quarta-feira, 12 de junho de 2013

Crônica Gelada:




11.Interpretação do teste de DNA
 O caráter pode ser manifestado nos grandes momentos,mas ele é formado nos pequenos.
     Phillips Brooks

      Quando o programa do Ratinho passou a ser  exibido em canal aberto a grande  atração era o teste de DNA  que era algo de difícil  acesso a muitas pessoas por ser caro, a grande diversão se concentrava  em ver uma média de  noventa por cento dos homens  quebrarem a cara ao dizer que o filho(a)  em questão não era dele,pois filho(a) que é filho(a) tem de nascer com a cara do pai,senão  não é filho(a) dele, é de outra pessoa.
     O irônico  é que mesmo num país  com etnias  misturadas como o Brasil, os homens  negros não acreditam  que são pais de filhos louros e/ou de pele  mais clara e vice-versa.Aquela desconfiança clássica de  traição (Dom Casmurro  e Otelo que o digam)     alimentada pelo medo de não ser o   exclusivo da mulher, desconfiança e piadinhas-sem-graça      de parentes e  (falsos) amigos,acrescentando o fato de  muitas vezes explícito   que a sogra e/ou outros parentes  não vão com a cara da esposa do parente e envenenam o casamento para acontecer a separação ou coisa pior.Mas diante do teste de DNA positivo não há argumentos e/ou desconfianças  que se sustentem  e assim os “vilões” de cada história podem ser encontrados e/ou desmascarados.

     No quadro do programa Fantástico Quem é meu pai?    O qual mostra a busca de filhos  por seus pais biológicos  explicita através  de alguma das histórias exibidas que se o  homem quer negar a paternidade, ele nega mesmo que visivelmente o(a)  filho(a) tenha a cara dele, os traços inconfundíveis  dele este usa os argumentos mais furados que tinham validade no passado para negar do tipo “não tenho certeza de que  é meu filho(a)”, “pode ser de qualquer um”,etc.Só depois do teste de DNA  feito e o resultado positivo é que o sujeito silencia as desconfianças e muda o discurso de fugitivo.Porém o medo de ter  que assumir qualquer responsabilidade, mesmo que seja só pagar pensão alimentícia,  é imenso.Outros assumem a responsabilidade depois da certeza  absoluta da paternidade.Cada caso é um caso,porém muitos são parecidos.
      As mães esposas ,por sua parte, se sentem ofendidas pelo fato  dos  homens  recusarem a acreditar em sua palavra, de que o(a) filho(a) é dele, e de precisar do teste de DNA  para comprovar o que para elas é o óbvio, só que para eles não é.Na cabeça deles, como da sociedade em  geral, existe a divisão mental  do filho(a) dentro do casamento é dele e fora do casamento não é dele, o pode ser de  qualquer outro,menos dele.
     Só que para a lei brasileira , a qual aboliu a distinção  entre filho(a) legítimo(a)  e o(a) ilegítimo(a) ou o(a) bastardo(a), vê que todos os filhos(as) são iguais perante a lei e têm  os mesmos direitos afetivos e patrimoniais .Daí o terror de alguns  homens,casados ou não,  de ter que assumir responsabilidades de ser pai ou pelo menos dar o  sobrenome e/ou pagar pensão,dar qualquer auxílio ,dividir  herança, etc.É como se estivesse dando dinheiro para uma pessoa  desconhecida mesmo  sendo filho(a) biológico(a).
     As mulheres esposas ou não em questão se sentem ofendidas por  eles não confiarem em sua palavra e por precisar ser feito o teste de DNA para serem consideradas dignas  de credito ,mas diante do  documento não há  argumentos para negar e a honra feminina é  lavada com uma gota de  sangue ou saliva.Pois para o homem seus  parentes e amigos a palavra de mulher  nesta situação não vale nada, é como  esta solidificada no imaginário  popular :a palavra de interesseira, golpista profissional do sexo.Consideram palavra de gente sem moral e sem valor,mesmo  que seja de  uma mulher honrada (no sentindo de cumpridora das suas obrigações)perante a sociedade.Como  se eles fossem os santos e  a mulher a demônia que fez a criança sozinha.
      Por isto, creio  que o teste de DNA tem que ser anexado a certidão de nascimento das crianças,pois evita estas dores de cabeça desnecessárias  com os parentes do pai e dá a criança  a sua referência genética.Se os pais biológicos  vão assumir os papéis de pais afetivos e/ou provedores materiais são outras histórias.Cada caso é um caso e nem todos tem final feliz. Sem falar do problema de meio-irmãos que  casam sem saber que são parentes,mas é assunto para outra  crônica.
                                                                                                        15/04/12.
                                                                                                        31/06/12.
                                                                                                        30/05/13.
                                                                                                        12/06/13. 
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário