sábado, 20 de setembro de 2014

Jornadas femininas


(...)Os dados derrubam mitos quer  certas reportagens no Brasil sustentam de que as   mulheres estariam fazendo o  caminho  de  volta para casa, ou que  passaram a valorizar mais o antigo  papel de mulher.
     Estatisticamente não há sinal de  fenômeno assim.
     Todas estas reportagens cometem um erro elementar  do jornalismo que é confundir  casos  particulares com  tendência. Erro  de  pauta e  apuração.O  grande problema,disse a Economist, é a  falta de   políticas   públicas e privadas que  solucionem o dilema  entre maternidade e  vida profissional.(...)

Mirian  Leitão( O Popular:Elas  conseguiram,10/01/10)

      O trabalho danifica e dignifica  a  mulher.Afinal, mudanças  acontecem por um lado,mas não quer  dizer  que o  outro acompanhe.Sim, as  mulheres saíram para  enfrentar o  mercado de  trabalho,mas  muitas sem abrir mão ou ter a  opção de  abrir mão da  tripla  jornada.A   reclamação geral de muitas mulheres casadas e  com  filhos que  convivo é  justamente  essa: que os seus  homens não ajudam nos  afazeres  domésticos, cuidados  com os  filhos entre  outras  coisas.Além disso, em época  de  eleição os  políticos  sempre  prometem  a  construção de  creches públicas em tempo  integral para as  crianças de mães  trabalhadoras,mas  depois  que passa  as  eleições esquecem de  cumprir e  que  prometeram.A quantidade de vagas  não é  mais suficiente  para  a atual demanda.
     Embora as  mídias mostrem alguns  homens  que  ajudam as  suas  mulheres em tudo, isso não  quer  dizer que é a  realidade para a  maioria das  mulheres.É  só  uma  pequena  parcela de  homens corajosos e sem  grilos  com a sua  sexualidade,pois  também há as mulheres machistas que  acham que um  homem o  qual ajuda em casa  deve ser gay.É contraditório, mas existe machismo masculino e  feminino.Ops! Já tá  virando conversa  guerra dos  sexos.
     Dificuldades de  evolução de  ambos os lados á parte, como todos vivem numa sociedade capitalista ter  dinheiro é necessidade básica para  sobreviver e  viver.Não dá   mais para que só o homem seja  o provedor dentro de uma  família  ou de um casal.O  custo de vida e as  necessidades de consumo não permitem, embora sempre tenha os(as) saudosistas  de plantão.
     O  trabalho  fora de casa dignifica porque  a  mulher se tornou dona de sua  própria  renda seja  grande ou pequena, o  que  dá algum  grau de  liberdade na  sociedade  atual e danifica porque exige  mais  uma  jornada além  das  jornadas de  cuidar dos  filhos e  do lar ,as quais ainda são vistas pela  maioria  como exclusivas das  mulheres.
     O fato de  alguns homens serem melhor preparados para a flexibilização dos papéis de gênero   não  quer dizer  que todos sejam ou serão.Vai levar muito tempo para  que preconceitos  culturais  masculinos e  femininos sobre  afazeres domésticos e cuidados com filhos acabem  para  que  ambos façam sem grilos ou tendo de  encarar os  preconceitos  alheios.Afinal,não  existe receita de ser  humano para  saber se  tal   pessoa é “isso ou aquilo” por fazer ou deixar de  fazer os  serviços  domésticos.
     O  grande problema dos  afazeres domésticos é  que  como não é  remunerado é  visto como pouco importante, repetitivo, chato estressante,tem hora para  começar e não tem  hora  para acabar com  o  agravante de ser notado apenas quando não é  feito.Quando bem feito não recebe nenhum elogio, pois é  considerado  ainda  obrigação de mulher.
     Por isto entre  outros  motivos  trabalhar  fora de casa  é melhor.

                                                                                        19/08/14.
                                                                                        21/08/14.
                                                                                        20/09/14.


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