11.Interpretação do teste de
DNA
O
caráter pode ser manifestado nos grandes momentos,mas ele é formado nos
pequenos.
Phillips Brooks
Quando o programa do Ratinho passou a
ser exibido em canal aberto a
grande atração era o teste de DNA que era algo de difícil acesso a muitas pessoas por ser caro, a
grande diversão se concentrava em ver
uma média de noventa por cento dos
homens quebrarem a cara ao dizer que o
filho(a) em questão não era dele,pois
filho(a) que é filho(a) tem de nascer com a cara do pai,senão não é filho(a) dele, é de outra pessoa.
O irônico
é que mesmo num país com
etnias misturadas como o Brasil, os
homens negros não acreditam que são pais de filhos louros e/ou de
pele mais clara e vice-versa.Aquela
desconfiança clássica de traição (Dom
Casmurro e Otelo que o digam) alimentada pelo medo de não ser o exclusivo
da mulher, desconfiança e piadinhas-sem-graça de
parentes e (falsos) amigos,acrescentando
o fato de muitas vezes explícito que a sogra e/ou outros parentes não vão com a cara da esposa do parente e
envenenam o casamento para acontecer a separação ou coisa pior.Mas diante do
teste de DNA positivo não há argumentos e/ou desconfianças que se sustentem e assim os “vilões” de cada história podem
ser encontrados e/ou desmascarados.
No quadro do programa Fantástico Quem é meu pai? O qual
mostra a busca de filhos por seus pais
biológicos explicita através de alguma das histórias exibidas que se
o homem quer negar a paternidade, ele
nega mesmo que visivelmente o(a)
filho(a) tenha a cara dele, os traços inconfundíveis dele este usa os argumentos mais furados que
tinham validade no passado para negar do tipo “não tenho certeza de que é meu filho(a)”, “pode ser de qualquer
um”,etc.Só depois do teste de DNA feito
e o resultado positivo é que o sujeito silencia as desconfianças e muda o
discurso de fugitivo.Porém o medo de ter
que assumir qualquer responsabilidade, mesmo que seja só pagar pensão
alimentícia, é imenso.Outros assumem a
responsabilidade depois da certeza
absoluta da paternidade.Cada caso é um caso,porém muitos são parecidos.
As mães esposas ,por sua parte, se sentem
ofendidas pelo fato dos homens
recusarem a acreditar em sua palavra, de que o(a) filho(a) é dele, e de
precisar do teste de DNA para comprovar
o que para elas é o óbvio, só que para eles não é.Na cabeça deles, como da
sociedade em geral, existe a divisão
mental do filho(a) dentro do casamento é
dele e fora do casamento não é dele, o pode ser de qualquer outro,menos dele.
Só que para a lei brasileira , a qual
aboliu a distinção entre filho(a)
legítimo(a) e o(a) ilegítimo(a) ou o(a)
bastardo(a), vê que todos os filhos(as) são iguais perante a lei e têm os mesmos direitos afetivos e patrimoniais
.Daí o terror de alguns homens,casados
ou não, de ter que assumir
responsabilidades de ser pai ou pelo menos dar o sobrenome e/ou pagar pensão,dar qualquer
auxílio ,dividir herança, etc.É como se
estivesse dando dinheiro para uma pessoa
desconhecida mesmo sendo filho(a)
biológico(a).
As mulheres esposas ou não em questão se
sentem ofendidas por eles não confiarem
em sua palavra e por precisar ser feito o teste de DNA para serem consideradas
dignas de credito ,mas diante do documento não há argumentos para negar e a honra feminina
é lavada com uma gota de sangue ou saliva.Pois para o homem seus parentes e amigos a palavra de mulher nesta situação não vale nada, é como esta solidificada no imaginário popular :a palavra de interesseira, golpista
profissional do sexo.Consideram palavra de gente sem moral e sem valor,mesmo que seja de
uma mulher honrada (no sentindo de cumpridora das suas obrigações)perante
a sociedade.Como se eles fossem os
santos e a mulher a demônia que fez a
criança sozinha.
Por isto, creio que o teste de DNA tem que ser anexado a
certidão de nascimento das crianças,pois evita estas dores de cabeça
desnecessárias com os parentes do pai e
dá a criança a sua referência genética.Se
os pais biológicos vão assumir os papéis
de pais afetivos e/ou provedores materiais são outras histórias.Cada caso é um
caso e nem todos tem final feliz. Sem falar do problema de meio-irmãos que casam sem saber que são parentes,mas é
assunto para outra crônica.
15/04/12.
31/06/12.
30/05/13.
12/06/13.
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