33.Troco com troca
A pessoa
certa é aquela que está ao seu
lado nos momentos incertos.
Pablo Neruda
Filmes com
histórias de troca de corpos
entre pai e filho,avô e neto,mãe e
filha,marido e esposa,etc podem ser
fantasia ou delírio ficcional,mas
tem um certo cunho educativo: o de ser
colocado(a) no lugar do(a) outro(a) e sentir na própria pele a vida do(a) parente que está
fisicamente perto e ao mesmo tempo comunicacionalmente distante em todos
os sentidos.Além de ser um prato cheio para
comédia o conflito de gerações subitamente invertido ou troca de sexo. É como ser forçado(a) viver num outro mundo no qual você
não conhece as regras sociais,os códigos de
conduta e as pessoas ao redor.
Se(r)
colocar(do) no lugar de outra pessoa e
viver a vida que não é a sua
faz compreender o outro nos modos
de pensar, de fazer,etc, é
uma tarefa das mais difíceis para
pessoas inflexíveis e intolerantes
se colocar no lugar de outra pessoa e compreender.E nos
filmes americanos a
vida das pessoas mesmo que sejam familiares e morem na
mesma casa são como mundos separados
que não se comunicam.Os preconceitos intra-familiares são transformados em piada devido aos
exageros nos quais as situações são tratadas.Dentro do contexto do
conflito de gerações depois de muita confusão um elo de compreensão e comunicação é
construído entre as personagens e
o abismo entre eles(as) desaparece.Aí
a troca acontece fazendo voltar cada
qual ao devido corpo.
O separatismo por idade, como se
cada fase da vida de uma pessoa fosse
separada da outra é absurdamente
flagrante,além da intransigência entre as personagens que mesmo vivendo na
mesma residência não se
comunicam e nem se conhecem.A
pouca comunicação eram brigas, resmungos,lamentos
os quais incomodam os envolvidos,mas não resolvem as situações de
conflito.
Se
colocar no lugar de outra pessoa
no mundo real é um exercício de pensamento difícil que exige disposição e paciência
que pode ajudar a se melhorar se
quiser.Poucas pessoas se dispõe a
fazer espontaneamente.Vivenciar o lugar
do outro é um exercício que algumas
empresas fazem quando mandam os empregados
trocar de função por um dia
para diminuir os preconceitos e fazer as pessoas a reverem a sua
postura diante dos
outros.Ás vezes , também acontece em programas de TV que desafiam atores
a viver um dia como se fosse gente
de outra
profissão, homens que tem de viver um
dia como mulher é clássico
no Dia Internacional da Mulher,jovens que tem
de viver um dia
como velhos é exercício que
algumas faculdades e escolas
fazem.
Mais
do que engraçado se
pressupõe que mostrar estas
situações na mídia deveria despertar a
consciência dos
expectadores.Só uma pesquisa pode
dizer com certeza se acontece ou
não, até que ponto, etc.
No documentário Olhos Azuis
a professora Elliot faz num experimento comportamental polemico seus
alunos brancos viverem um dia sendo discriminados
como os negros o são nos
Estados Unidos:
escancaradamente.Eles sentem na pele e
no coração a dor que
a discriminação provoca, a
ponto de uma das voluntárias
perder o controle com o tipo de
tratamento recebido.Neste caso, a questão
do separatismo e intransigência por etnia
são reais e é uma parte da
cultura norte-americana que
os brasileiros assimilam
assistindo ficções sem se quer percebam e outros percebendo é fazendo questão de discriminar,pois o legal de ser superior é poder discriminar sem se preocupar
com punição apesar de
existirem leis contra a discriminação não
quer dizer que saíram do papel e
serão cumpridas.
Pequenas diferenças ainda geram grandes conflitos,problemas de convivência
e de
comunicação que exercícios de troca
por um dia tentam resolver ou
pelo menos despertar a reflexão.O
querer entender e respeitar as
diferenças depende da
educação e da escolha que a
maioria das pessoas
não deseja fazer espontaneamente.
23/02/10.
28/12/12.
31/05/14.
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