40.“Não se fazem homens como antigamente”
Nossa
maior tragédia e não saber o que fazer com a
Vida.
José Saramago
Uma mãe e sua
filha faziam compras no
supermercado e reclamavam dos preços considerados altos, reclamavam de seus
respectivos maridos sem se
incomodarem se os outros clientes do
estabelecimento ouviam ou não.Era
este
o objetivo que os outros participassem de suas vidas sem as conhecerem.Reclamavam que eles “não dão mais
no couro”, que não fazem compras,
que não fazem nada.Eram sapos folgados e encostados.
Como as
mulheres participam mais do mercado de
trabalho mesmo ganhando
menos que os homens , há
homens que querem e admitem
quererem ser os eternos filhos-da-mamãe depois de crescidos e casados não querem
trabalhar.Querem ser sustentados por suas esposas e
sem oferecer em contrapartida , pelo menos , fazer o serviço
doméstico.
Onde
quer que eu vá
é uma reclamação geral de uma grande parcela da
população feminina casada.Ai fazem a fuga
ao passado e idealiza-se o “homem de
antigamente”, ou seja o provedor, bom pai de família, bom amante,etc, se esquecendo
de que antes havia uma
obrigação política-social-religiosa-moral e familiar de
mostrar para os
outros na sociedade a “família feliz
e perfeita” nos moldes da normalidade de antigamente,mesmo que
dentro de casa vivessem o inferno
familiar da violência doméstica
entre outros problemas que toda
família tem.Os papéis sociais eram definidos e fixos, não
havia muita escolha ou virava paria
social.Tudo já estava
escolhido.Tanto que alguns homens gostam de admitir publicamente que o
melhor da atualidade é não ter o fardo de sustentar
alguém sozinho.
Aprendemos a ver apenas as
mulheres como vítimas de
qualquer situação,por isso é difícil ver o homens como vítimas até deles mesmos,como
cita Sócrates Nolasco
no livro o Mito da Masculinidade.
A
sociedade passou por mudanças e
nem todas positivas,no ponto de vista de muitas pessoas,mas aconteceram.Para as mulheres modernas há o problema de
uma parcela considerável de
homens plenamente folgados que
querem ser sustentados por
suas companheiras,(já comentei isso
sobre outro ângulo em O
que as revistas pensam pelos homens:casamento por interesse),não ajudam no serviço doméstico e
há ainda os que agridem de algum
modo as mesmas. Há
homens que não evoluíram para
os novos papéis sociais, não querem evoluir e
aproveitam a situação de evolução
econômica das mulheres
para regredir em todos
os sentidos e virar
Peter Pan.
O “homem
de antigamente” real tinha
qualidades e defeitos,mas
era um outro contexto social e
histórico, mas quando as mulheres
estão frustradas e
furiosas esquecem destes pequenos
detalhes.Ou seja , não adianta só ficar
sonhando com o ideal de “antigamente”
e recusar resolver ou tentar
resolver o problema que pode ser
resolvido com reciclagem no
casamento, terapia, dialogo e/ou divorcio. Claro que se não for aquele típico
reclamar por reclamar feminino de
quem não quer resolver nada,mas
passar uma imagem de pobre
vítima da situação para
os outros.
A mãe
e a filha reclamaram eternamente
dos mesmos problemas, pois é só para isto que
os maridos vão servir:objetos de
e para
reclamar dos defeitos deles.Há casos e casos,mulheres reclamam demais, muitas vezes com
razão,alivia ,mas não resolve.Mas
agir é outra história,
querer agir também é outra história.Ou pelo menos tentar.Esquecer o “homem
de antigamente” ideal e tentar viver
,tentar resolver o presente,recriar o futuro;teriam disposição
para isto? Não sei e nunca
vou saber.
14/05/08.
07/01/13.
19/07/14.
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