupo religioso  tradicional não significa  que não vou questionar os erros e abusos cometidos  por homens  que dizem que  agiram em nome de  Deus quando na verdade agiram por seus próprios  interesses políticos.É o colocar Deus  na questão como um modo de fugir  das  responsabilidades pelos seus  próprios erros  e  colocar as questões no nível do inquestionável .Estudei esses e outros aspectos  das religiões  nos meus  estudos na  faculdade.
     As pessoas,de modo geral, quando falam em Deus  e defendem sua religião,seja qual for, só olham para o lado  bom e esquecem que tem o lado mau que não é o diabo em pessoa,mas o uso  político  das religiões pelos sacerdotes a  serviço de interesses de ordem política  que em teoria não deveriam fazer parte da religião,mas fazem é  fato. Por causa do uso político  das  religiões no ocidente o Estado pode até ser  oficialmente Laico,mas na  prática é teocrático interferindo em assuntos  completamente  íntimos da vida dos  cidadãos.O conflito entre criacionistas  contra cientistas e professores de biologia  vem crescendo  e se  destacando neste país.
    Há  também o uso psicológico  das  religiões  como  forma de controle social-compotamental-ideologico dos  fiéis que buscam nas religiões  alguma forma de conforto  emocional e/ou material,uma liderança, o fazer parte de algo importante,etc. Algumas  seitas  fomentam a crença  de que oferecendo  dinheiro receberam uma  graça dos Céus é uma tendência  muito forte atualmente.
    Me parece que são essas  práticas negativas  das religiões  que os ateus militantes  combatem no seu direito de não-crer, o direito de pensar livremente, de fazer  ciência, pois a religiosidade tem  um parâmetro escravocrático .Depois  de  assistir Os Quatro Cavaleiros do  Ateísmo  percebi ,ao meditar  sobre o assunto, que  o que eles combatem e com razão são essas atitudes  erradas  cometidas por homens que  supostamente  agem  em nome de Deus. Como se trata do contexto estadunidense  há  também o problema  da  visão  de mundo estreita , delimitada e delimitante  demais deles: bem versus mal, ou está comigo ou está  contra mim,se não pertence a minha religião você  não é  uma pessoa  digna  do meu respeito, etc.Sem falar  já falando  da confusão  de conceitos e  os preconceitos que os ditos crentes usam para combatê-los como se fossem o mal encarnado: se não ama a Deus , como pode amar  sua esposa?Como  pode respeitar as leis?
     Al Capone, em o Poderoso Chefão, mandava  matar gente enquanto  estava na Igreja rezando.Fato que  acontece  na vida real.Os mafiosos  tem religião,mas não deixam de  ser  criminosos por causa disso.Além do mais  um amor  a uma  divindade , em termos racionais, é platônico  enquanto o amor a uma esposa é mais  palpável   em todos os sentidos da palavra.Quem vive em sociedade tem de respeitar as leis.Racionalmente   os argumentos de ataque  parecem ridículos ,mas  entre  eles do norte  parece que tudo é visto  e pensado aos extremos.Sem moderação ou ponderação.Tanto que ateu é discriminado por lá.Aqui é  diferente? Não sei.Ouso dizer que não.
     Friedrich Nietzsche  escreveu: O homem  em seu  orgulho criou Deus à  sua  imagem e semelhança.  Esta  frase  sintetiza  para mim,o uso político de  Deus pelos  homens  os quais  justificam atitudes  abomináveis como  coisas feitas em nome de Deus.No contexto  político  Deus  é uma  ferramenta política de dominação de um grupo de homens  contra seu próprio povo e outros povos, sem falar nas outras  mazelas  dentro deste assunto.
     Respeito o ponto de vista  alheio  sobre qualquer assunto,desde que respeite o meu. Crer ou não crer é uma  decisão de foro íntimo de cada pessoa.Cada qual tem sua  história de  vida.Cada qual carrega suas convicções  dentro de si.Opiniões diferentes  são naturalmente  humanas.Diversidade é parte  natureza  humana.Por isso entre outros pensamentos , não tenho motivos  para ter medo dos ateus ou do  ateísmo.Nem preciso esfregar   a religião  que sigo na cara de quem pensa diferente de mim  ou  que segue outra religião.Não os vejo ou os penso como ameaça.Afinal,quem vê os outros como ameaça sente  necessidade de dominar e/ou matar.
     Creio em Deus e tenho dúvidas,principalmente  com relação a quem diz  falar por Deus.
                                                                                                        30/12/11.
                                                                                                        08/09/12.
                                                                                                       19/04/14.
                                                                                                        20/04/14.

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