38.Roupa:representação de um tipo
Egoísmo não é viver a nossa
maneira,mas desejar que os outros vivam como nós queremos.
Oscar Wilde
Revistas femininas pecam por dizer que
determinados tabus sexuais foram
superados.Não foram apesar do uso abusivo do sexo feminino
como ferramenta de marketing
criando uma falsa ilusão de
liberdade sexual.Percebi isso
quando fui a um evento no qual a
personal stylist disse cheia de rodeios
para não ferir as mais sensíveis e eufemismos
que roupa tem conotação
sexual-cultural(religiosa).Ou seja, a
divisão entre santas e putas ainda ta
valendo:roupa comprida e comportada é considerada roupa de mulher
descente , enquanto roupa curta,colada e decotada,sensual é considerada indescente, de profissional do sexo.
Apesar dos avanços das
mulheres no mercado de
trabalho,etc e tal, a mentalidade social é predominantemente machista.Nem
todos os homens
evoluíram para ver as mulheres
como seres humanos.Se não fosse assim ela não precisaria dar voltas
e falaria num português claro é
direto.Tanto é que as
cantadas de mau gosto como atos de
estupro os homens criminosos se justificam com argumentos
batidos e injustificáveis do
tipo a culpa é da
roupa a qual a vítima estava usando:”com esta roupa é
claro que ela tava pedindo...”
Roupa
comprida ou discreta não
impede um criminoso de
agir,caso contrario nos países no qual as
mulheres se cobrem dos pés a
cabeça não existira tal crime.Lá a desculpa
deles perante a lei são as tatuagens de rena.Ou
seja ,sempre vai existir uma
desculpa esfarrapada se não
é roupa
curta é outra coisa.
Termos como “sensual discreto” tentam criar um
meio termo entre estes dois extremos
de julgamento, descente e
indescente.Unir dois conceitos
que por muito tempo foram
colocados como antagônicos pode
acontecer,mas vai demorar um
pouco para se consolidarem culturalmente.
O
curioso é que dentro da categoria dos
fetiches masculinos as
mulheres consideradas gostosas
e poderosas nas ficções
quase sempre estão semi-nuas ,com
decotes provocantes exalando sensualidade ou
nuas dependendo do tipo de produto cultural.O fetiche masculino-machista atinge
algumas mulheres em maior ou menor grau.
O que se
pensa sobre roupa na vida real e pessoal da mulher não deveria importar tanto para o
sexo oposto e nem usada como
desculpa para cometer crimes
sexuais.Culturalmente os homens machistas
não acreditam que a
mulher tem liberdade sobre o
próprio corpo. Para eles a liberdade
feminina não existe e os
criminosos tem certeza que tem todo
direito sobre o corpo feminino
alheio que se veste “indescentemente”
pertence a qualquer um, principalmente quando não
conhece a vítima,mas há casos que
agressor e agredida se conhecem.
As roupas que a mulher usa diz algo sobre ela, mas não diz
tudo,pois como diz o
velho ditado muito sábio :as aparências enganam e muito.O problema é que a
cultura machista predominante demarcou
que determinado tipo de roupa e
esteriótipo de determina a personalidade e mudar isso vai levar muito tempo.O pré
julgamento visual é fato socialmente
comum como uma lei
não escrita que vigora.
Roupas não deveriam ser,mas também são
um divisor sócio-sexual feminino
no pior dos sentidos da
palavra, sendo ou não profissionais
do sexo delimitando a posição
social de acordo com a aparência ,o famoso “ponha-se
no seu lugar”.
O irônico
do irônico do machismo é que no
oriente mulheres usam roupas compridas,véus,burcas,etc, para se dar ao respeito ,mas todo este aparato não
impede criminosos de
cometer crimes contra as mulheres.Cada cultura
tem diferentes nuances de
machismo, escravocracia,tem problemas semelhantes em diferentes
escalas,pois infratores não
respeitam as leis e as pessoas, muito menos
ainda as mulheres.Lá ou cá.
10/04/11.
12/04/11.
03/04/13.
05/07/14.
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