27.O peso da (in)certeza
Capitu traiu ou não traiu,eis a questão? Não dá para saber com certeza, afinal naquela época
não existia teste de DNA e mulher não tinha vez , nem voz,não era considerada cidadã e nem tinha direito sobre o próprio corpo, além de que
mesmo na atualidade muitos homens
ainda pensam assim,mesmo depois da algumas conquistas sociais e no mercado
de trabalho .E assim a teoria e a
literatura,da “alta” a “baixa” passa
pelo foco machista, seja machismo
masculino e/ou feminino.E ela é uma mulher de papel que só existe na ficção e no imaginário do escritor e dos leitores,mas sempre que o assunto é debatido
parece que ela existiu realmente e
tentar descobrir tal fato
vai mudar a história da humanidade. Não vai,mas o mistério atrai
fervorosos acusadores e defensores.
No Brasil daquela época era prática
comum, e ainda é atualmente em
muitos lugares , matar a mulher por
desconfiar que ela traiu o marido e/ou quando o(a) filho(a) do casal
nasce sem parecer com o pai.O controle do DNA era feito de olhometro: a aparência da criança tinha que ser igual ou parecida com a do pai,caso
contrário era vista como prova da consumação da traição.Resultado: separação e/ou morte: assassinato da “adultera”.
Na vida real ou na ficção atualmente, graças aos avanços científicos e a
democratização do acesso ao teste de DNA para comprovação de paternidade
e maternidade comprovou-se e demonstra
que filho(a) nem sempre tem a cara do pai, a cor,etc e salva as honras e as vidas das mães
acusadas injustamente de traição por causa dos detalhes
fisionômicos dos filhos,características herdadas por
antecedentes de ambas as famílias.
Muitas
vezes acusadas pelo próprio companheiro, pela sogra(infelizmente existe a sogra infernal, não é só coisa do folclore),os falsos
amigos( como diz o ditado popular :pimenta nos olhos dos outros é
refresco) ,como os amigos que gostam de
brincadeiras de mau gosto e não respeitam limites do bom senso,os
vizinhos fofoqueiros,etc,existem várias
situações.Assim se o sujeito é inseguro
e machista junto com o fator gente urubuzando e brincando com o que
não se deve... pode levar o sujeito a partir para violência sem
necessidade nenhuma.Em casos mais
extremos o sujeito lava a suposta honra
ferida sem provas com sangue. O teste de DNA ajuda a lavar a honra das mulheres
sérias com uma gota de
sangue ou outro material genético
e com 100% de certeza de quem é o(a) filho(a),com ou sem a “cara do
pai”.
Os
exames de comprovação de paternidade e maternidade provam atualmente que não se deve acreditar
num(a) ciumento(a), seja da ficção ou da realidade.Porque o(a) ciumento(a) é o
tipo de pessoa que distorce a realidade,a qual mente para si e para os
outros.Projeta no(a) outro(a) aquilo que é a
materialização da sua
insegurança ou pode ser produto de
sua imaginação insegura,desejo de posse
e controle da e na vida do(a)
parceiro(a), egoísmo que dependendo do grau pode chegar a loucura e levar a
praticar maldades contra o objeto do
suposto amor que diz sentir pela pessoa mas quer
mesmo é escravizar e/ou destruir.
Traição real ou imaginada dói porque fere a
auto-estima , a sensação de que
é especial e único(a) para a pessoa
amada é fato.Supor que está sendo
traído(a) é uma tortura
emocional que machuca tanto pela certeza como pela incerteza a qual
pode doer tanto ou mais do que a certeza.Busca por miragens as quais não existem,mas de tão buscadas virão realidade por desgastar a
relação a qual pode virar conflito .
O ciúme
é tema na e da literatura
universal.E é mais universal no cotidiano e na realidade :das páginas
policiais,dos programas de auditório,revistas de fofocas,etc.Atualmente,matasse
ou morre por banalidades, por nada e muitas vezes também por ciúmes.Ciúme normal
ou doentio é o veneno que corroe
as relações reais e fictícias ,destrói o
amor e/ou respeito mútuo,além de adoecer
pode levar a morte:matar e/ou morrer.E muitas vezes leva mesmo.
Capitu pode não ter traído Bentinho,mas
sem DNA como convencer o Bentinho?E
mesmo que tivesse o DNA aceitaria ou não? Eis
mais questões.
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